sábado, 14 de abril de 2012

Cap. 07 - O Selamento do Povo de Deus



CATULO VII

O SELAMENTO DO POVO DE DEUS

INTRODUÇÃO


O sétimo capítulo é um parênteses entre o sexto e o sétimo selos. O seu conteúdo não pertence nem a um nem a outro. A primeira parte do capítulo contém uma obra profética mundial a realizar-se por um povo especial antes do fim dos acontecimentos finais preditos no sexto selo, antecedentemente à Segunda Vinda de Cristo.
A segunda parte do capítulo trata de uma gloriosa visão referente aos santos na glória, “diante do trono e perante o Cordeiro”, em regozijo pela grandiosa salvação. E, então, um quadro verdadeiramente glorioso daqueles “que vieram de grande tribulação”, e contudo, “lavaram as suas vestes e as branquearam no sangue do Cordeiro”.

QUATRO ANJOS RETÊM OS QUATRO VENTOS


VERSO 1:  “Depois disso, vi quatro Anjos, postados nos quatro cantos da terra, segurando os quatro ventos da terra, para que o vento não soprasse sobre a terra, sobre o mar ou sobre alguma árvore”.

DEPOIS DESTAS COISAS


O capítulo anterior termina com acontecimentos alusivos à segunda Vinda de Cristo. A expressão – depois disto – não favorece a idéia de que a nova visão conste de sucessos a cumprirem-se depois da Segunda Vinda de Cristo. Alude simplesmente a uma outra visão e não que devesse ela cumprir-se após cumprirem-se os sucessos da última.

QUATRO ANJOS NOS QUATRO QUADRANTES DA TERRA


As sagradas Escrituras relatam que os Anjos são agentes celestiais que intervêm nos negócios dos homens toda vez que assim Deus o quiser. Nesta profecia vemos quatro Anjos sobre os quatro quadrantes da terra – Norte, Sul, Leste e Oeste – retendo os quatro ventos nestes e destes quatro pontos cardeais. Isto denota uma imensa obra que está em operação na terra sob poderosos Anjos.
Como já visto, é uma profecia a cumprir-se imediatamente antes da Segunda Vinda de Cristo. Portanto, a obra dos quatro Anjos e a do outro dos versículos dois e três, serão realizadas incontestavelmente, antes do grande acontecimento.

“OS QUATRO VENTOS RETIDOS PELOS QUATRO ANJOS”

Ventos nas profecias bíblicas são emblemas de comoções, lutas, e guerras entre os povos e nações (Jer.25:32 e Dan.7:2,17). Os quatro ventos detidos pelos quatro Anjos, representam todos os elementos de lutas e comoções que existem no mundo. “Ao cessarem os Anjos de Deus de conter os ventos impetuosos das paixões humanas, ficarão às soltas todos os elementos de contenda. O mundo inteiro se envolverá em ruína mais terrível do que a que sobreveio a Jerusalém na antiguidade” (O Conflito dos Séculos, Ellen G. White, 614).
“Anjos acham-se hoje a refrear os ventos das contendas, para que não soprem antes que o mundo haja sido avisado de sua condenação vindoura; mas, está-se formando uma tempestade, preste a irromper sobre a terra; e, quando Deus ordenar a Seus Anjos que soltem os ventos, haverá uma cena de lutas que nenhuma pena poderá descrever. A Bíblia, e somente ela, dá-nos uma perspectiva correta destas coisas. Ali estão reveladas as grandes cenas finais da história de nosso mundo, acontecimentos que já estão projetando suas sombras diante de si, fazendo o ruído de sua aproximação com que a terra trema e o coração dos homens se desmaie de terror” (Educação, Ellen G. White, 179-180).
Os estandartes fictícios da paz oferecida pelas nações, umas às outras, não são senão o restringimento dos ventos das lutas de suas paixões políticas detidos pelos quatros Anjos. Apenas algumas rajadas sopram da grande tempestade que virá ao soltarem os ventos. Os acontecimentos internacionais falam em alta voz de que se aproxima o momento decisivo em que os ventos serão soltos, e tudo termine num terrível caos.
Simultaneamente com o estrondo da tormenta, ao serem soltos os ventos, virão as sete últimas pragas tremendas preditas no capítulo dezesseis. O mundo será convertido num assombroso vale de espanto e de dor por estas pragas.
Mas, a obra dos mensageiros angélicos de segurarem os ventos, tornará possível a realização de uma outra obra sumamente especial e sublime como descrita nos versículos seguintes. Quando esta obra começar e alcançar o seu termo, a dos quatro anjos, logicamente, alcançara também o seu. A divina graça por um mundo caído e ingrato a Deus terá se esgotado para sempre. Multidões que receberam o convite da misericórdia estarão excluídas da gratuita salvação que desprezaram. Agora, porém, é o tempo de decisão. E só aquele que fizer a boa escolha, sobreviverá.

UM NOVO ANJO ENTRA EM CENA


VERSOS 2-3: “Vi também outro Anjo que subia do Oriente com o selo do Deus vivo. Esse gritou em alta voz aos quatro Anjos que haviam sido encarregados de fazer mal à terra e ao mar: “Não danifiqueis a terra, o mar e as árvores, até que tenhamos marcado a fronte dos servos do nosso Deus”.

Este Anjo tem uma obra definida a realizar na terra num tempo enquanto os outros quatro ainda seguram os quatro ventos. De muita significação é a sua subida da banda do oriente, portanto com costas para o nascer do sol, numa evidente mensagem contra a adoração do sol nos últimos dias, pelo falso cristianismo, em sua reverencia e separação do dia do domingo (dia do sol) para adoração. Mais detalhes no capitulo treze versos dezesseis e dezoito.

 

Com o selo do Deus vivo


No passado como no presente o selo tem sido usado como instrumento de validade. Os antigos reis tinham o selo do reino para assegurar a validade de seus decretos e leis. Tinham o selo em forma de sinete ou no próprio anel real. (I Reis 21:8/ Éster 3:12 e 8:8-10/ Dan. 6:17). Nos dias atuais o selo, como estabilidade de leis e decretos governamentais e de toda transação legal entre os homens, tem seu uso em grande escala em todas as nações. É o selo que dá valor a toda espécie de documentos. É o selo que oferece garantia do próprio governo da nação em toda documentação em que é usado.
 Num decreto-lei, de um soberano ou presidente de uma nação, porém, este deve imprescindìvelmente, assinar sobre o selo o seu nome, especificar as suas funções e declarar a nação onde exerce o seu encargo. O selo de um antigo rei da Itália, assim rezava: Victor Emmanuel III, Rei da Itália. Seu sinete ou selo continha o seu nome, a sua função e o território no mundo onde exercia o seu domínio, que era a Itália.
O Anjo de nossa consideração traz “o selo do Deus vivo”. Nos domínios de Deus, que abrangem o universo inteiro, não há transações comerciais por Ele estipuladas, para que neste mister haja necessidade de selo correspondente. Nesta Terra de pecadores é que os homens inventaram selos para suas transações de negócios, visto não confiarem uns nos outros. Deus, porém, é um Soberano e à nossa consideração diz-nos que Ele tem o Seu selo. E, como os reis da Terra põem o selo real somente em suas constituições e decretos-leis, o mesmo faz Deus, com a diferença que Ele não faz mudanças da constituição de Seu governo e tampouco expede decretos-leis freqüentes como o fazem os homens que erram e daí necessitam mudar sempre suas leis. Mas Deus tem uma constituição única, imutável e eterna para todos os súditos de Seus vastos domínios. E sendo sumamente perfeita a Sua constituição, como Ele o é, e contendo em si mesma todas as responsabilidades de seus súditos para com Ele como Soberano e para com eles em suas relações mutuas, não há necessidade de que Deus promulgue decretos para ajustar erros de Seus súditos contra Sua constituição perfeita, imutável e eterna.
E qual é a constituição do governo universal de Deus? A resposta simples e precisa é esta: São os dez mandamentos, o santo e imutável Decálogo. Em todas as Sagradas Escrituras dos dois testamentos, Deus reivindica Sua lei como imutável, inalterável, insubstituível, eterna. E por que? Simplesmente porque ele tem o Seu selo de validade e imutabilidade. Ele mesmo diz por um de Seus profetas: “Resguarda o testemunho, sela a lei entre os Meus discípulos” (Isaias 8:16). É o próprio SENHOR Deus quem afirma que devem Seus adoradores reconhecer o selo de Sua lei, como evidencia de que se lhes roga estrita fidelidade a Suas cláusulas.
O selo de Deus deve, portanto, encontrar-se em Sua lei onde devemos procura-lo. E uma vez ali encontrando o Seu selo, certificar-nos-emos de que ele, que deve ser aplicado em Seus servos, não se trata de alguma marca ou sinete que deva ser impresso na carne, mas se trata de uma instituição ou uma observância da lei, a eles obrigatória, que os distingue como verdadeiros adoradores de Deus. Vimos já como o selo dos monarcas terrenos contém o nome do soberano, suas funções e a circunscrição onde suas funções são exercidas. Na lei de Deus devemos encontrar detalhes semelhantes concernentes ao selo de Deus. Seu nome, Suas funções e Seu domínio devem ser encontrados conjuntamente em uma das clausulas ou mandamentos de Sua lei. Urge, pois, que examinemos os dez preceitos da lei de Deus para ver em qual deles encontramos os requisitos de um selo ou do selo de Deus.
No capitulo vinte de livro do Êxodo, versículos três a dezessete, temos a lei dos dez mandamentos. Os primeiros quatro mandamentos contém os deveres do homem para com Deus, enquanto os seis últimos os deveres do homem para com o seu semelhante. O selo de Deus não poderá ser encontrado na parte da lei cujos mandamentos regulam as relações humanas dos filhos de Deus. Mas Seu selo só poderá ser achado na primeira parte da lei, constante de quatro preceitos, que regulam as relações do homem para com Deus.
Nos três primeiros mandamentos não encontramos o selo de Deus, embora contenham o nome de Deus, não encerram os demais requisitos indispensáveis do selo do supremo Soberano, como não o contém os seis últimos que relacionam os homens mutuamente. Resta-nos ainda fazer menção do quarto mandamento. 
O quarto mandamento da lei de Deus, não só contém o selo de Deus como ele próprio é o selo de Deus, o selo de Sua lei, a garantia, a segurança da imutabilidade, perpetuidade e inalterabilidade do sagrado Decálogo. Vejamos como reza o quarto mandamento:
“Lembra-te do dia de Sábado, para o santificar. Seis dias trabalharas, e farás toda a tua obra. O sétimo dia, porém, é o sábado do SENHOR teu Deus; não farás nenhum trabalho, nem tu, nem teu filho, nem tua filha, nem teu servo, nem tua serva, nem teu animal, nem o forasteiro das tuas portas para dentro; porque em seis dias fez o SENHOR o céu, a terra, o mar e tudo o que eles contém, e ao sétimo dia repousou; por isso o SENHOR abençoou o dia de sábado, e o santificou” (Êxodo 20:8-11, 31:13, Gal. 3:29).
Eis diante de nós o selo de Deus no mandamento sabático do repouso semanal do sétimo dia. Apontando ao homem o sábado, o sétimo dia da semana, como repouso do SENHOR, fá-lo Deus ver nele o selo da Sua autoridade suprema e universal. Os requisitos do selo do Rei do universo são evidentíssimos no quarto mandamento do Decálogo. Nele está o Seu nome, que O coloca acima de tudo e de todos. Está também nele claramente delineado o Seu titulo, isto é, Sua apresentação como Criador. E ainda deparamos no mesmo mandamento, com absoluta evidencia, a jurisdição de Deus, os Seus domínios sem fronteiras, os céus, a terra, o mar e tudo o que neles contém. É este Seu sublime selo, a essência do quarto mandamento, que dá validade e imutabilidade à lei de Deus, e revela o verdadeiro autor do Decálogo. O quarto mandamento, do Sábado do sétimo dia, portanto, contém a assinatura de Deus como Legislador da grande lei do Seu universo.
Quem quer que porventura rejeite o repouso semanal do sétimo dia, estará rejeitando o próprio Legislador da lei. A rejeição do Sábado do quarto mandamento equivale à rejeição do selo do Criador do universo. Demasiado tarde crerão os adversários da verdade, que o Sábado do quarto mandamento é “o selo do Deus Vivo”.
O Sábado do sétimo dia, é também denominado nas Escrituras Sagradas de “Sinal de Deus”, o que é sinônimo de “Selo de Deus”. Das evidências apresentadas no quarto mandamento da lei, em virtude das quais o Sábado é o Selo de Deus, uma é a referência de que Deus é o Criador dos céus e da terra. Esta mesma referência fêz Moisés ao aludir ao sábado como sinal de Deus (Êxodo 31:16-17), Mil anos depois, o profeta Ezequiel salienta eloqüentemente o Sábado do sétimo dia como sinal de que Deus santifica o Seu povo e de que é o SENHOR o Seu Deus (Ez.20:12 e 20). Uma profecia apocalíptica alusiva às primeiras conquistas maometanas na Idade Média, faz menção dos servos de Deus que seriam salvaguardados pelo fato de terem em “suas testas o sinal de Deus(Ap. 9:4). Assim, tanto no Velho Testamento como no Novo Testamento, ou nas duas dispensações – a mosaica e a cristã – o Sábado é o selo ou o sinal da suprema autoridade de Deus e o distintivo que distingue os verdadeiros adoradores de Jeová.

O SELAMENTO DO POVO DE DEUS  


O anjo portador do selo de Deus “clamou com grande voz aos quatro anjos, a quem fora dado o poder de danificar a terra e o mar, dizendo: Não danifiqueis a terra, nem o mar, nem as árvores, até que tenhamos marcado a fronte dos servos do nosso Deus”.
O alto clamor do anjo já indica que os outros quatro anjos estavam soltando os ventos. Seu clamor denota uma obra a realizar-se no derradeiro final da história do mundo, imediatamente antes dos anjos soltarem os ventos dramáticos que trarão o fim de nossa arruinada civilização. E que obra mais haveria de ser senão a anunciada pelo próprio anjo nesta profecia – o assinalamento do povo de Deus? Agora os acontecimentos mundiais entre as nações iradas de nosso século, dizem bem evidentemente que os quatro anjos estão afrouxando suas mãos e os quatro ventos destruidores estão quase a soprar.
O salvador, porém, não ficara indiferente a Seus escolhidos. O anjo que surge do lado do sol nascente, bradando poderosamente, fez deter os ventos, ou seja, a ira das nações, para concretizar a grandiosa obra do SELAMENTO de Seu fiel povo.
De acordo com as palavras do anjo do selamento, os servos de Deus receberão o selo “na sua fronte”. Vimos que o selo de Deus é o Seu santo Sábado que O apresenta como Criador de tudo o que há nos céus e na terra. Como é possível o Sábado como selo de Deus ser aplicado em suas frontes? Simples, é porque, segundo a ciência agora comprova, é “na parte anterior do cérebro que se encontra o centro, o pivô da vida humana, que é ai que são determinadas as normas de moral. A parte do cérebro chamada frontal, ou coronal, é a controladora de todos os processos naturais ou biológicos do homem, da criatura humana” (Os inimigos da humanidade, George Thomason, pág. 35-36)
“O Dr. Walter E. Dandy, cirurgião norte-americano, especialista em cérebros, descobridor da sede da consciência, afirma que a consciência fica localizada no “corpus atratum” no centro da cavidade craniana. Operações realizadas pelo Dr. Dandy e outros cirurgiões, durante um período de quinze anos, reforçam essa teoria de que, a sede da consciência fica na parte anterior do centro cerebral, em nível paralelo aos olhos e ao ápice das orelhas, mais ou menos em linha direta com o plano superior das mesmas.” (Folha da Manhã (S. Paulo), 07-09-1946)
Maravilhoso! O selo de Deus no centro, no pivô da vida humana, na parte anterior do centro cerebral, na sede da consciência individual, no controle, por assim dizer, da humana criatura! Daí infere-se que, aquele que aceita o Sábado do sétimo dia como dia de repouso de Deus, o aceita por convicção e consciência clara e o guarda como um tributo de honra moral ao seu Criador. O selo de Deus é colocado na sede de sua límpida consciência. E isto é deveras glorioso!

O ANJO DO SELAMENTO

Este anjo não pode ser um anjo real. Aos anjos não fora entregue a grande tarefa de evangelizar o mundo e apontar aos homens o selo de Deus. A obra do selamento compreende uma grande reforma – no derradeiro fim da historia – prevista pela inspiração entre os homens no que respeita à observância do Sábado do sétimo dia do quarto mandamento da lei de Deus e sua aceitação como selo de Deus. O glorioso anjo deve representar, um movimento mundial, em nossa presente geração, que conduz o selo de Deus, o Sábado, e para o qual logo, como jamais antes, chamará a atenção dos homens. É o mesmo movimento representado pelo terceiro anjo de Apocalipse quatorze, que chama a atenção do mundo contra o sinal da besta em oposição ao sinal e selo de Deus.
O anjo do selamento representa a última fase da obra do terceiro anjo, que não é difícil de ser compreendida. Quem quer que se de à tarefa de investigar, certificar-se-á de que, em 1844, surgiu em verdade um movimento mundial – o terceiro anjo de Apocalipse quatorze – que atingiu todas as nações e se propaga já em cerca mais de 2000 idiomas e dialetos, sendo o Sábado da lei de Deus o sinal de sua lealdade ao seu Legislador, e o distintivo que o separa de todos os que o rejeitam. Este grande movimento mundial compreende a Igreja Adventista do Sétimo Dia, cuja história profética poderá ser apreciada melhor nos capítulos dez e quatorze do mesmo livro do Apocalipse.

O SELADOR DOS SERVOS DE DEUS
  
O anjo do selamento não é o selador ou o agente que sela os servos de Deus. O anjo é tão somente o portador do selo. O selador deve ser Aquele que é o único capaz de convencer os homens da obrigação de observarem a lei de Deus e de aceitarem o Sábado como sinal e selo de Deus. Diz o Senhor Jesus: “Mas o Consolador, o Espírito Santo, que o Pai enviará em Meu nome, esse vos ensinará todas as coisas, e vos fará lembrar de tudo o que vos tenho dito” (S. João 14:26). “Todavia digo-vos a verdade: convém-vos que eu vá, porque se eu não for, o Consolador não virá para vos outros; se porém eu for, eu vo-lo enviarei. Quando Ele vier, convencerá o mundo do pecado, da justiça e do juízo” (S. João 16:7-8). Aqui está Aquele que convence o pecador do pecado, da justiça e do juízo, isto é, convence o mundo da transgressão da lei de Deus, porque pecar é violar a grande lei (Rom. 7:7-8), convence-o da necessidade de obrar a justiça, que só é possível pela observância sincera da lei dos dez mandamentos de Deus (Isa. 48:18), convence-os do juízo de Deus que é efetuado com base exclusivamente na lei de Deus (Tiago 1:22-25, 2:10-12).
O Espírito Santo é, pois, o selador, o Agente que convence os homens de aceitarem o Sábado como repouso, sinal e selo de Deus. Diz S. Paulo: Nele também vós, tendo ouvido a Palavra da verdade — o evangelho da vossa salvação — e nela tendo crido, fostes selados pelo Espírito da promessa, o Espírito Santo,”, "E não entristeçais o Espírito Santo de Deus, pelo qual fostes selados para o dia da redenção."(Efe.1:13, 4:30 - Bibl. de Jerusalém).
Na Inglaterra o grande selo do governo é guardado por um alto funcionário chamado “Lord Privy Seal” (Senhor Chanceler). É o secretário particular do rei e, sob a direção do rei, e em sua presença, aplica o selo nos documentos designados. Isto torna o ‘projeto’ uma ‘lei’, obrigando todo o reino a observa-la. Assim o Espírito Santo é o chanceler de Deus. O Sábado é o relevo de impressão no sinete de Deus, o Espírito Santo o aplica e o servo de Deus é selado, distintivo.

O TEMPO ESPECIAL DO SELAMENTO

Embora o Sábado tenha sido o sinal e selo de Deus desde o principio do mundo, o selamento do povo de Deus anunciado no Apocalipse é simultâneo com a imposição do sinal da besta (Apc. 13:16-17). Todos terão de fazer a grande decisão. “Aqueles que estão unidos com o mundo, estão recebendo o molde mundano, e preparando-se para o sinal da besta. Aqueles que não confiam em si mesmos, que se estão humilhando perante Deus, e purificando suas almas em obedecer à verdade, - estes estão recebendo o molde celestial, e preparando-se para receber o selo de Deus em suas testas. “O dia da vingança de Deus está iminente sobre nós. O selo de Deus só será colocado na testa daqueles que suspiram e gemem contra as abominações que se cometem na terra. Os que se ligam em simpatia com o mundo, estão a comer e a beber com os temulentos, e serão seguramente destruídos com os obreiros da iniqüidade. O curso do nosso procedimento e integridade de caráter determinará se receberemos o selo do Deus vivo. Jamais serão selados os amantes do mundo, os ambiciosos, os de língua falsa ou de coração enganoso, é preciso achar-se sem manchas de caráter diante de Deus, - agora, candidatos ao céu e à Nova Terra, eis o tempo de preparo” (Testimonies for the church, Ellen G. White, Vol 5, pg. 212-216).
   Destas declarações acima entendemos que, ainda que uma pessoa guarde o repouso do Sábado do sétimo dia, não é por esse ato imediatamente selada. Unicamente depois de seus pecados serem apagados por Jesus no santuário celestial é que serão selados os Seus servos, porque só então estarão sem pecados, imaculados diante de Deus, e poderão somente agora receber o “selo do Deus vivo”, pois o Sábado, como vimos, é um sinal de santificação.
Jesus está agora no Seu templo santo aceitando os nossos sacrifícios, nossas orações e as confissões das nossas faltas e pecados, perdoando todas as transgressões de Israel (espiritual) para que possam estar limpos antes que Ele abandone o santuário. Quando Jesus sair do santuário, os que são santos e justos serão santos e justos; porque todos os seus pecados serão apagados e estarão selados com o selo do Deus vivo”. (Early writings, Ellen G. White, pg 48)
A obra do selamento que logo será levada a cabo, como predita no capítulo sete do Apocalipse, tem o objetivo de convidar homens e mulheres a prepararem-se para receber o selo de Deus, quando todos terão evidentemente de decidir entre o selo de Deus e o sinal da besta.

OS 144.000 ASSINALADOS

Versos 4-8 – “Ouvi então o número dos que tinham sido marcados, e eram cento e quarenta e quatro mil, de todas as tribos dos filhos de Israel. Da tribo de Judá, doze mil assinalados; da tribo de Rubem, doze mil; da tribo de Gade, doze mil; da tribo de Asser, doze mil; da tribo de Naftali, doze mil; da tribo de Manasses, doze mil; da tribo de Simeão, doze mil; da tribo de Levi, doze mil; da tribo de Issacar, doze mil; da tribo de Zabulon, doze mil;da tribo de José, doze mil; da tribo de Benjamim, doze mil foram marcados.”

ASSINALADOS DENTRE O ISRAEL DE DEUS

A profecia do assinalamento não trata do Israel carnal que foi condenado como nação por ter condenado o Filho de Deus. Outra evidência é que a obra do selamento não foi efetuada em tempo algum entre o antigo Israel quando contava ainda doze tribos intactas. Pois, trata-se de uma obra mundial e não só na palestina. Muito menos poderá tratar-se de uma obra entre os judeus atuais, que contam apenas uma tribo, a de Judá, espalhada pelo mundo. Outro fator que prova não tratar-se das antigas doze tribos de Israel é que há alterações que não continham entre elas, no passado. Por exemplo: a revelação não apresenta a tribo de Dã, de nenhum modo, aparecendo em seu lugar a tribo de Levi que não fazia parte das doze antigas, mas era a tribo do sacerdócio. Também a tribo de Efraim não aparece com este nome mas com o nome de José. Os acontecimentos que cumprem a profecia do assinalamento, testificam tratar-se duma obra atual entre o povo verdadeiro de Deus que, por seus característicos tão diversos e internacionais, conta também doze tribos.
Nas portas da Nova Jerusalém encontram-se os nomes das doze tribos, e é claro que não é possível tratar-se dum povo rejeitado por Deus. Pois através de suas portas entrarão e sairão todos os remidos de todas as nacionalidades e não de uma raça única. Assim todos os remidos pertencerão às doze tribos.
Nos fundamentos do muro da cidade estão os nomes dos doze apóstolos de Cristo, que não têm nenhuma relação com aquelas antigas tribos que se esfacelaram pela incredulidade e rejeição de Deus.
Quem são os 144.000? O número dos assinalados com o selo de Deus é um numero prefixado pela inspiração. Não são os únicos que serão salvos, pois em seguida o profeta descreve uma visão em que vê outra multidão incontável. Contam eles, um número todo particular dentre as hostes dos remidos, hão de estar com Cristo ‘sobre o monte de Sião’ (Apc. 14:1), cantarão um ‘cântico novo diante do trono’ que ninguém a não ser eles poderá cantar (Apc.14:3) e eles seguirão ‘o Cordeiro para onde quer que Ele for’. São aqueles ‘que dentre os homens, serão comprados como primícias para Deus e para o Cordeiro’ (Apc.14:4). Baseados nestes fatos inspirados tem-se fortes razões para conceber que os 144.000, ao chegarem ao céu, terão passado, todos eles, por uma única experiência na terra. E isto leva-nos a crer que eles deverão estar vivendo na terra ao mesmo tempo e numa mesma época definida.
Para o agricultor as primícias são os primeiros frutos a amadurecerem em sua lavoura antes dela estar preparada para a colheita total. No ritual do santuário, em Israel, havia as ofertas das primícias ou dos primeiros frutos amadurecidos que o israelita devia levar ao santuário no dia da festa das primícias, como gratidão a Deus pelos prenúncios de uma farta colheita em sua lavoura, e ao mesmo tempo como emblema de Cristo. No plano da salvação de Deus, Cristo é chamado as primícias da grande ressurreição dos justos que ainda jazem na sepultura, ou o primeiro ressurreto que encabeça a ressurreição geral dos santos, que ocorrerá no seu segundo advento (Ex. 23:16, Neem. 10:35, I Cor. 15:20-23). “Segundo a Sua vontade Ele nos gerou pela palavra da verdade, para que fôssemos como primícias das Suas criaturas” (Tiago 1:18). Note-se que os verdadeiros cristãos são no mundo dos vivos considerados “primícias”; alias, primícias de todos os séculos a serem salvos.
Assim são os 144.000. ao voltar o Salvador, para efetuar a colheita dos santos, eles serão os primeiros frutos maduros visíveis que o divino Segador terá ante Seus olhos. Serão os santos vivos, que jamais passarão pela morte, primícias da grande colheita de todas as épocas da história. Note-se como ainda a inspiração apresenta os 144.000:
“No mar cristalino, como que de vidro misturado com fogo, diante do trono, resplendente pela gloria de Deus – está reunida a multidão dos que saíram vitoriosos da besta, e da sua imagem, e do seu sinal, e do número do seu nome” (Apc. 15:2). Com o Cordeiro sobre o monte Sião, tendo harpas de Deus, estão os cento e quarenta e quatro mil que foram remidos dentre os homens; e ouve-se, como o som de muitas águas, e de grande trovão, uma voz de harpista, que tocavam com as suas harpas. E cantavam um cântico novo diante do trono – cântico que ninguém podia aprender, senão os cento e quarenta e quatro mil. É o hino de Moisés e do Cordeiro – hino de livramento. Ninguém, a não ser os cento e quarenta e quatro mil, pode aprender aquele canto, pois é o de sua experiência – e nunca ninguém teve experiência semelhante. Estes são os que seguem o Cordeiro para onde quer que vá. Estes, tendo sido trasladados da terra, dentre os vivos, são tidos como as primícias para Deus e para o Cordeiro (Apc. 14:1-5 e 15:3). Estes são os que vieram de grande tribulação (Apc.7:14); passaram pelo tempo de angustia tal como nunca houve desde que houve nação, suportaram a aflição do tempo de angustia de Jacó; permaneceram sem intercessor durante o derramamento final dos juízos de Deus. Mas foram livres, pois lavaram as suas vestes, e as branquearam no sangue do Cordeiro. Viram a terra devastada pela fome e pestilência, o sol com poder para abrasar os homens por um calor intenso, e eles próprios suportaram o sofrimento, a fome e a sede (Jer. 23: 19-20, Lev. 23:39-42).
Ai está a grande razão pela qual os 144.000 terão privilégios especiais. Depois de atravessarem o terrível tempo de angustia vitoriosos, farão jus aos privilégios que lhes estão reservados em promessas. Veja-se também o capítulo quatorze versículos um a cinco e capitulo quinze versículos dois a quatro.

UMA INCONTÁVEL MULTIDÃO
  
VERSOS 9-17 – “Depois disso, eis que vi uma grande multidão, que ninguém podia contar, de todas as nações, tribos, povos e línguas. Estavam de pé diante do trono e diante do Cordeiro, trajados com vestes brancas e com palmas nas mãos. E, em alta voz, proclamavam: “A salvação pertence ao nosso Deus, que está sentado no trono, e ao Cordeiro!”
E todos os Anjos que estavam ao redor do trono, dos Anciãos e dos quatro Seres vivos, se prostraram diante do trono para adorar a Deus. E diziam: “Amém! O louvor, a gloria, a sabedoria, a ação de graças, a honra, o poder e a força pertencem ao nosso Deus pelos séculos dos séculos. Amém!”
Um dos Anciãos me falou dizendo: “Estes que estão trajados com vestes brancas, quem são e de onde vieram?” Eu lhe respondi: “Meu Senhor, és tu quem o sabes!” Ele, então, me explicou: “Estes são os que vêm da grande tribulação, e lavaram as suas vestes e alvejaram-nas no sangue do Cordeiro”. Por isso estão diante do trono de Deus, e O servem de dia e de noite no Seu templo. E Aquele que está assentado no trono, estenderá Sua tenda sobre eles: nunca mais terão fome, nem sede, o sol nunca mais os afligirá, nem qualquer calor ardente; pois o Cordeiro que se assenta no meio do trono os apascentará, conduzindo-os até as fontes de água da vida. E Deus lhes enxugará dos olhos toda lágrima.  


DE TODAS AS NACIONALIDADES DA TERRA

Depois de ver a obra de assinalamento do povo de Deus destes últimos dias, o profeta em seguida contempla todos os santos salvos, uma inumerável multidão “de todas as nações, e tribos, e povos e línguas”, de todos os séculos da história do mundo. Esta grandiosa reunião de todos os santos, diante do trono de Deus e perante o Cordeiro, tomará lugar imediatamente ao vir Jesus busca-los para a glória eterna. Todos trajarão uma vestimenta única – as vestes brancas simbólicas da justiça do Salvador. Ostentarão palmas em suas mãos como emblemas da grande vitória alcançada sob o poder de Jesus.
Numa aclamação retumbante e unânime, os santos agradecerão a Deus e ao Cordeiro a misericordiosa salvação de que foram alvos. E os milhões de milhões de anjos, associar-se-ão com eles na adoração a Deus.

QUEM SÃO E DONDE VIERAM ?

Foi uma pergunta feita ao profeta; “Estes que estão trajados com vestes brancas, quem são e de onde vieram?” Mas João não pode responder à pergunta, pois não se tratava daqueles que haviam sido ressuscitados, e compunham a multidão incontável, mas duma outra multidão que, embora também estivessem diante do trono, ele havia apenas ouvido e descrito o seu número que era de 144.000. Esta multidão dos assinalados e selados, o profeta ainda não havia contemplado. Ele somente ouvira o seu número, porem não os tinha visto. Eis a razão porque não pudera responder à pergunta do ancião. Mas o mesmo ancião respondeu à pergunta, e disse, “estes vieram da grande tribulação”, todos os 144.000 participantes de uma mesma grande tribulação, e que só é possível aos 144.000 que em breve terão de enfrentá-la. Trata-se do mesmo “tempo de angustia qual nunca houve desde que houve nação até aquele tempo”, referido por Daniel na sua profecia do capítulo doze, versículo primeiro: que é o mesmo período de tempo das sete ultimas pragas.
A razão da vitória dos 144.000 jaz no fato de que “lavaram as suas vestes e as branquearam no sangue do Cordeiro”. Eles lavaram. A vitória vem do SENHOR Deus, mas a aceitação tem que vir espontânea da parte do pecador. É por isso que eles lavaram as suas vestes em Seu sangue, pois aceitaram o Seu sacrifício expiatório por seus pecados. E nisto obtiveram eterna vitória.

PARTE DO PRÊMIO DA GRANDE VITÓRIA

 Aos 144.000 serão conferidos privilégios especiais. Além dos já considerados e de outros contidos em textos subseqüentes, aqui se afirma que eles “estarão diante do trono de Deus, e O servem de dia e de noite no Seu templo. E Aquele que está assentado no trono, estenderá Sua tenda sobre eles”; no versículo quatro do capitulo quatorze esta afirmação é fortalecida.
Nunca mais terão fome, nem sede, o sol nunca mais os afligirá, nem qualquer calor ardente”, denota que por certo tempo e conjuntamente, sofrerão fome, sede, e serão fatigados pelo calor do sol. Nestas circunstâncias vemos o tempo de angustia e das sete pragas por onde hão de passar antes de serem libertados e gozarem seus privilégios.
E a resposta do santo ancião ao amado profeta, sobre os 144.000, assim termina: ¨Porque o Cordeiro que está no meio do trono os apascentará, conduzindo-os até às fontes de água da vida. E Deus enxugará toda lagrima de seus olhos”, lutas, pesares e sofrimentos estarão enterrados para sempre no passado. Esta gloriosa promessa, secundada pelas palavras do versículo quatro do capítulo quatorze, evidencia incontestavelmente, que os 144.000 gozarão da eterna e estreita  amizade de Jesus e de Sua constante companhia, tal como do pastor em relação a seu rebanho. Há quase 3.000 anos referia-se Davi a esta amável e desvelada companhia do Bom Pastor, dizendo: “Eles se fartarão da gordura da tua casa , e os farás beber da corrente das tuas delicias”. Sal 36:8. e para completar o eterno gozo, suas lagrimas serão enxugadas, pelo que suas lutas, pesares e sofrimentos estarão enterrados para sempre no passado.



Texto Extraído do livro "A VERDADE SOBRE AS PROFECIAS DO APOCALIPSE" - A. S. Mello

 

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