sexta-feira, 6 de abril de 2012

Cap. 22 - Ora vem, Senhor Jesus

CAPÍTULO XXII


ORA VEM, SENHOR JESUS

INTRODUÇÃO


Chegamos ao fim de nossas considerações sobre o livro do Apocalipse. O capítulo vinte e dois, posto que pequenino, encerra o grande livro profético, como também o santo cânon, das Sagradas Escrituras. Promessas, bem-aventuranças, certeza sobre o conteúdo do livro, declaração de que o Apocalipse não é um livro selado, conselhos a justos e a ímpios, o caráter dos que não herdarão o reino de Deus, títulos de Jesus, um ardoroso chamado do Espírito Santo e da Nova Jerusalém, advertências sobre acrescentar algo ao santo livro, ou tirar-lhe alguma coisa, a certeza da volta de Jesus dada por Ele mesmo, a última oração da Bíblia e a graça do Senhor sobre todos os crentes – eis o conteúdo deste último capítulo do Apocalipse.

Caro leitor, depois de chegares à última palavra desta consideração do Apocalipse, terás encontrado o caminho seguro da eterna salvação em Jesus Cristo, se não o encontraste antes. Entra por este sublime caminho; anda por ele; e terás um lugar com o glorioso Salvador e com os Seus santos remidos no mundo feito novo.


O RIO E A ÁRVORE DA VIDA

VERSO 1-2 – “E mostrou-me o rio puro da água da vida, claro como cristal, que procedia do trono de Deus e do Cordeiro. No meio da sua praça, e de uma e da outra banda do rio, estava a árvore da vida, que produz doze frutos, dando seu fruto de mês em mês; e as folhas da árvore são para a saúde das nações”.

O RIO DA VIDA

No meio da Nova Jerusalém está o “rio da água da vida, claro como cristal”, devendo ser o mesmo rio que regava o jardim edênico de nossos primitivos pais. Ele procede do trono de Deus e do Cordeiro, como uma figura de que Ambos são o manancial das águas vivas para Seus filhos.

Davi falou já neste glorioso rio, dizendo: “Há um rio cujas correntes alegram a cidade de Deus” (Sal. 46:4). E disse mais Davi, falando do glorioso rio: “Eles se fartarão da abundância da Tua casa, e na torrente das Tuas delicias lhes dás de beber” (Sal. 36:8). Sim, o rio da vida não estará na cidade com o propósito de apenas embelezá-la. O seu próprio nome já é evidência de que os remidos dele tomarão para a conservação da vida como veremos sobre a árvore da vida.


A ÁRVORE DA VIDA

Esta arvore é a mesma do Jardim de Adão. Do Gênesis ao Apocalipse se menciona uma árvore da vida somente. Ela descerá do céu com a Santa Cidade para ser restaurada outra vez ao homem.

A árvore da vida está “no meio da praça“ da Nova Jerusalém ou do “paraíso de Deus” (Apo. 2:7). Esta árvore deve identificar-se com a praça da cidade que, como vimos, é “de ouro puro, como vidro transparente” (Apoc. 21:21). Estando localizada de ambas as bandas do rio da vida, vemos nela dois troncos, um dum e outro doutro lado do rio, unindo-se em cima numa só árvore, espraiando seus ramos sobre ambas as margens.

A árvore da vida produz mensalmente a sua messe de frutos, aliás, doze vezes por ano. Ela produz doze frutos por ano. Ela produz, segundo a sua espécie – frutos de vida. Sim, em face de sua espécie, não pode isto ser diferente.

E as folhas da arvore são para a saúde das nações. Isto não quer dizer que na Nova Terra haverá doentes que necessitam procurar saúde pela árvore da vida, mas que o propósito desta árvore, conjuntamente com o rio da vida, será manter com vida e saúde os habitantes do futuro reino de Deus nesta terra. Quanto a comerem do fruto da árvore, isto podemos entender facilmente. Porem, quanto a usarem as folhas não podemos agora saber. O que é certo é que, na coloração verde de toda a vegetação, há uma substancia denominada pela ciência de clorofila de grande poder curador. No jardim edênico, quando na terra, Adão e Eva estavam cheios de vida e robustez proporcionados pela árvore da vida e a ela tinham franco acesso antes do pecado, sendo depois afastados dela (Gen. 3:22-23).

Quando a terra for restaurada, como lar dos remidos e a árvore da vida com ela, então Jesus outorgará aos Seus santos pleno acesso à árvore da vida. Temos razões bastantes para crer que o tamanho da árvore da vida seja de gigantescas proporções; pois sabemos que Jesus mesmo conduzirá Seu povo a ela. Para que sob seus ramos ela possa agasalhar todos os remidos.

Existem na terra espécies de árvores muito grandes, ainda. Uma figueira, na Índia, de 200 pés de altura, deixou cair seus ramos na terra, que por si se enraizaram e deram origem a outras árvores, formando verdadeiro bosque. Próximo a Bombaim, uma dessas árvores, veneradas, cobre uma ilha inteira. Segundo Heber (viagens II, 485), acamparam-se “uma vez à sua sombra 10.000 ginetes”. O naturalista Gustavo Wallis, descobriu em 1863, nas margens do Rio Branco, Estado de Amazonas, uma árvore cuja copa fazia uma copa de 158 metros de circunferência. Vinte e cinco mil pessoas poderiam abrigar-se a sua sombra (O Atalaia, junho de 1934). Assim cremos que a árvore da vida deverá ser gigantesca para poder abrigar a hoste dos remidos.

De mês em mês, de modo especial, irão todos à Santa Cidade participar do fruto de vida, sobre isto diz o profeta Isaías: “Porque, como os novos céus e a nova terra, que ei de fazer, estarão diante de Mim, diz o Senhor, assim há de estar a vossa posteridade e o vosso nome. E será que de uma lua nova a outra, e de um sábado a outro, virá toda carne a adorar perante Mim, diz o Senhor” (Isaias 66:22-23).

Semanalmente irão adorar a Deus no sábado do sétimo dia; mensalmente, porém, irão participar conjuntamente da árvore da vida. A lua nova será o sinal da grande reunião sob os ramos da árvore da vida.

A festa da árvore da vida já era figurada no antigo Israel. No começo de cada mês, ao tempo da lua nova, havia sacrifícios especiais e reuniões em famílias para comerem pão juntos (Num. 28:11-15). E Davi salmodiou: “Tocai a trombeta na lua nova, no tempo da nossa solenidade. Porque isto é um estatuto para Israel e uma ordenança do Deus de Jacó”(Sal. 81:3-4, I Sam. 20:5). Será maravilhoso aos remidos participarem juntos daquelas reuniões mensais sob os ramos da árvore da vida arquejantes de odorosos frutos. A promessa é esta: “Ao que vencer, dar-lhe-ei a comer da árvore da vida, que está no meio do paraíso de Deus” (Apoc. 2:7). Vale a pena, pois, vencer.


E VERÃO O SEU ROSTO

VERSOS 3-5 – “E ali nunca mais haverá maldição contra alguém; e nela estará o trono de Deus e do Cordeiro, e os seus servos O servirão. E verão o Seu rosto, e nas suas testas estará o Seu nome. E ali não haverá mais noite, e não necessitarão de lâmpadas nem de luz do sol, porque o Senhor Deus os ilumina; e reinarão para todo o sempre”.


UMA CIDADE PURA

Os remidos, ao entrarem na cidade cada sábado e cada dia da lua nova, não levarão a ela maldição alguma, pois eles são os “benditos do Senhor” e desconhecerão na terra feita nova qualquer vestígio de maldição.


O TRONO DO UNIVERSO ENTRE OS HOMENS

O trono de Deus e do Cordeiro estará na cidade como centro de culto e adoração. Maravilhoso – o trono de Deus e de Seu Filho posto entre os homens! E ali “verão o Seu rosto – o de Deus e o do Cordeiro. Todos terão corações limpos e vidas puras para poderem contemplar os rostos do amante Pai e do amorável Salvador (Primeiros Escritos, E. G. White, 48). E isto será o mais glorioso do mundo novo; tudo o mais, embora maravilhoso, será secundário, comparado a esta visão real dos santos diante das faces dos Todo-poderosos – o Pai e o Filho. A propósito conta-se uma solene história:

“Certo erudito entrou uma vez, numa igreja de Copenhague a fim de contemplar a mundialmente célebre estátua de Cristo de Thorwaldesen. Pareceu a princípio inclinado à critica, descontente. Então uma criança, percebendo-lhe a decepção, explicou: ‘O senhor deve ajoelhar e olhar para o rosto’. O visitante seguiu as instruções da criança, e ajoelhando-se viu a obra prima de mármore sob um novo e glorioso aspecto. Viu voltada para ele, uma fisionomia de celestial beleza”. Mas oh, que não será estar de joelhos diante do trono do Salvador contemplando Seu rosto natural! Oh, sim, que emoção não hão de sentir os remidos ao contemplarem sobre seus joelhos a fisionomia de celestial beleza do Salvador! Oh, sim, leitor, que isto suceda contigo e comigo!

Seus servos Os servirão de bom grado e com verdadeiro amor divino que encherá seus corações e suas vidas puras. Nas suas testas estarão sempre Seus nomes. Nunca eles esquecerão a Deus e a Jesus. Em todas as ocupações da nova terra, Ambos serão lembrados e honrados para todo o sempre.


ALI NÃO HAVERÁ MAIS NOITE

Sendo a gloria de Deus em muito excedível à do sol, esta não terá ali nenhuma ação. O sol e a lua só serão necessários fora da cidade, pois haverá na terra dia e noite como agora conhecemos. E reinarão para todo o sempre na eterna gloria.

EIS QUE PRESTO VENHO

VERSOS 6-7 – “E disse-me: Estas palavras são fiéis e verdadeiras; e o Senhor, o Deus dos santos profetas, enviou o Seu anjo para mostrar aos Seus servos as coisas que em breve hão de acontecer. Eis que presto venho; Bem-aventurado aquele que guarda as palavras da profecia deste livro”.

A AUTENTICIDADE DIVINA DO APOCALIPSE

Toda a revelação estava concluída. E Gabriel pôs o selo de autenticidade divina na gloriosa revelação: Estas palavras são fiéis e verdadeiras. E o anjo afirma que foi o “Deus dos santos profetas” que tudo revelou, “para mostrar aos Seus servos as coisas que em breve hão de acontecer”. Podemos, pois, crer no Apocalipse como de origem divina e comprovarmos na história secular o cumprimento de seus vaticínios.

EIS QUE PRESTO VENHO

Esta é a última declaração profética de Jesus concernente à Sua segunda vinda à terra. E, naquele dia, só serão bem-aventurados os “que guardam as palavras da profecia deste livro” no qual se reúnem os demais livros da Bíblia e são por ele autenticados e exaltados.

ADORA A DEUS

VERSOS 8-9 – “E eu, João, sou aquele que vi e ouvi estas coisas. E, havendo ouvido e visto, prostrei-me aos pés do anjo que mas mostrava, para o adorar. E disse-me: Olha não faças tal; porque eu sou conservo teu e de teus irmãos, os profetas, e dos que guardam as palavras deste livro. Adora a Deus”.

UM DUPLO TESTEMUNHO

No versículo seis temos o testemunho de Gabriel, autenticando o conteúdo do Apocalipse. No versículo oito é o profeta que o faz, dizendo: E eu, João, sou aquele que vi e ouvi estas coisas”. Eis um duplo testemunho que deve levar a todo o sincero de coração a aceitar este grande livro como verdadeiro e vivê-lo.

ADORA A DEUS

Ao ser concluída a inspiração do Apocalipse, o profeta estava verdadeiramente emocionado diante do poderoso anjo. E ele ajoelhou-se aos pés de Gabriel para adorá-lo. Mas Gabriel não aceitou a adoração, dizendo: “Porque eu sou conservo teu e de teus irmãos, os profetas, e dos que guardam as palavras deste livro”. A expressão “conservo”, implica que os anjos, os profetas, os apóstolos e todos os irmãos ou servos de Deus, são todos iguais perante Deus – são Seus servos.

Enquanto o mais poderoso anjo – Gabriel – recusa a adoração do homem, uma casta de homens há na terra, arrogantes, que pretendem e exigem a adoração de seus semelhantes. Mas esta exigência absurda só pode ser própria dos inimigos de toda a pura e santa verdade de Deus. Quando um homem certa vez se prostrou diante do apóstolo S. Pedro, este disse-lhe: Levanta-te, que eu também sou homem (Atos 10:25-26). Mas quão diferente do anjo e do apóstolo de Deus é certa casta de homens de nossos dias! Quanta pretensão absurda e diabólica em permitir adoração, de joelhos, de seus iguais! Mas, o conselho do anjo é – Adora a Deus. Somente a Deus devemos adorar e em Espírito e em verdade (João 4:24-25).


UM LIVRO DESVENDADO

VERSO 10 – “E disse-me: Não seles as palavras da profecia deste livro; porque próximo está o tempo”.

A primeira palavra deste livro, “Apocalipse” ou Revelação, já exprime não ser ele um livro fechado, selado ou incompreensível. E agora, as derradeiras palavras de Gabriel ao profeta são adverti-lo a “não selar as palavras da profecia deste livro”, e dá a razão – porque o tempo está próximo. Entretanto a teologia popular atual ensina que o Apocalipse está selado e, portanto, não pode ser compreensível. Precisamente sobre esta classe de cristãos incrédulos escreveu Isaias: “Porque o Senhor derramou sobre vós um espírito de profundo sono, e fechou os vossos olhos, os profetas; e vendou as vossas cabeças, os videntes. Pelo que toda a visão vos é “como” as palavras dum livro selado que se dá ao que sabe ler, dizendo: Ora lê isto; e ele dirá: Não posso, porque está selado. Ou dá-se o livro ao que não sabe ler, dizendo: Ora, lê isto; e ele dirá: não sei ler. Porque o Senhor disse: Pois que este povo se aproxima de Mim, e com a sua boca, e com os seus lábios Me honra, mas o seu coração se afasta para longe de Mim e o seu temor para Comigo consiste só em mandamentos de homens, em que foi instruído” (Isaias 29: 10-13).


DECISÕES INAPELÁVEIS

VERSOS 11-13 – “Continue o injusto, fazendo injustiça ainda; e quem está sujo, suje-se ainda; o justo continue na pratica da justiça, e o santo continue a santificar-se. E eis que venho sem demora, e Comigo está o galardão que tenho para retribuir a cada um segundo as suas obras”.

Os versículos onze e doze assinalam o fim do tempo da graça, imediatamente antes da segunda vinda de Cristo. Há os que ensinam que haverá um tempo de graça depois de Sua segunda vinda. Mas isto é apenas pretensão. Cristo próprio declara que, ao voltar, trará o galardão para dar a cada um segundo a sua obra, o que constitui uma evidencia de que não haverá graça após a Sua segunda vinda à terra. Ao findar Jesus Sua obra sacerdotal, então será pronunciado, irrevogavelmente, o que lemos no versículo onze: “Quando Jesus deixar o santuário, então aqueles que são santos e justos serão santos e justos ainda; porque todos os seus pecados estarão então apagados, e eles serão selados com o selo do Deus vivo. Mas aqueles que são injustos e sujos serão injustos e sujos ainda; porque então não haverá nenhum Sacerdote no santuário para oferecer seus sacrifícios, suas confissões e suas orações diante do trono do Pai. Portanto aquilo que é para ser feito antes de Jesus deixar o santíssimo do santuário celestial (Primeiros Escritos, E. G. White, 48).

Sobre o versículo treze veja-se o versículo oito do primeiro capítulo (Apoc. 1:8), e, depois da consideração, ore o leitor para que Cristo, em verdade, seja na sua vida “o Alfa e o Ômega, o princípio e o fim, o primeiro e o derradeiro” em todo o seu viver e em todas as suas realizações futuras enquanto existir.


A ÚLTIMA BEM-AVENTURANÇA

VERSO 14 – “Bem-aventurados aqueles que lavam as suas vestiduras [no sangue do Cordeiro], para que tenham acesso à árvore da vida, e para que entrem na cidade pelas portas”.

Das sete bem-aventuranças encontradas no Apocalipse, esta é a última: “Bem-aventurados aqueles que guardam os Seus mandamentos, para que tenham direito à árvore da vida, e possam entrar na cidade pelas portas”. Na maioria das versões esta passagem é traduzida como “os que lavam as suas vestiduras”. Mas os manuscritos mais antigos estão em harmonia com a versão autorizada inglesa [versão King James] que traduz “os que guardam os seus mandamentos” [como também se encontra em tradução à margem de nossa Versão Almeida], como é evidente nas citações dos primeiros autores cristãos que se serviam em suas citações de manuscritos, não mais disponíveis hoje. Seja qual for a tradução preferida, o resultado é o mesmo, pois somente os que lavam “os seus vestidos... no sangue do Cordeiro” (Apoc. 7:14) tem o poder para “guardar os Seus mandamentos”.
A obediência jamais é base para a graça; mas só a graça de Deus é base para a nossa obediência. Foi a desobediência que lançou fora do Éden nossos primeiros pais e barrou-lhes o acesso à árvore da vida. É somente mediante o todo suficiente sacrifício de Cristo e uma vida de submissão à vontade de Deus que o homem pode ser reinstalado no Paraíso e ter de novo acesso à árvore da vida.


OS QUE NÃO HERDARÃO O REINO DE DEUS

VERSO 15 – “Ficarão de fora os cães e os feiticeiros, e os que se prostituem, e os homicidas, e os idólatras, e qualquer que ama e comete a mentira”.

Os cães referidos não são os naturais. Jesus usou as expressões cães e porcos para denotar aqueles que, tomando conhecimento das coisas santas, pisam-nas e maltratam os que lhas ministram (Mat. 7:6). Os demais indivíduos mencionados, já deles tratamos no versículo oito do capítulo anterior (Apoc. 21:8).


A RESPLANDENCENTE ESTRELA DA MANHÃ

VERSO 16 - “EU, Jesus, enviei o meu anjo, para vos testificar estas coisas nas igrejas: Eu sou a raiz e a geração de Davi, a resplandecente estrela da manha”.

No começo deste livro lemos que a sua mensagem foi enviada a sete igrejas emblemas de toda a igreja cristã. Neste versículo do fim do livro, o mesmo Senhor Jesus diz que a sua mensagem devia ser testificada nas igrejas, sem se referir as simples sete igrejas da Ásia. Aqui temos em sentido mais amplo a aplicação da mensagem a igreja total até ao fim.
Vemos agora novos títulos do Senhor Jesus. Ele é raiz ou o sustentáculo de Davi, cujo reino tomou como figura do seu reino futuro. Veja-se capítulo três versículo sete (Apoc. 3:7). Também ele é a geração de Davi, o que prova a sua linhagem histórica. Mas ele é ainda, a “resplandecente estrela da manha”. Venus, a estrela matutina, de cor branca resplendente, tomou-a Jesus como maravilhosa figura de sua glória e pureza. A estrela da manhã é infalível guia dos navegantes; e nós, que nos debatemos com as alterosas e bravias vagas do mar desta vida, temos em Jesus a estrela que aponta ao porto seguro e calmo do eterno descanso.

O ÚLTIMO CONVITE
VERSOS 17 - “E o Espírito e a esposa dizem: Vem. E quem ouve, diga: Vem. E quem tem sede, venha; e quem quiser, tome de graça da água da vida”.
Em primeiro lugar temos aqui o convite do Espírito Santo, o representante do Pai e do Filho. Em segundo lugar temos o convite da esposa, a Nova Jerusalém. É um convite amoroso, terno e urgente. O Espírito apela imperceptivelmente ao coração e a esposa, como que personificada, acena das alturas – Vem, Oh, sim, “vem”, “Vem” agora mesmo. Decide já, e vem presto.
“Quem tem sede, venha. “Ó vós, todos os que tendes sede, vinde ás águas, e os que não tendes dinheiro, vinde comprai, e comei; sim, vinde e comprai, sem dinheiro e sem preço, vinho e leite”. Oh, sim, “vem”, caro leitor. Não tens que pagar nada, o preço real já foi pago por ti. “Vem” ás águas da eterna salvação. Não te demores. Não faças o Espírito e a esposa espera mais tempo. E de graça. Nada te custará. “Vem” antes que seja demasiado tarde.
“E quem ouve, diga: Vem”. Aquele que ouve e aceita o convite deve estende-lo adiante a muitos que ainda não ouviram. E impossível que os que atendem o santo convite fiquem calados. Eles o estenderão a outros muitos.

 A ÚLTIMA ADVERTÊNCIA
VERSOS 18-19 – “Porque eu testifico a todo aquele que ouvir as palavras da profecia deste livro que, se alguém lhes acrescentar alguma coisa, Deus fará vir sobre ele as pragas que estão escritas neste livro; E, se alguém tirar quaisquer palavras do livro desta profecia, Deus tirará a sua parte da árvore da vida, e da cidade santa que estão escritas neste livro”.

 Temos nestes dois versículos a defesa do próprio Revelador sobre a sua Revelação. O Senhor faz uma mui solene advertência “a todo aquele que ouvir as palavras da profecia deste livro”, o livro do Apocalipse. Se alguém lhe acrescentar alguma coisa, receberá as sete pragas em sua plenitude. Mas, se alguém não acrescentar mas, subtrair alguma coisa do livro, perderá o direito de participar da árvore da vida, e tornar-se cidadão da cidade Santa. Esta advertência não se confina apenas ao Apocalipse, porém a todos os livros das Sagradas Escrituras, uma vez que neste último todos eles se encontram. Esta advertência é a última do livro do Apocalipse e de toda a Bíblia. A segurança jaz em aceitar in totum este livro e todos os demais da bíblia e vivê-los (Det. 4:2, 12:32, Prov. 30:5-6, Ecl. 3:14).

A ÚLTIMA ORAÇÃO
VERSO 20 – “Aquele que testifica estas coisas diz: Certamente cedo venho, Amém, Ora vem, Senhor Jesus”.

CERTAMENTE CEDO VENHO

No princípio do livro do Gênesis temos a primeira promessa da segunda vinda de Cristo para restaurar todas as coisas. No final da revelação, lembra Jesus aquela prometida restauração nestas solenes palavras – certamente cedo venho. Eis a promessa das promessas que Ele fez, a essência da esperança do Seu povo de todos os séculos. Da certeza que Jesus dá de Sua vinda por seu “Amém”, tem vivido o Seu povo por entre as tremendas mutações dos séculos da história do mundo.

A ÚLTIMA ORAÇÃO
A palavra de Deus está repleta de orações dos servos de Deus de todos os tempos. Afinal, o santo livro apresenta a última oração. E quem fez e que oração é ela? Oh, sim, ela é uma oração do mundo discípulo do Senhor. Profundamente comovido com as últimas palavras de seu Mestre anunciando presto Sua vinda, suplicou do profundo de seu coração aquilo que todos os cristãos verdadeiros deviam expressar e de que deviam estar cheios de seus corações: “Ora vem, Senhor Jesus”.
“Ora vem, Senhor Jesus”. Sim, vem Jesus amado. Vem salvar teu povo escolhido que sofre no mundo. Vem glorioso Jesus, exterminar com os sofrimentos, as lágrimas, a morte, com toda a sorte de males que devoram a família humana. Oh, sim, Senhor Jesus, vem, vem depressa. E ajuda-nos Senhor Jesus, a estarmos prontos para Te saudarmos e Te abraçarmos, e sermos por Ti em Teus braços de amor estreitados. “Ora vem, Senhor Jesus”. Não nos deixes mais na agonia cruel deste ingrato mundo. Sim, vem amado e querido Jesus.

 O ÚLTIMO DESEJO DO APÓSTOLO AMADO
VERSO 21- “A graça de nosso Senhor Jesus Cristo seja com todos vós. Amém”.
As epístolas de São João estão cheias dos mais santos desejos ao povo de Deus e seu próprio povo. Com fecho de ouro do Apocalipse, porém, expressa o discípulo amado o maior anelo possível de sua alma á igreja de seu amado mestre.
Que mais glorioso e mais indispensável poderia ele desejar à igreja do que a “graça de nosso Senhor Jesus Cristo”? Sim, sem a graça de Jesus, a sua igreja não poderia jamais subsistir. A graça de seu amor, de sua simpatia, de sua benevolência, de sua longanimidade, de seu perdão, de seu auxílio ininterrupto - eis a graça do Senhor Jesus, com cujo desejo o apóstolo se despede da igreja até a ela reunir-se de novo na Nova Jerusalém. Amém.


Texto Extraído do livro "A VERDADE SOBRE AS PROFECIAS DO APOCALIPSE" - A. S. Mello



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