terça-feira, 10 de abril de 2012

Cap. 14 - O Último Apêlo de Deus ao Mundo

CAPÍTULO XIV



O ÚLTIMO APÊLO DE DEUS AO MUNDO



INTRODUÇÃO



O capítulo quatorze é dentre todos o mais importante do Apocalipse. Num lance ligeiro constatamos que sua mensagem divide-se em três partes principais: Os 144.000 na glória, a tríplice mensagem angélica e a intervenção do céu na terra.

Os pormenores do capítulo dentro de suas divisões são de suprema solenidade. Em primeiro lugar, depois dos 144.000 na eterna glória, deparamos a predição da restauração do evangelho eterno ou do evangelho apostólico, num grande movimento mundial e a anunciação da chegada da hora do juízo. Em segundo lugar, vemos a denúncia da queda Babilônica espiritual ou do falso cristianismo. Em terceiro lugar, deparamos a mais grave e solene advertência jamais feita aos mortais contra a adoração da besta, de sua imagem e a recepção de seu sinal. Em quarto lugar, evidencia-se um povo que guarda os mandamentos de Deus e possui a fé de Jesus. Em quinto lugar, é referida a cega da terra pela segunda vinda de Cristo. Em sexto lugar, a vindima é demonstrada cujas uvas serão pisadas no lagar da ira de Deus.

Nas entrelinhas do conteúdo do capítulo constatamos o vitorioso povo de Deus, (...) com uma mensagem de misericórdia e de juízo ao mundo em geral. Nenhuma outra igreja, além desta, preenche e cumpre a revelação desta profecia. Todos os seus detalhes são perfeitamente enquadrados na vida e trabalho desta igreja profeticamente apontada por Deus para restaurar o Evangelho eterno que a apostasia do cristianismo fez desaparecer.



OS 144.000 NA GLÓRIA



VERSOS 1-5“E olhei, e eis estava o Cordeiro sobre o monte de Sião, e com Ele cento e quarenta e quatro mil, que em suas testas tinha escrito o nome dEle e o de Seu Pai. E ouvi uma voz do céu, como a voz de muitas águas, e como a voz de um grande trovão; e ouvi uma voz de harpistas, que tocavam com as suas harpas. E cantavam um cântico novo diante do trono e diante dos quatro seres viventes e dos anciãos; e ninguém podia aprender aquele cântico, senão os cento e quarenta e quatro mil que foram comprados da terra. Estes são os que não estão contaminados com mulheres: porque são virgens. Estes são os que seguem o cordeiro para onde quer que vai. Estes são os que dentre os homens foram comprados como primícias para Deus e para o Cordeiro. E na sua boca não se achou engano; porque são irrepreensíveis diante do trono de Deus”



NO MONTE DE SIÃO COM O CORDEIRO



De tudo quanto se diz sobre os 144.000 neste capítulo e nos capítulos sete e décimo quinto, temos bastante razão para crermos que eles constituem os justos que estarão vivendo na terra por ocasião da segunda vinda de Cristo.

Com o Cordeiro, no “Monte de Sião”, foram vistos os 144.000. Mas, o que entendemos por “Monte de Sião” desta visão? O termo refere-se a um monte especial num lugar denominado Sião, que devemos entender através da antiga história de Jerusalém terrena. Nos dias das conquistas de Davi tomou este rei dos jebuseus a “fortaleza de Sião” (II Sam. 5:6-7). Sião ficou então sendo chamada a cidade de Davi” (II Sam. 5:9). Mais tarde os jebuseus foram expelidos de Jerusalém e Sião, a cidade de Davi, foi incorporada ao sitio de Jerusalém. Daí então a própria Jerusalém passar também a chamar-se Sião”(Sal. 48:12).

O “Monte de Sião” passou a chamar-se também “monte da filha de Sião” ou “o outeiro de Jerusalém”(Mat. 21:5, Isa. 10:32). O “monte de Sião” ficava na parte norte de Jerusalém (Sal. 48:2). E de um texto de Isaias entendemos que o templo ou santuário da habitação de Deus, fora erigido no monte de Sião (Isa. 8:18).

Sendo a Jerusalém terrestre uma figura de Jerusalém celestial, compreendemos a realidade de que esta denomina-se também “Sião” e de que tem um monte chamado “Monte de Sião”. Dois profetas esclarecem-nos isto precisamente: “E o Senhor bramará de Sião, e dará a sua voz de Jerusalém, e os céus e a terra tremerão; mas o Senhor será o refugio de seu povo, e a fortaleza dos filhos de Israel”. “E vós sabereis que eu sou o Senhor fosso Deus, que habito em Sião, o monte da minha santidade; e Jerusalém será santidade; estranhos não passarão mais por ela”. E a lua se envergonhará, e o sól se confundirá, quando o Senhor dos Exércitos reinar no Monte de Sião e em Jerusalém; e então perante os Seus anciãos haverá glória” (Joel 3:16-17; Isa. 24:23).

Corroborando com Joel e Isaías, citados, escreveu S. Paulo: “Mas chegastes ao Monte de Sião, e à cidade do Deus vivo, à Jerusalém celestial, e aos muitos milhares de anjos” (Heb. 12:22). Assim não há dúvida de que estes inspirados homens de Deus referiam-se à Nova Jerusalém como a Sião Celestial e atestaram que nela há um monte chamado “Monte de Sião”. Agora compreendemos que no “Monte de Sião”, na Jerusalém celestial, está o santuário do qual Jesus é Sumo sacerdote. Assim era na Jerusalém terrestre e assim deve ser na Jerusalém celeste. Referindo-se Davi à tribo de Judá, eleita em Cristo para o sacerdócio do novo concerto, liga esta tribo ao “monte de Sião”, da Nova Jerusalém o que também confirma estar naquele monte o santuário celestial (Sal. 78:68).

No glorioso “Monte de Sião”, que mortal algum pode descrever em linguagem terrena, os 144.000 estarão em companhia de Jesus. Sua presença com eles no monte santo, será expressiva da grandiosa vitória que com seu auxilio auferirão na tremenda crise que precederá o Seu Segundo Advento para libertá-los. O brilhante triunfo que alcançarão no “Monte de Sião” será devido à presença do Salvador; pois a vitória deles sobre a besta, sua imagem e seu sinal, será também a Sua vitória.



OS NOMES DO CORDEIRO E DO PAI EM SUAS TESTAS



No capítulo sete é dito que os 144.000 serão selados em suas testas com o “selo do Deus vivo”. Agora é mencionado que terão em suas testas o nome do Pai. Não há nenhuma discrepância nas declarações dos dois capítulos. No capítulo sete comprovamos que o sábado, como selo de Deus, define o Seu nome como – Deus Criador; e agora, no capítulo quatorze, constatamos que o nome de Deus é o expoente máximo no selo de Sua lei como selo de Sua autoridade sobre todos os Seus domínios. Isto vem testificar mais uma vez que o selo da lei de Deus é em verdade o quarto mandamento, o sábado, onde unicamente encontramos o nome de Deus definido como – Deus Criador.

O nome – Deus Criador – contido no mandamento do sábado é também aplicado ao Filho de Deus visto que ele também é Deus e Criador dos céus e da terra. Assim, terão os 144.000 em suas testas o nome do Cordeiro e o nome do Pai, que aliás é o mesmo do selo de Deus – Deus Criador – nome que os distingue dos falsos deuses.



E TOCAVAM EM SUAS HARPAS





Como a voz de muitas águas será a voz dos 144.000 triunfantes no “Monte de Sião”, ouvida antecipadamente pelo profeta. Com suas harpas de ouro acompanharão suas hosanas e ações de graças que tributarão a Deus e ao Salvador pela grande redenção de que foram alvos.



CANTAVAM UM CÂNTICO NOVO



O novo cântico dos 144.000 está bem esclarecido no capitulo quinze. Consta de duas partes distintas: O cântico de Moisés e o cântico do Cordeiro. Ninguém senão os 144.000, em toda a eternidade poderá aprender este novo cântico. Pois será o cântico que expressará uma experiência pela qual jamais alguém terá passado em tempo algum além deles. E isto prova que todos os 144.000 terão idêntica experiência em um tempo único, definido, em uma única causa como motivo para entoarem no “Monte de Sião” o novo cântico especial. E o tempo e a causa da grande experiência pela qual passarão diz-nos com acerto o versículo dois do capítulo quinze.



SÚDITOS DA FÉ VIRGINAL



“Estes são os que não estão contaminados com mulheres: porque são virgens”. Esta proposição profética não diz que os 144.000 serão constituídos por cristãos não dados ao matrimônio; pois não vemos como possa haver contaminação no matrimônio legal. Tão pouco é indicado que eles serão constituídos apenas por componentes do sexo masculino; pois não podemos crer que por ocasião da segunda vinda de Cristo não haja se quer uma mulher cristã fiel vivendo na terra.

O termo “mulheres” não é termo literal da inspiração, mas profético ou simbólico de igrejas, como temos nos capítulos doze e dezessete. Uma mulher pura é emblema de uma igreja pura, ou da verdadeira igreja cristã, e uma mulher impura é simbólica duma igreja apóstata ou caída. As “mulheres” desta profecia são figuras das igrejas apóstatas ou caídas, do mundo cristão, com as quais os 144.000 não estarão contaminados ou não terão com elas relação alguma no momento da segunda vinda de Cristo para remi-los. Não quer isto dizer que nunca pertenceram antes a igreja caídas ou apóstatas. Lemos no capitulo dezoito que Deus faz um veemente apelo a seu povo, que está ainda em Babilônia, ou nas igrejas caídas, para que saiam delas a fim de não participarem de seus pecados. Ao deixarem Babilônia, em atenção ao chamado de Deus escapam da contaminação das falsas “mulheres” ou das falsas igrejas. Desta maneira, uma vez desligados das igrejas corrompidas, eles serão “virgens”, pois agora pertencem a verdadeira fé do evangelho.



COMPANHEIROS INSEPARÁVEIS DO CORDEIRO



Os 144.000 jamais se separarão pessoalmente do Salvador. Um elo mútuo de afeição ligará Jesus a eles e eles a Jesus pelos infindáveis séculos da eternidade. E a razão desta intérmina união está bem assentada nos textos alusivos aos 144.000.



“ESTES SÃO OS QUE DENTRE OS HOMENS FORAM COMPRADOS...”



Esta profética expressão sobre os 144.000 só pode ser aplicada aos que serão trasladados sem jamais passarem pela morte. As profecias que fazem alusão aos mortos que serão ressuscitados por ocasião da segunda vinda de Cristo, nunca assim se exprimem. Os mortos não poderão ser comprados dentre os homens; pois não são mais homens mas simplesmente pó. Portanto, grande diferença há entre ser comprados “dentre os homens” e ser chamado dentre os mortos no dia da vinda de Cristo. Temos assim mais uma vez comprovada a profecia de que os 144.000 serão cristãos que nunca terão passado pela morte.



COMPRADOS COMO PRIMÍCIAS PARA DEUS E PARA O CORDEIRO”



Isto evidencia que os 144.000 representam uma classe distinta e especial de cristãos. Por “primícias, entende-se os primeiros frutos visivelmente amadurecido numa lavoura e que prenunciam uma grande messe ao tempo da colheita total”. O mesmo ocorrerá ao aparecer o Senhor Jesus. Os primeiros frutos amadurecidos visíveis que ele encontrará em sua lavoura – a igreja – são os santos vivos. depois se seguirá então a grande colheita dos santos que jazem na sepultura desde o princípio do mundo. Nisto temos uma inequívoca prova de que os 144.000 são, em verdade, os santos que estarão vivendo na terra por ocasião da segunda vinda de Cristo, prontos para a trasladação. Serão “primícias para Deus e para o Cordeiro”, expressão privilegiada comprovante de que serão elevados a uma posição preeminente e que terão vivido numa mesma época e saído vitoriosos dum mesmo combate, o maior de todos os da história da igreja de Deus na terra.



UM CARATER IMACULADO



“Na sua boca não se achou engano, porque são irrepreensíveis diante do trono de Deus”. Estas palavras dão-nos o motivo porque os 144.000 estarão “irrepreensíveis diante do trono de deus”. Enquanto vivem num mundo enganoso antes da trasladação, suas vidas são, em todo sentido, sem “engano”. Honestidade para com Deus e os homens é o lema das suas vidas. Eis o caráter daqueles que hão de ser eternos súditos do reino santo.



A MENSAGEM DO PRIMEIRO ANJO



VERSOS 6-7 – “E vi outro anjo voar pelo meio do céu, e tinha o evangelho eterno, para proclamar aos que habitam sobre a terra, e a toda a nação, e tribo, e língua, e povo. Dizendo com grande voz: Temei a Deus, e daí-lhe glória; porque vinda é a hora do seu juízo. E adorai aquele que fez o céu, e a terra, e o mar, e as fontes das águas”.



INTRODUÇÃO À TRÍPLICE MENSAGEM



Os versículos seis a doze apresenta três anjos com suas respectivas mensagens. O versículo nove inicia apresentando o “terceiro anjo”, o que é evidente que os anteriores são o segundo e o primeiro anjos. As mensagens destes três anjos são mensagens para os últimos dias, o que é comprovado pela menção do profeta, imediatamente a elas, da gloriosa segunda vinda de Cristo para segar a seara da terra. Elas visam o preparo dum “povo para estar em pé no dia de Deus”. Portanto, “ai daquele que mover um bloco ou abalar um pino destas mensagens. O verdadeiro entendimento destas mensagens é de vital importância. O destino das almas depende da maneira como elas são recebidas” (Early Writings, E. G. White, 258-259).

Os três anjos não são propriamente anjos literais. São emblemas daqueles que na terra devem realizar a obra relativa às suas mensagens. Na pureza simbólica de um anjo divisamos o caráter da tríplice mensagem e de seus mensageiros humanos



A MENSAGEM DO PRIMEIRO ANJO



Em primeiro lugar urge salientar que o primeiro anjo do capítulo quatorze é o mesmo do capítulo dez. Suas mensagens são as mesmas e contém distinta e exclusivamente quatro idênticos tópicos: 1. Uma mensagem de graça. 2. Uma mensagem mundial. 3. Uma mensagem de juízo. 4. Uma mensagem apontando o Criador dos céus e da terra.



“E VI OUTRO ANJO VOAR PELO MEIO DO CÉU”



O fato de o profeta ter visto o anjo voar “pelo meio do céu”, demonstra que nenhum poder humano poderá impedir ou deter o movimento ou a obra mundial do povo de Deus que ele representa. A missão da igreja de Cristo alcançará o seu propósito em preparar um povo especial para subsistir aos tremendos acontecimentos que logo assaltarão a agonizante civilização do século atual.



“E TINHA O EVANGELHO ETERNO”



Nesta declaração da profecia vemos infalivelmente a restauração da pura verdade do evangelho em nossa geração. Nestes últimos dias o mundo deveria ouvir novamente o poderoso e real evangelho anunciado pelos antigos profetas de Deus, pelos santos apóstolos e pelo filho de Deus. Deus tem enviado à terra uma mensagem especial para cada época importante e solene de sua história. Antes do dilúvio uma poderosa mensagem de graça foi enviada aos homens. Antes do primeiro advento de Cristo também uma mensagem de poder sacudiu a nação judaica e impressionou o mundo. E era bem de ver que, antes do segundo advento de Cristo, soasse igualmente, em torno de todo o globo, uma mensagem especial de vida, de esperança, de graça e de convite, conduzida por um povo especial.

No oitavo capítulo do livro de Daniel está bem assentada a profecia de que Roma-papal lançaria por terra a pura verdade do evangelho e que a trocaria pelas tradições de homens sem Deus. E esta ação da igreja de Roma determinou a apostasia do cristianismo predita com clareza no Velho e no Novo Testamento. Foram os chamados “pais da igreja”, que puseram os alicerces da grande apostasia, que redundou no surgimento do “homem do pecado”, que se assenta como Deus, no templo de Deus, querendo parecer Deus”, decretando dogmas religiosos em substituição aos do “evangelho eterno” de Deus.

Também o protestantismo, que pretende ter-se afastado de Roma, tem humilhado de igual maneira a Bíblia, preferindo muitos erros que trouxe de Roma, de preferência às verdadeiras doutrinas do “evangelho eterno”.

Todavia, o primeiro anjo, representando um movimento de Deus nestes últimos tempos, anuncia a restauração do “evangelho eterno”, que por esse nome já indica sua imutabilidade e condena as suas falsificações. Graças a Deus que ele não deixou Seus filhos sem a verdadeira imprescindível luz nesta derradeira hora do império das trevas.



O EVANGELHO A TODO MUNDO



Como já pudemos ver, o primeiro anjo que estamos apreciando é o mesmo do capítulo dez. Portanto, é desnecessário repetir aqui como foi sua mensagem mundial levada aos quatro cantos do mundo. Basta que nos volvamos à explanação dos versículos oito a dez daquele capítulo para termos o cumprimento desta mesma profecia. Outrossim, no que respeita à proclamação do evangelho “a toda a nação, e tribo, e língua, e povo”, urge salientar que “pelas conclusões a que chegaram os estudiosos do assunto, falam-se, atualmente, no mundo, cerca de 6.500 línguas e dialetos; Atualmente existem cerca de 6500 línguas diferentes em todo o mundo. Quase metade é falada com pouca freqüência. As chamadas línguas minoritárias e os dialetos estão sob forte ameaça de extinção (www.dw-world.de/dw/article/0,,643024,00.html, 03/06/2011).

Considerando que numerosos dialetos são mortos ou estão em desuso, é bem de ver que o número de línguas faladas, realmente, seja bem menos que as existentes. A necessidade de difundir seus ensinamentos, através dos tempos e entre os mais variados povos, resultou em inúmeras traduções para os mais variados idiomas. Hoje é possível encontrar a Bíblia, completa ou em porções, em mais de 2.400 línguas diferentes (comunidadeabiblia.net/teologia/estudos-biblicos/historia-da-traducao-da-biblia-parte-i.html – 20 de junho de 2011). O fato parece indicar não haver muito mais línguas e dialetos falados atualmente para o evangelho escrito alcançar, e a mensagem do primeiro anjo, que é uma mensagem presente, logo terá alcançado seu propósito. O “evangelho do reino”, segundo declarou Jesus, “será pregado em todo o mundo, em testemunho a todas as gentes, e então virá o fim (Mat. 24:14).

A igreja de Deus, com as facilidades proporcionadas pela ciência moderna, tanto no que respeita à imprensa com às comunicações nacionais e internacionais, é capaz de terminar rapidamente a obra mundial de proclamação do “evangelho eterno”.


“TEMEI A DEUS E DAÍ-LHE A GLÓRIA”



Esta é ainda a mensagem do primeiro anjo. Seu propósito nesta hora drástica do mundo é convencer cada homem e mulher do dever de temer a Deus e dar-Lhe glória. De tudo que se tem ouvido o fim é: Teme a Deus, e guarda os seus mandamentos. Porque este é o dever de todo o homem (Ecl. 12:13). Sem obediência a Seus mandamentos nenhum culto pode ser agradável a Deus. “Porque esta é a caridade de Deus: que guardemos os Seus mandamentos (I João 5:3). O mundo tem trazido sobre si dolorosas conseqüências e graves enormes prejuízos em face de sua desobediência voluntária à lei de Deus. O temor de Deus e a glória devida ao seu nome estão desaparecendo mais e mais da terra, e, em conseqüência, a humanidade submerge-se cada vez mais numa onda de perversidade e de crimes a ponto de quase estar já a sossobrar. Mas tudo isto são os frutos de deixar Deus de lado, abandonar seu temor e desprezar o direito de glória que Lhe são devidos.



“PORQUE VINDA É A HORA DO SEU JUÍZO”



Esta declaração da profecia atesta haver um tempo pré-definido em que a hora do juízo chagaria. E que este tempo não chegara nos dias dos antigos profetas, evidencia-se no fato de nenhum deles ter-se referido ao juízo como um acontecimento já vindo. Todos os que dentre eles ao juízo fizeram menção, sempre o aludiram como um acontecimento ainda no futuro. Cristo, nos seus ensinos ao povo, referia-se várias vezes ao juízo; mas nunca o mencionou como um acontecimento chegado nos seus dias. O Salvador o colocou sempre no futuro (Mat. 10:15, 12:36-37). Os apóstolos muito falaram do juízo em suas epístolas; porém, o puseram no porvir (At. 17:31, 24:25, Rom. 2:16, II Ped. 2:4-9, Jud. 6).

Até ao tempo da Reforma Luterana, no século XVI, nenhum sucesso tomou lugar no mundo que pudesse ser interpretado como a chegada da hora do juízo. Lutero mesmo colocou o tempo do juízo para uns trezentos anos além de seus dias: “Eu espero que o futuro dia do juízo não esteja longe, e em verdade persuado-me de que não tardará trezentos anos mais; porque a palavra de Deus decrescerá e se obscurecerá por falta de pastores fieis e servos de Deus. Antes de muito ouvir-se-á: “Eis aqui, o esposo”. Deus não quer nem pode tolerar muito mais este mundo; deve apresentar-Se com o terrível dia e castigar o desprezo de Sua palavra” (Las Profecias de Daniel y el Apocalipsis,  vol. II, 262).

Deste modo, desde os antigos profetas e apóstolos até a Reforma do século XVI, o tempo do juízo predito não chegou, não fora anunciado – temei a Deus e dai-Lhe glória; porque vinda é a hora do Seu juízo.

Apreciamos, porém tanto no capítulo dez como nesta consideração do primeiro anjo, que a mensagem do juízo seria proclamada no mundo imediatamente ao chegar o “fim do tempo” em 1798. Desta data em diante poderíamos esperar a anunciação da chagada da hora do juízo. Além disso, a hora do juízo chegaria quando o “evangelho eterno” fosse proclamado num grande movimento mundial “a toda a nação, e tribo, e língua, e povo”, o que só poderia ser possível com o concurso das maravilhas da ciência moderna, segundo anunciara o profeta Daniel na sua profecia do capitulo doze. E foi este mesmo profeta que predisse o ano de 1844, em forma matemática, como o ano inicial da hora do juízo. Desde o ano de 1844, pois, segundo a profecia matemática de Daniel, vivemos sob a anunciação – “Temei a Deus e dai-lhe glória; porque vinda é a hora de seu juízo”.

A exposição da profecia de Daniel relativa ao ano de 1844 como ano da hora do juízo, pode ser apreciada no capítulo dez do Apocalipse, conjuntamente com a mensagem do grande movimento adventista do século dezenove.

Verificamos portanto, que desde 1844, vivemos na hora do juízo em que os homens são convidados a temer a Deus e dar-Lhe glória, a não ser que queiram enfrentar o juízo e perecer.

Enquanto no céu, no santuário de Deus, se processa o juízo desde 1844, na terra a mensagem do primeiro anjo adverte a civilização da sua realidade. Há perigo em não dar a devida atenção à mensagem de advertência. Todavia todos – o rico e o pobre; o sábio e o ignorante, o rei e a rainha, o grande e o pequeno, o moço e o velho – todos hão de prestar suas contas no augusto tribunal do Universo. Poderá o indivíduo ter a religião que tiver – cristã, maometana, budista, xintoísta, ou qualquer outra – comparecerá da mesma maneira à barra do grande tribunal. Não importa a quanto tempo tenha o homem ou a mulher cometido sues erros contra a Lei de Deus. Todos os seus atos serão revelados e julgados com precisão, embora praticados há muito e mesmo esquecidos na terra.   

Faz já muitos anos, numa cidade da Alemanha, umas crianças penetraram no cemitério, e se dirigiram para uma sepultura que estava sendo aberta. Ali viram uma caveira e começaram a gritar: “Olha a caveira se move; a caveira esta se movendo”. O coveiro que estava ali perto tomando um lanche, ordenou às crianças que se retirassem imediatamente do cemitério. Depois voltou o coveiro à sepultura, e realmente constatou que a caveira se movia. Virando então a caveira, notou que dentro dela havia um sapo que a fazia mover-se. Porém o coveiro notou outra coisa na caveira. Verificou que na parte superior dela, havia um prego enterrado. Logo, veio-lhe a idéia que a pessoa antes ali sepultada havia seguramente sido assassinada com um prego na cabeça. Ele que por muitos anos era coveiro naquele cemitério, começou a meditar sobre quem teria sido enterrado naquela cova. Finalmente concluiu que um antigo ferreiro daquela localidade, ali fora sepultado há 25 anos atrás. Imediatamente levou o caso à policia. E a polícia por sua vez, inquiriu a viúva do ferreiro que se casara com um empregado da ferraria logo após à morte do ferreiro. Então a viúva e seu novo marido, ante os apertos da polícia, foram obrigados a confessarem-se autores do crime de assassinato do ferreiro. Ela enamorou-se do empregado de seu esposo, e ambos concordaram matá-lo numa noite em que ele chegasse embriagado em casa, como era o seu costume, e então casarem-se. Julgaram que com um prego na cabeça o crime nunca seria descoberto. Porém, depois de 25 anos passados, o caso revelou-se, e os dois foram enforcados, pagando com a vida o crime que concordemente cometeram mas que julgaram um caso encerrado, desde que o haviam cometido.

Aquele sapo não entrara na caveira do ferreiro por acaso. Aquelas crianças não entraram no cemitério por mera casualidade. Foi a providência que, no devido tempo, tomou certas medidas para que o crime e seus autores fossem revelados. Há muita gente que julga que certos atos seus estão ignorados e que jamais serão revelados. Pode ser que em verdade nunca sejam revelados por seus semelhantes. No entanto, dia virá em que a Providência os lembrará para dar a seus autores a verdadeira paga.



A ÚNICA ESPERANÇA NO GRANDE TRIBUNAL



Jesus Cristo é a única esperança do pecador no juízo; é o Advogado exclusivo do pecador perante o supremo Juiz (I João 2:1); é o único mediador entre Deus e os homens na suprema corte de justiça do universo (I Tim. 2:5); só por ele poderá o pecador reconciliar-se com Deus e salvar-se da condenação, no juízo (Isa. 55:6). Nossa urgente necessidade é buscarmos, sem perda de tempo, o Advogado que poderá ganhar nossa causa no tribunal supremo. Uma entrega de nossa vida a Jesus, para amá-Lo e servi-Lo com inteiro coração, é que o levará a tratar do nosso caso e conseguir nossa absolvição. Se ao Advogado não entregarmos nossa vida, um dia Ele tornar-se-á nosso juiz.



O APELO FINAL DA MENSAGEM DO PRIMEIRO ANJO



O primeiro apelo da mensagem do primeiro anjo é – Temei a Deus e daí-lhe glória; porque vinda é a hora do seu juízo. O segundo e final apelo é – E adorai aquele que fez o céu, e a terra, e o mar, e as fontes das águas. Deduzimos desta mensagem que, ao chegar, desde 1844, o tempo que precederia o fim do mundo, Deus deveria ser crido e adorado como o Criador de tudo quanto existe. E, de todos quantos aceitam o “evangelho eterno”e adoram a Deus criador de todas as coisas, está escrito: “Aqui está a paciência dos santos: aqui estão os que guardam os mandamentos de Deus e a fé em Jesus” (Apc. 14:12).

Os mandamentos de Deus os encontramos na Sua lei escrita por Seu próprio dedo no Monte Sinai, que são tão imutáveis como Ele o é (Exo. 20:3-21, Mal. 3:6, Heb. 13:8, Tia. 1:17). A lei de Deus contém o reflexo de Seu santo caráter divino, e, os que a guardam são nessa profecia chamados “santos” e possuidores da fé de Jesus. Assim são considerados na revelação os que aceitam o “evangelho eterno” a partir do ano de 1844. Eles se distinguem –aqui estão” – de todos os demais religiosos e religiões, por obedecerem aos mandamentos da lei de Deus. Sabem que não poderão obedecer ao “evangelho eterno” desprezando o eterno Decálogo que ele contém. Sabem que não poderão ser perdoados pela divina graça enquanto persistirem no pecado que é o fruto da violação dos mandamentos da lei do Todo-poderoso Deus. Em outras palavras, eles não só guardam os mandamentos Deus por ser justo guardá-los, mas porque sabem que, segundo os ensinos do Velho e Novo Testamentos, um dia serão por eles julgados (Ecl. 12:13-14, Tia. 2:10).

Segundo a tríplice mensagem angélica deste décimo quarto capítulo, é a lei do divino Decálogo que aponta “Aquele que fez o céu, e a terra, e o mar, e as fontes das águas”. E é exatamente no quarto mandamento da lei que isto é demonstrado por seu próprio Legislador. Leiamos novamente o quarto mandamento.

“Lembra-te do dia do sábado, para o santificar. Seis dias trabalharás, e farás toda a tua obra. Mas o sétimo dia é o sábado do Senhor teu Deus; não farás nenhuma obra, nem tu, nem teu filho, nem tua filha, nem o teu servo, nem a tua serva, nem o teu animal, nem o teu estrangeiro, que está dentro das tuas portas. Porque em seis dias fez o Senhor os céus e a terra, o mar e tudo o que neles há, e ao sétimo dia descansou: portanto abençoou o senhor o dia do sábado, e o santificou” (Ex. 20:8-11).  

Notemos pelas palavras do quarto mandamento que Deus criou o mundo em seis dias e abençoou e santificou o sétimo dia, o sábado, para um propósito altamente definido, isto é, para lembrá-Lo perpetuamente como Criador do céu, da terra, do mar e de tudo quanto neles há. Em outros termos, o sábado é o dia semanal comemorativo da criação do mundo. É pela observância do sábado que Deus espera ser reconhecido e adorado pelos habitantes do mundo como Criador, mantenedor e doador de todas as coisas. Devemos, pois, ver no sábado do sétimo dia o legítimo fundamento do culto divino. Exatamente antes do fim do mundo e da segunda vinda de Cristo, a começar com o ano de 1844, esta gloriosa verdade deveria ser anunciada na terra segundo esta infalível profecia. Deus deseja ser adorado como aquele que em seis dias criou o maravilhoso mundo que deu a seus filhos para nele desfrutarem das obras se Sua gloriosa criação realizada em seis dias.

A razão porque, neste derradeiro final da história humana, esta mensagem apocalíptica conclama, de modo especial, o mundo a adorar a Deus como Criador, está no fato do surgimento da moderna teoria da evolução ensinada e criada não só por ateus declarados como por ateus cristianizados ou ateus evangélicos. Foi Charles Darwin quem modernizou a teoria da evolução professada desde a antiguidade. Em 1856, quando já o “evangelho eterno” estava sendo anunciado ao mundo há doze anos por um povo especial, e Deus sendo dado a conhecer como Criador, segundo demonstrado pelo sábado do quarto mandamento do Decálogo, deu Darwin à publicidade o seu livro intitulado: A Origem das Espécies, em que contraria abertamente a doutrina criacionista do quarto mandamento da lei de Deus e do evangelho de Jesus Cristo. Depois de Darwin e seus imediatos discípulos, surgiram muitos outros defensores da sua teoria, invadindo o mundo com uma avalanche de novas modalidades da doutrina da evolução, trazendo como conseqüências o ateísmo, o gnosticismo e a incredulidade ao negar a verdade criacionista expressa, em toda a extensão da palavra, no quarto mandamento da lei de Deus.

Duas são as principais teorias evolucionistas sobre a origem do mundo e da vida, negando ambas a sublime verdade da criação, contida no mandamento do repouso do sábado do sétimo dia. O ateísmo crê numa evolução mecânica produzida sem plano algum e por obra da casualidade. Ensina que em algum tempo, em algum lugar e de algum modo, no passado distante, certos elementos químicos, em meio apropriado de calor e umidade, deram a origem à primeira célula, e assim começou a evolução. Esta é a teoria evolucionista da “geração espontânea” ensinada já por Aristóteles ao mundo antigo. Dizia ele que todas as formas de seres vivos inferiores, tais como os vermes e as pulgas, e mesmo as rãs e ratões, brotavam espontaneamente da terra úmida. Escrevia ele: “todos os corpos secos que se tornam úmidos, e todos os corpos úmidos que se tornam secos, engendram vida animal”.

E Van Helmont (1577-1644), célebre médico que se notabilizou durante o pomposo reinado de Luiz XV de França, e que por certo aprendeu da teoria de Aristóteles, escreveu: “Os odores que se desprendem dos fundos dos brejos e pântanos produzem rãs, lesmas, sanguessugas, ervas e outras coisas”. Chega até a dar uma receita para produzir um grupo de ratões, à vontade, pois dizia que “não é preciso senão encher de grãos de trigo parte de um vaso com alguns trapos velhos e sujos. Ao cabo de algumas semanas, o fermento desprendido dos trapos sujos e estimulado pelo odor dos grãos, transformará esse trigo em ratões”. Outro absurdo era ensinado pelo Dr. Van Helmont; dizia ele: “Faça-se um buraco num tijolo e encha-se de manjericão moído, cubra-se com um segundo tijolo de tal maneira que o buraco fique completamente fechado. Exponham-se os dois tijolos ao sol e, ao cabo de uns quantos dias, o odor de manjericão, atuando como fermento, transformará essa erva em verdadeiros lacraus ou escorpiões”.

Quão absurda é hoje esta teoria da “geração espontânea” que, podemos dizer, teve por pai a Aristóteles. Todavia esta teoria é ainda aceita pelo ateísmo e evolucionismo modernos, embora provada sobejamente, por Pasteur, não ser mais que  irrisória e falsa. Eis o que dissera e provara Pasteur: “não existe nenhuma circunstância conhecida hoje, que nos justifique na afirmação de que os organismos microscópios entraram no mundo sem germes, sem pais semelhantes a si mesmos. Os que fazem esta afirmação foram vítimas de ilusões ou experiências mal realizadas, anuladas por erros que não souberam apreciar nem evitar” (O Atalaia, Set. de 1939). Em resumo, ensinou Patseur e outros também depois dele, que “a vida só pode proceder de vida anterior da mesma espécie”, - fato que nulifica a teoria evolucionista da geração espontânea nalgum lugar, de algum modo e em algum tempo de uma única célula perdida.

Outro grupo de evolucionistas, chamados “deístas”, crêem e ensinam que um Criador fez no princípio o universo, estabeleceu também algumas leis, e deixando tudo à sua própria sorte para que se desenvolvesse por si só, não mais se interessou na marcha do mundo. Infelizmente este grupo de evolucionistas granjeou numerosos adeptos nas fileiras do cristianismo nominal. E estes cristãos apóstatas procuram harmonizar as teorias ateísticas da evolução com a realidade da criação ensinada na Bíblia no primeiro capítulo de gêneses. Cegados pelo inimigo da verdade e de Deus, vêm nos dias da criação as épocas hipotéticas em que o evolucionismo pretende ter sido formado o mundo com seus abundantes e variados seres. Era bem de ver que este falso cristianismo tivesse forçosamente de abandonar a teoria genésica verdadeira dum Deus Criador, ao abandonar o repouso semanal do sábado do sétimo dia.

No quarto mandamento, a palavra “dia”, empregada com um adjetivo numeral diante dela, demonstra indicar um dia literal e definido de 24 horas. “seis dias trabalharás”. “porque em seis dias fez  o Senhor os céus e a terra, e o mar e tudo que neles há, e ao sétimo dia descansou”. A palavra hebraica “dia”, do mandamento escrito por Deus, apontando os “seis dias” da criação, é “yon”, sendo a mesma empregada por Moisés ao dar ciência, no Genesis, dos dias da criação. E uma vez que o sétimo dia, que também faz parte da semana da criação, é um “yon” ou um dia de 24 horas para repouso do homem, evidentemente os “dias” da criação como referidos no Genesis, são dias de 24 horas e não períodos ilimitados de tempo. Outro argumento que atesta que os dias da criação são dias literais de 24 horas, evidencia-se no fato de serem constituídos de duas partes distintas, ou seja, “tarde” e “manhã”. E que a tarde se inicia ao pôr do sol, há provas claras na Bíblia. “E tendo chegado a tarde, quando já se estava pondo o sol... (Mar. 1:32), “Senão no lugar que escolher o Senhor teu Deus, para fazer habitar o Seu nome, ali sacrificarás a páscoa à tarde, ao pôr do sol, no tempo determinada da tua saída do Egito” (Deut. 16:6). Logo, a tarde é a parte escura do dia de 24 horas e a manhã sua parte clara, o que prova enfaticamente que nossos atuais dias de 24 horas são idênticos aos dias da criação revelados no Genesis. Os cristãos evolucionistas cometem flagrante violação da verdade abjurando a criação em seis dias literais, como dada na Bíblia, e recusando reconhecer Deus como Criador segundo o mandamento do sábado O apresenta.

Não poderia ser maior o absurdo do ateísmo evolucionista em querer convencer o mundo que o acaso juntou elementos químicos para formar uma célula, e que esta, afinal, tornara-se em sapo após milhões de anos, e assim sucessivamente, transformando-se em outros seres em milhões de milhões de outros anos, até redundar num chipanzé e este num homem. Outro absurdo, gêmeo com este, é o do cristianismo sem Cristo que admite que Deus abandonou o mundo à sua sorte e desenvolvimento próprio. Estes evolucionistas chamados cristãos são os legítimos responsáveis pela existência de ateísmo evolucionista e em grande parte do abandono de Deus pelo mundo.

Os evolucionistas ignoram que as leis do Criador em sua criação, não são inteligências criadoras, mas sim o meio pelo qual Ele mantém o mesmo ritmo de Suas obras criadas. Suas leis nos reinos de Sua criação, não aperfeiçoam Suas obras nem criam novas espécies. Elas tão somente regem as obras da criação “acabadas desde a fundação do mundo” (Heb. 4:21). Assim, as leis naturais devem manter perfeitas as obras do Criador e não transformá-las ou aperfeiçoá-las. Não há maior disparate do que dizer que um arquiteto pode entregar o desenvolvimento e aperfeiçoamento de suas obras à direção delas mesmas!

Ao passarmos pelos olhos as teorias evolucionistas da origem do mundo e de tudo quanto nele há, ficamos emaranhados em meio a tanta confusão de hipóteses sem fundamento. No Genesis, porém, não existe nenhuma confusão. Ele revela uma criação lógica e atesta-nos que o primeiro homem, Adão, veio de Deus, por um ato de sua criação, assim como antes dele o mesmo Criador trouxe à existência os seres inferiores e a própria terra com seus minerais e vegetação, imediatamente à sua ordem imperativa – Haja.

Infelizmente as teorias da evolução são inculcadas na mente da infância e juventude mesmo até nas escolas do mundo. Desde a tenra idade, a nova geração esta sendo apartada de um Deus Criador, e, as conseqüências que já se têm demonstrado graves – na existência de maior número de ateus – serão ainda mais graves no futuro. Desgraçadamente o aluno pensa que as idéias do professor ateu, sobre a origem do mundo e da vida, devem ser exatas simplesmente porque ele é um professor. E assim, sem se dar conta, a nova geração, ensinada por mestres ateus, está aprendendo como abandonar a Deus. Também a evolução afasta o pecador do plano da salvação de Deus em Cristo. A Bíblia, a revelação de Deus, ensina que o homem foi criado perfeito pelo Criador; que caiu em pecado arruinando-se inteiramente e que ele pode ser salvo aceitando o sacrifício de Cristo, na cruz, para redimi-lo. Mas a evolução ensina que o homem não foi criado por Deus nem caiu, estando ainda evoluindo. Daí uma tal doutrina, se pode ser chamada doutrina, afastar o homem do único meio provido por Deus para salvá-lo.

Hoje a ciência moderna desmascara a teoria da evolução. Os evolucionistas dizem que sua teoria é uma ciência. Mas os homens de ciência dizem que a ciência é o que pode ser provado nos laboratórios e que, o que neles não pode ser provado, não é ciência. E a evolução jamais pôde ser provada nos laboratórios científicos. É certo que a teoria da criação apresentada no Genesis não pode ser também provada nos laboratórios da ciência, pois eles não produzem a vida resultante desta teoria que é uma divina ciência aceita pela fé. Foi a perda da fé que levou os ateus e cristãos a inventar a teoria deletéria da evolução.

A moderna ciência, verdadeiramente, deu o golpe de misericórdia na teoria ateística evolucionista. Esta ensina que toda a vida proveio de uma só célula, de uma só classe de carne. Mas, demos graças a Deus que a moderna ciência da biologia deu o seu inexorável golpe fatal nesta falsa teoria. Está constatado que o homem não tem uma só espécie de célula em seu organismo físico. A ciência biológica prova que as células são de espécies várias, tanto no homem como nos animais irracionais, e variam no tamanho, forma e composição química. A carne de porco tem um gosto, a de vaca tem outro gosto, a de galinha outro gosto, as de outras aves outros gostos, a de outros animais quadrúpedes manifestam vários outros gostos e a de peixe outro gosto ainda. Se todos os animais proviessem de uma só célula, suas carnes, forçosamente, teriam todos os mesmo gostos e sabor. Mas tendo toda a carne sabor diferente, significa que grupos de células têm elementos químicos diferentes. E assim nem todos tiveram a mesma origem.

Está constatado que até o sangue de cada espécie é diferente. Não faz muito temia-se que certo homem cometera um crime. O detetive descobriu uma mancha de sangue na lapela do seu casaco. Interrogado, disse o homem ser sangue de uma galinha que matara. O detetive o levou para exame daquela mancha. E vinte e quatro horas depois, o laboratório contatou que o sangue da lapela era o mesmo da vítima.

Também o espermatozóide é diferente em cada espécie e as raças diferentes, por isso mesmo, não podem cruzar-se. Outro ponto de engano evolucionista é a afirmativa de haver novas espécies. Mas alguns homens de ciência ergueram-se contra esta farsa da evolução, afirmando que o que os evolucionistas dizem ser evolução, são variações dentro da mesma espécie. Diziam que os lobos eram espécies e tornaram-se cães. Agora foi confirmado que os lobos e cães constituem uma espécie única. Têm o mesmo sangue, as mesmas células e o mesmo número de cromossomos ou elementos de reprodução no espermatozóide. Também no reino vegetal há variedade dentro da mesma espécie devido ao fator circunstância. Uma linda flor no Brasil será diferente da Terra do Fogo, na cordilheira dos Andes será ainda mais diferente na cor e até mesmo as folhas de sua planta serão diferentes. Pensam os ateus que isto é evolução quando não passa de variedade devido às circunstâncias climatológicas. É variação e não evolução.

Quão mais razoável é crer na criação segundo o Genesis do que na teoria ilógica e confusa da evolução. Se os homens se tivessem demonstrado fieis em observar o sábado, jamais haveria surgido a absurda teoria evolucionista. Cada sábado a humanidade lembrar-se-ia do seu Criador e agradecer-lhe-ia a vida. Mas, ao recusarem a observar o sábado como o dia de repouso semanal, ignoram que Deus é o seu Criador, e pensam que seus ascendentes foram macacos, aves, peixes, sapos e “infusórios”.

Certo tempo houve, no princípio do mundo, que o sábado era o dia de descanso acatado por toda a terra. Porém foi esquecido e abandonado e com ele o próprio Criador. Faz bem mais de cem anos que os brasileiros festejam a data pátria de sete de setembro. E por que a festejam anualmente neste mesmo dia? A resposta é simples: por que foi nesse e não noutro, que o Brasil se tornou nação independente e soberana. Mas, se deixassem de celebrar esta data durante muitos anos, futuramente, nenhum dos brasileiros conheceria mais a origem da independência do Brasil. A nação sabe, porém, como manter viva a chama do patriotismo indispensável à unidade nacional; e que melhor maneira de fazê-lo do que comemorando ininterruptamente, esta data 7 de setembro – mantendo assim o amor pátrio entre as novas gerações sucessivas?

Assim, se os homens se mantivessem fieis em observar o repouso do sábado como comemoração da criação do mundo, seus descendentes continuariam a fazê-lo sempre. Mas, ao deixarem sua observância esqueceram seu Criador, e, esse esquecimento, arrastou-se a toda espécie de especulações sobre a origem do mundo e da vida, e pouco a pouco foram levados a rejeitar a lei de Deus e Seu culto, definitivamente, e em resultado colhem funestos frutos nos vários setores da vida. Sim, o abandono do sábado trouxe tremendas conseqüências em todas as relações dos homens. Abandonando-o e abandonando com ele o Criador que ele revela, viram-se desobrigados da obediência ao Ser Supremo, e um dos grandes e calamitosos resultados que disso adveio ao mundo, são suas tragédias políticas internacionais e nacionais insolúveis, permeadas de ódio, de agressão e de mortandade em massa.

Nenhum dos males do mundo existiria se o homem houvesse observado semanalmente o sábado em comemoração à criação efetuada por Deus. Guardando o sábado, seria levado a observar os outros nove mandamentos da lei de Deus, o que teria resultado em felicidade e bem-estar permanentes à família humana. Mas foi a teoria malsã da evolução que excluiu a Deus e levou o ateísmo e o cristianismo nominal a rejeitar o sábado, dia comemorativo da criação de Deus. A razão por que a mensagem apocalíptica ordena: “E adorai aquele que fez o céu, e a terra, e o mar, e as fontes das águas”, tem um grande propósito em vista: levar o homem outra vez a Deus pela Observância sincera do sábado e torná-lo feliz em novamente reconhecer o Criador do mundo e seu próprio Criador.

As sete razoes seguintes, auxiliarão a todo homem a reconhecer a Deus como o Criador revelado no quarto mandamento da lei de Deus e a abandonar as teorias desintegradoras da evolução:

1.   Pode-se provar, por meio duma lei matemática inflexível, que o nosso universo foi concebido e realizado por uma grande inteligência arquitetônica.

2.   Os recursos de que a vida dá provas, para realizar os seus fins, são a manifestação duma inteligência Onipotente.

3.   A sabedoria dos animais traduz irresistivelmente a presença dum bom Criador que Infundiu o instinto nas suas criaturas, de outro modo indefesas.

4.   O homem tem alguma coisa mais do que o instinto – a força da razão.

5.   Certos fenômenos que nos são hoje conhecidos, mas que não o foram de Darwin – tais como o prodígio dos genes – revelam a pré-determinação de  todos os seres vivos.

6.   Perante a economia da natureza, somos forçados a concluir que só a infinita sabedoria podia ter previsto e disposto tudo com tão arguto equilíbrio.

7.   A simples concepção da idéia de Deus pelo espírito do homem constituiu uma prova irrespondível (Seleções do Reader’s Digest, março 1947, pág. 43-46).



A MENSAGEM DO SEGUNDO ANJO



VERSO 8 – “E outro anjo seguiu dizendo: Caiu, caiu Babilônia, aquela grande cidade, que a todas as nações deu a beber do vinho da ira de sua prostituição”.



“E OUTRO ANJO SEGUIU...”



A mensagem do primeiro anjo para a segunda vinda de Cristo, atingiu sozinha a todo mundo até 21 de março de 1844, data prefixada pelo movimento nos Estados Unidos, pelo grande movimento religioso do século XIX. E daí em diante, até à segunda data apontada, isto é, 22 de outubro do mesmo ano de 1844, foi cumprida e proclamada a mensagem do segundo anjo, por aquele mesmo grande movimento, conjuntamente ainda com a do primeiro anjo. Pois sua mensagem está tão ligada à do primeiro anjo que dele é dito tê-lo seguido imediatamente.



A SIGNIFICAÇÃO DO TERMO BABILÔNIA



Babilônia foi a primeira cidade edificada depois do dilúvio, remontando daí o seu nome que encheu os séculos. Foi erguida para ser o centro religioso mundial como atesta o significado do seu nome: “porta para Deus”. Todavia o seu culto era contrário a Deus, pelo que nele interveio, demonstrou-lhe o Seu desagrado, derrubou-lhe o seu maior monumento e confundiu os seus habitantes, originando-se daí um novo significado de seu nome – confusão. Mais tarde, através de profecias definidas, Deus lavrou a sua destruição que foi cumprida com todo o rigor da Sua ira (Gen. 10:8-10, 11:1-9). Porém, ao ser proclamada a mensagem do segundo anjo anunciando a queda de Babilônia, a velha cidade deste nome já não existia há séculos – estava totalmente em ruínas.

Segundo os capítulos dezesseis, dezessete, dezoito e dezenove do Apocalipse, a Babilônia desta profecia é simbolizada pela antiga Babilônia do Rio Eufrates. É uma Babilônia espiritual, uma corporação de indivíduos que, como os fundadores habitantes da Babilônia de outrora, pretendem não só a supremacia religiosa no mundo como julgam ascender a Deus por suas obras como os edificadores daquela antiga Babilônia. Mas, seu culto, como o daquela, é contrário à justiça de Deus, pelo que é ela também confusão e está votada pelas profecias também à completa destruição.

No capítulo dezessete, Babilônia é apresentada no emblema duma mulher, em cuja testa vira o profeta esta inscrição: “Mistério, a grande Babilônia, a mãe das prostitutas e abominações da terra”. Uma mulher é símbolo duma igreja. E, aqui trata-se, portanto, duma igreja a que a profecia chama de Babilônia, uma igreja que deve exercer supremacia mundial religiosa como exerceu nos seus dias a Babilônia do passado. E que a revelação do capítulo dezessete trata da igreja católica; o capítulo diz que ela é “mãe de prostitutas”, isto é, de igrejas infiéis que dela saíram e que são as igrejas protestantes caídas que saíram de Roma e que em conjunto podem receber o título de Roma - protestante.

No capítulo dezesseis, é mencionado que, por ocasião da sétima praga, a “grande cidade” fender-se-á “em três partes” e que da grande Babilônia se lembrou Deus, para lhe dar o cálice do vinho da indignação da sua ira. Note-se que a “grande Babilônia” espiritual surge nessa outra profecia composta de três partes, ou seja, de três grandes corpos religiosos. No versículo treze deste mesmo capítulo (cap.16:13) verificamos os três setores que compõem a Babilônia moderna: o primeiro e o mais antigo é o paganismo sob a forma de dragão; o segundo é a igreja católica sob a tutela da besta papal; e o terceiro é o protestantismo estadunidense, constituídos de igrejas filhas da igreja Roma-mãe, sob a égide do falso profeta, ou seja, a besta de “dois chifres semelhantes aos de um cordeiro”, que são os Estados Unidos protestante. Temos assim demonstrado pela própria revelação o que é Babilônia, e, portanto, estamos em condições para tratarmos de sua queda e entendê-la com precisão.



“CAIU, CAIU, BABILÔNIA, AQUELA GRANDE CIDADE”



Esta apresentação de Babilônia como uma “grande cidade”, vem confirmar o que dela apreciamos acima fundados noutras declarações do Apocalipse. Agora, a pergunta que aqui cabe antes de prosseguirmos, é esta: A denuncia da queda de Babilônia exarada no versículo oito do capítulo que estamos considerando, cumprida em 1844, alude à Babilônia integral ou apenas uma das partes que a compõem? A resposta poder-se-ia dar rápida e segura; mas a prudência exige uma análise dos três componentes de Babilônia, para que o poder acusado possa ser posto fora da possibilidade de duvida e de defesa própria.

O paganismo, o primeiro setor de Babilônia, sempre foi um poder religioso caído desde a remota antiguidade, pelo que está fora de vermos nele uma queda espiritual em 1844. Quanto ao catolicismo, tem este estado em uma condição espiritual de queda por séculos como bem atesta a sua história como potência religiosa, pelo que não podemos ver sua queda em 1844. Resta-nos sondar agora o setor protestante da Babilônia. Não nos é estranha a grande reforma da corrupção papal iniciada pelo protestantismo, no século XVI, que em verdade foi a princípio uma obra notável. E podemos afirmar, fundamentados na carta relativa à igreja de Sardo, que o protestantismo constituiu a igreja de Deus até quase meados do século XIX, quando recebeu a poderosa luz do grande movimento mundial adventista, referido no capítulo dez e na mensagem do primeiro anjo. Não há assim dúvida alguma de que o protestantismo, em 1844, era o único setor de Babilônia que ainda não havia caído e, por conseguinte o único que se achava em posição que permitia sofrer uma queda espiritual. Portanto, é inevitável a conclusão de que a mensagem de que anuncia a queda de Babilônia se refira às igrejas protestantes. Com sua queda, pode dizer-se então que “Babilônia, aquela grande cidade”, caiu. Anteriormente não se podia dizer que ela havia caído enquanto ainda uma parte, o protestantismo, estava de pé como sendo a igreja de Deus. Depois, porém, que a condição do mundo protestante piorou e sacrificou ele a pura verdade divina do evangelho de Cristo, é que somente pode Babilônia sofrer uma queda espiritual e a grave denuncia – caiu, caiu, Babilônia aquela grande cidade – ser então proclamada.

Esta mensagem não demonstra que o protestantismo, e bem assim Babilônia, caiu brusca e rapidamente em 1844, mas que naquela data, ao rejeitar a grande luz do advento, entrou ele em processo de queda mais acentuada, enveredando para a queda total e final como trata o capítulo dezoito.

“A mensagem do segundo anjo do Apocalipse, capítulo quatorze, foi primeiramente pregada no verão de 1844, e teve naquele tempo uma aplicação mais direta às igrejas dos Estados Unidos, onde a advertência do juízo tinha sido mais amplamente proclamada e em geral rejeitada, e onde a decadência das igrejas, mais rápida havia sido” (O Conflito dos Séculos, E. G. White, 389).

A mensagem do segundo anjo recebeu sua devida atenção pelos sinceros crentes dos Estados Unidos. A obra de Guilherme Miller, que “tendia edificar as igrejas, foi por algum tempo olhada com favor. Mas, decidindo-se os ministros e os dirigentes religiosos contra a doutrina da segunda vida de Cristo, e desejando suprimir toda agitação a respeito, não somente se opuserem à mesma, do púlpito, mas também negaram a seus membros o privilégio de assistir a pregações sobre o assunto, ou mesmo falar de tal esperança nas reuniões de oração da igreja. Assim, encontraram-se os crentes em grande provação e perplexidade. Amavam suas igrejas e repugnava-lhes o separar-se delas; mas como vissem suprimido o testemunho da palavra de Deus e negado o direito de investigar as profecias, compreenderam que a lealdade para com o Senhor lhes vedava a submissão. Não poderiam considerar, aos que procuravam excluir o testemunho da palavra de Deus, como constituindo a igreja de Cristo, “coluna e base da verdade”. Daí o se sentirem justificados em desligar-se dessas congregações. No verão de 1844 aproximadamente cinqüenta mil se retiraram das igrejas” (O Conflito dos Séculos, E. G. White, 376).

As igrejas que recusaram receber a mensagem do primeiro anjo, rejeitaram a luz do céu e caíram do favor de Deus. Elas confiaram em sua própria força, e por se oporem à primeira mensagem colocaram-se onde não podiam ver a luz da mensagem do segundo anjo. Mas os bem-amados de Deus, que eram oprimidos, aceitaram a mensagem, e deixaram as igrejas” (Early Writings, E. G. White, 237).

“Mas a mensagem haveria curado os males que existiam então no mundo religioso? O profeta exclama, talvez com referência a este tempo: “Curamos a Babilônia, e não sarou” (Jeremias 51:9). Pergunta alguém como sabemos que a recepção da mensagem haveria tido esse efeito? Contestamos: porque tal foi o efeito em todos os que a receberam. Saíram de diferentes denominações, e as barreiras que os separavam foram niveladas; foram reduzidas a átomos os credos que estavam em conflito; abandonaram a esperança antibíblica de um milênio temporal, corrigiram suas falsas opiniões quanto ao segundo advento; o orgulho e a conformidade ao mundo se desvaneceram; corrigiam-se agravos; os corações se uniram na mais doce comunhão; reinaram supremos o amor e o gôzo. Se a doutrina fez tudo isto em favor dos poucos que a receberem, haveria feito o mesmo para todos se a houvessem recebido, porém a mensagem foi rechaçada (Las Profecias de Daniel y el Apocalipsis,  vol. II, 282-283).

A mensagem do segundo anjo, porém, não alcançou o completo cumprimento em 1844. As igrejas experimentaram então uma queda moral, em conseqüência de recusarem a luz da mensagem do advento; mas essa queda não foi completa. Continuando a rejeitar as verdades especiais para esse tempo, têm elas caído mais e mais. Contudo, não se pode ainda dizer que caiu Babilônia,... que a todas as nações deu a beber do vinho da ira da sua prostituição. Ainda não deu de beber a todas as nações. O espírito de conformação com o mundo e de indiferença às probantes verdades para nosso tempo, existe e está a ganhar terreno nas igrejas de fé protestante, em todos os países da cristandade; e estas igrejas estão incluídas na solene e terrível denuncia do segundo anjo. Mas a obra da apostasia não atingiu ainda a culminância.

“A escritura sagrada declara que satanás antes da vinda do Senhor, operará com todo o poder, sinais e prodígios de mentira, e com todo o engano da injustiça; e os que não receberam o amor da verdade para se salvarem serão deixados à mercê da operação do erro, para que creiam a mentira (II Tess. 2:9-11). A queda da Babilônia se completará quando esta condição for atingida, e a união da igreja com o mundo se tenha consumado em toda a cristandade. A mudança é gradual, e o cumprimento perfeito de Apocalipse, capítulo quatorze, verso 8, está ainda no futuro.

A pesar das trevas espirituais e afastamento de Deus prevalecentes nas igrejas que constituem Babilônia, a grande massa dos verdadeiros seguidores de Cristo deve ainda encontra-se em sua comunhão. Muitos deles há que nunca souberam das verdades especiais para este tempo. Não poucos se acham descontentes com sua atual condição e anelam mais clara luz. Debalde olham para a imagem de Cristo nas igrejas a que estão ligados. Afastando-se estas corporações mais e mais da verdade, e aliando-se mais intimamente como o mundo, a diferença entre as duas classes aumentará, resultando, por fim, em separação. Tempo virá em que os que amam a Deus acima de tudo, não mais poderão permanecer unidos aos que são mais amigos dos deleites do que amigos de Deus, tendo aparência de piedade, mas negando a eficácia dela.

O capítulo 18 do Apocalipse indica o tempo em que, como resultado da rejeição da tríplice mensagem do capítulo 14, versos 6-12, a igreja terá atingido completamente a condição predita pelo segundo anjo, e o povo de Deus, ainda em Babilônia, Será chamado a separar-se de sua comunhão. Esta mensagem é a ultima que será dada ao mundo, e cumprirá a sua obra. Quando os que não creram na verdade, antes tiveram prazer na iniqüidade (II Tess. 2:12), forem abandonados para que recebam a operação do erro e creiam na mentira, a luz da verdade brilhará então sobre todos os corações que se acham abertos para recebê-la, e os filhos do Senhor que permanecem em Babilônia atenderão ao chamado: “Sai dela, povo Meu” (O Conflito dos Séculos, E. G. White, 389-390).

Em 1844 sofreram as igrejas protestantes uma grande perda ao rejeitarem a poderosa luz que Deus lhes dera, e desta data em diante a derrocada do protestantismo tem sido mais rapidamente acentuada. Os parágrafos seguintes são inquestionáveis evidenciais de que o protestantismo se aproxima mais e mais do fatal princípio onde encontrará seu fim com os dois setores de Babilônia.

      “Por esse tempo (1844) uma assinalada mudança se presenciou na maioria das igrejas dos Estados Unidos. Há muitos anos se vinha verificando uma conformação cada vez maior, gradual mas constante, com as práticas e costumes do mundo, e bem assim um declínio correspondente na verdadeira vida espiritual; mas, naquele ano, evidenciou-se uma decadência súbita e notável em quase todas as igrejas do país. Se bem que ninguém parecesse capaz de indicar a causa, o foto em si mesmo era largamente notado e comentado, tanto pela imprensa como do púlpito.

      “Numa reunião do presbitério de Filadélfia, o Sr. Barnes, autor de um comentário largamente usado e pastor de umas da principais igrejas daquela cidade, declarou que estava no ministério fazia vinte anos e nunca, até a última comunhão, tinha administrado a ordenança sem receber na igreja novos membros, ora mais ora menos. Agora, acrescentou, não há despertamento nem conversões, tão pouco se evidencia crescimento em graça por parte dos que professam a religião, e ninguém chega ao seu gabinete de estudos a fim de falar a respeito da salvação da alma. Com o prosperar dos negócios e as brilhantes perspectivas do comércio e manufaturas, aumentou o espírito do mundanismo. Isto se dá com todas as denominações”.

      “No mês de fevereiro do mesmo ano, o professor Finney, do colégio Oberlin, disse: “Temos tido perante o espírito o fato de que, em geral, as igrejas protestantes de nosso país são, como tais, ou apáticas ou hostis a quase todas as reformas morais da época. Há algumas exceções, todavia, insuficientes para que isso deixe de ser geral. Nota-se, além disso, a falta quase universal de influencia revivificadora nas igrejas. A apatia espiritual invade quase tudo, e é terrivelmente profunda; assim testifica a imprensa religiosa de todo o país... Quase que geralmente, os membros da igreja estão-se tonando seguidores da moda: dão mãos aos descrentes nas reuniões de prazer, nas danças, nas festas, etc... (atualmente até mesmos rítimos musucais, e até blocos carnavalescos). Mas não necessitamos de nos expandir neste assunto lastimável. Elas se têm afastado muito do Senhor, que Se retirou delas.

      “E um escritor, no Religious Telescope, testificou”: - Nunca testemunhamos declínio religioso tão generalizado como no presente. Em verdade, a igreja deveria despertar e pesquisar a causa desta situação aflitiva; pois, como aflitivo é que deveria ser encarado este estado de coisas por todo aquele que ama a Sião. Quando nos lembramos de quão poucos e espaçados casos de verdadeira conversão existem, e da insolência e obstinação dos pecadores, quase sem precedentes, exclamamos como que involuntariamente: Esqueceu-se Deus de ser misericordioso? Ou está fechada a porta da graça?

      “Semelhante condição nunca prevalece sem causa na própria igreja. As trevas espirituais que caem sobre as nações, igrejas e indivíduos, são devidas, não à retirada arbitrária do socorro da graça divina, por parte de Deus, mas à negligência ou  rejeição da luz divina por parte dos homens”.

      “E, o Dr. Hopkins, no Tratado sobre o Milênio, declara: Não há motivo para se considerar o espírito e prática anticristãos como sendo restritos ao que hoje se chama de Igreja de Roma. Nas igrejas protestantes muito se encontra no anticristo, e longe estão de se acharem completamente reformadas das... corrupções e impiedade”.

Com respeito à separação da Igreja Presbiteriana da de Roma, escreve o Dr. Guthre: “Há trezentos anos, nossa igreja, com uma Bíblia aberta em seu estandarte, e ostentando esta divisa – Examinai as Escrituras” – saia das portas de Roma. Faz logo a significativa pergunta: saíram da Babilônia limpos? “A igreja anglicana”, diz Spurgeon, “parece estar profundamente minada pelo sacramentarismo; mas os dissidentes parecem quase tão contaminados pela incredulidade filosófica quanto ela. Aqueles de quem esperávamos melhores coisas estão-se desviando, um a um, dos fundamentos da fé. O coração da Inglaterra, creio eu, está completamente carcomido por uma condenável incredulidade, que ousa, todavia, ir ao púlpito e intitular-se cristã”. E assim a história do protestantismo cumpre a profecia!

“Professar uma religião tornou-se (1958) moda no mundo. Governantes, políticos, advogados, médicos, negociantes, aderem à igreja como o meio de alcançar o respeito e confiança da sociedade, e promover os seus próprios interesses mundanos. Procuram, destarte, encobrir, sob o manto do cristianismo, todas as suas transações injustas. As várias corporações religiosas, robustecidas com a riqueza e influencia dos mundanos batizados, mais ainda se empenham em obter maior popularidade e proteção. Pomposas igrejas, embelezadas de maneira a mais extravagante, erguem-se nas movimentadas avenidas. Os adoradores vestem-se com luxo e de acordo com a moda. Elevado salário é pago a talentoso ministro para entreter e atrair o povo. Seus sermões não devem tocar nos pecados populares, mas deverão ser suaves e agradáveis aos ouvidos da aristocracia. Deste modo, ímpios de elevada posição são alistados nos registros da igreja, e os modernos pecados escondidos sob o véu da piedade. Comentando a atitude atual dos professos cristãos para com o mundo, diz uns dos principais jornais seculares: “Insensivelmente a igreja tem seguido o espírito da época e adaptado suas formas de culto às necessidades modernas”. Todas as coisas, na verdade, que contribuem para tornar atraente a religião, a igreja hoje emprega com seus instrumentos”. E um escritor, no Independent de Nova York, assim fala a respeito do metodismo atual (1958): “A linha de separação entre os religiosos e irreligiosos se desvanece numa espécie de penumbra, e homens zelosos, de ambos os lados estão labutando para obliterar toda diferença ente seu modo de agir e seus prazeres”. ‘A popularidade da religião tente grandemente a aumentar o número dos que desejariam haurir-lhes os benefícios sem, de maneira honrada, fazer frente aos seus deveres’.

Diz Howard Crosby: É assunto para séria preocupação o encontrarmos a igreja de Cristo negligenciando o cumprimento dos desígnios do Senhor. Exatamente como os antigos judeus permitiram que o intercâmbio familiar com as nações idólatras lhes roubasse de Deus o coração... assim a igreja de Jesus, hoje, mediante a falsa parceria com o mundo incrédulo, abandona os métodos divinos de sua verdadeira vida e entrega-se aos costumes de uma sociedade sem Cristo – hábitos perniciosos embora muitas vezes plausíveis – usando argumentos e chegando a conclusões, estranhos à revelação de Deus e diretamente antagônicos a todo o crescimento em graça”.

      “O espírito de condescendência com o mundo está a invadir as igrejas por toda a cristandade. Roberto Atkins, num sermão pregado em Londres, pinta tenebroso quadro do declínio espiritual que prevalece na Inglaterra: “Os verdadeiros justos estão desaparecendo da terra, e ninguém toma isto a peito. Os que, atualmente, em todas as igrejas, professam a religião, são amantes do mundo, condescendentes com o mundo, afeiçoados ao conforto pessoal e desejosos de honras. São chamados a sofrer com Cristo, mas temem o vitupério... Apostasia, apostasia, apostasia, está mesmo gravado na frente de cada igreja: e se elas o soubessem e o sentissem, poderia haver esperança; mas, ai, elas exclamam: ‘Rico sou, e estou enriquecido, e de nada tenho falta’ (O Conflito dos Séculos, E. G. White, 376-377,386-387).

      “No tocante à apostasia das igrejas protestantes que estão promovendo a criação da imagem da besta, e à qual acima aludimos, convém ouvir o testemunho insuspeito do Rev. Carlos Beecher, eminente orador presbiteriano, cuja clarividência no assunto é incontestável. Em um sermão proferido por ocasião da dedicação da Segunda Igreja Presbiteriana de F. A. Wayne, Ind., ele disse: ‘Deste modo o ministério das denominações evangélicas protestantes está não somente sendo formado desde a sua base sob uma forte pressão de temor puramente humano, mas vive, move-se e respira em um ambiente totalmente corrupto, apelando a todo o momento para os mais baixos elementos da sua natureza a fim de ocultar a verdade e encurvar os joelhos ante o poder da apostasia. Acaso não foi esta a maneira como se passaram as coisas com Roma? E não estamos nós reproduzindo exatamente as mesmas coisas? Que é que vemos precisamente diante de nós? Um novo Concílio Ecumênico, uma convenção Geral! Aliança evangélica e Credo Universal. Os nossos melhores, mais humildes e mais devotados servos de Cristo estão alimentando no seu seio aquilo que um dia, que não vem longe, há de provar ser a desova do dragão... e é uma apostasia que há de declarar-se entre nós – uma apostasia que há de infligir o martírio a um homem que crê na sua Biblia com a mesma reverencia, sim, que crê até mesmo no que reza o credo, mas que concorda com o que disse a assembléia de Westminster, que, proposto como prova, o credo é uma imposição injustificável. Esta é a apostasia que temos de recear, e porventura não está ela já se declarando?

“Oh, infeliz igreja de Cristo, que rápida te precipitas no sorvedouro fatal de tua ruína!... Dia a dia é dado a todos presenciar como as coisas caminham para pior. Com pesar cada coração sincero é obrigado a confessar que existe podridão alhures, mais ai! Não há esperança de melhora. Nós passamos e a noite vem se aproximando. As ondas do futuro conflito, que há de convulsionar até o âmago o cristianismo, já podem ser pressentidas’.

      “Falham todos os sinais primitivos. Deus já não responde por Urim e Tumim, nem por sonhos ou profetas. Desfalecem os corações dos homens pelo temor a vista das coisas que estão sobrevindo ao mundo. Ecoa ao longe o ribombo dos trovões. Os ventos cruzam gemendo os seios dos abismos. Tudo anuncia a iminência daquela total tormenta da indignação divina, que há de varrer o refúgio da mentira” (O Sábado, G. Stein Filho, 206-208).

     “A mesma verdade geral recebe outra ilustração ainda mais triste. O Watchman and Reflector declarou recentemente que nunca havia sucedido entre as igrejas batistas tão lamentável difusão da dissensão como a que prevalece atualmente... Bastará lançar um olhar aos semanários de nossa própria denominação para convencer-se de que o mal não se limita aos batistas”.

     “O principal periódico metodista, o Christian Advocate, de Nova York, publicou em 1883 um artigo do qual copiamos as seguintes declarações: 1. Disfarse-se o fato como se quiser, a igreja se acha, em sentido geral, em rápida decadência espiritual. Ainda que cresça o número e em força monetária, se está volvendo extremadamente débil e limitada em sua espiritualidade, tanto no púlpito como entre os membros. Está assumindo a forma e o caráter da igreja de Laodicéia. 2... Milhares de ministros das igrejas locais e das associações e muitos milhares de membros leigos estão mortos e são de tão pouco valor como figueiras estéreis. Nenhum valor temporal ou espiritual tem sua contribuição ao progresso e aos triunfos do Evangelho por toda a terra. Se todos estes ossos secos de nossa igreja e suas congregações pudessem ressuscitar e ser requisitados para um serviço fiel e ativo, quão gloriosas e novas manifestações do poder divino se veriam”.

“O redator de Western Christian Advocate escreveu em 1893 acerca de sua igreja o seguinte: ‘A igreja dos metodistas escreve: a grande dificuldade conosco hoje estriba em que a salvação das almas em perigo recebe nossa última e menor consideração. Muitas de nossas congregações se conduzem como clubes sociais. Têm se trocado em centros de influência social. Procura-se formar parte deles para progredir na sociedade, nos negócios ou na política. Os pregadores convidados são aqueles que sabem ‘suavizar os textos para que afaguem cortesmente os ouvidos, e ocultem cuidadosamente a condenação. Os cultos dominicais servem de ocasiões para ostentar as elegâncias das últimas modas nos atavios. Mesmos os pequeninos são adornados como se fossem acólitos do orgulho. Se lêem os ‘Regulamentos’ é para cumprir com a letra de uma lei cujo espírito fugiu faz muito tempo. Os registros das classes estão cheios de nomes de pessoas inconversas. Podem se encontrar membros oficiais nos palcos de teatros e outros lugares onde brilham vestidos luxuosos. Os que recebem a comunhão participam nas carreiras, dão bailes e partidas de naipes, e assistem a elas. A distinção que há entre os que estão dentro da igreja e os que estão de fora é tão obscura que os homens se riem quando se lhes solicita que se unam à igreja, e às vezes nos dizem que fora dela encontram os melhores homens. Quando nos dirigimos às massas, com demasiada freqüência o fazemos com tão ostentosa condescendência que o respeito próprio as afugentam de nós.

      “E sem embargo, sob o orgulho dos ricos e ímpios, nos temos estendido tanto, que nos redundam necessários. A aplicação da letra inequívoca, poria em bancarrota nossa sociedade missionária, cerraria nossas igrejas luxuosas, paralisaria nossos interesses afins, deixaria sem emolumentos e em angústia a nossos pastores e bispos. Porém subsiste o fato de que deve acontecer uma de duas ciosas: Ou a disciplina deve purificar a igreja, ou o Espírito Santo de Deus buscará outros meios organizados. O machado tem sido posto à raiz da árvore. Somos chamados a arrepender-nos. A obra de Deus deve ser feita. Se estorvamos o caminho, Ele nos eliminara”.

“O Independente de Nova York, de 3 de dezembro de 1896, continha um artigo de D. L. Moody, do qual extraímos o seguinte: ‘Em um número recente de seu periódico, vi um artigo no qual um correspondente declarava que mais de três mil igrejas das organizações congregacionalistas e presbiterianas deste país não podiam informar que o ano passado um só membro houvesse sido acrescentado por profissão da fé. Pode ser isto verdade? Este pensamento apoderou-se de tal maneira de mim, que não posso afastá-lo de minha mente. Basta para horrorizar a alma de todo verdadeiro cristão”.

Se isto sucede nessas duas grandes denominações, qual será a condição das demais? Vamos ficar todos sentados tranqüilos e permitir que isto continue? Calarão nossos periódicos religiosos e nossos púlpitos como ‘cães mudos’, que não podem ladrar, em vez de advertir ao povo que se aproxima o perigo?  Não elevaremos todos nossa voz como trombeta acerca deste assunto? Que deve pensar o Filho de Deus de semelhante resultado de nosso trabalho? Que deve pensar um mundo incrédulo acerca de um cristianismo que não produz mais fruto? Não nos preocupam as multidões de almas que baixam à perdição cada ano enquanto todos nós permanecemos sentados e olhando-as? “Onde estará nosso país no fim dos próximos dez anos, se não nos despertarmos”? (Las Profecias de Daniel y el Apocalipsis,  vol. II, 285-287  -  1958)

Um pastor protestante disse: “A oração da fé tem quase desaparecido da igreja protestante”.

E nesta metade do século XX (1958) o protestantismo ainda jaz indiferente à verdadeira luz do evangelho de Cristo, conformando-se com a sua derrocada espiritual cada vez mais progressiva. O Dr. Gachelein, redator de “Nossa Esperança” escreveu o seguinte: “Como não há sinal nenhum de um reavivamento espiritual verdadeiro, há sinais sempre crescentes da predita apostasia. Por mais de um meio, mesmo antes da conclusão deste terrível conflito, está sendo colocado o fundamento para o edifício da Grande Babilônia, sob a direção de certas organizações, incluindo católicas, protestantes e judaicas, combatendo ao glorioso Senhor e àqueles que sinceramente defendem a fé que uma vez foi entregue aos santos. Há indícios solenes e significantes que, se o Senhor tardar em vir, o pequeno rebanho logo terá que enfrentar condições muito sérias.

Sim, o protestantismo deixou de andar na gloriosa luz do trono de Deus. E como resultado reina em seu meio a confusão sectária e doutrinária, a dissenção e a decomposição. O mundanismo e o orgulho estão aniquilando toda a planta de crescimento celestial em suas fileiras. A negação e rejeição das mais evidentes mensagens bíblicas destinadas a esta época estão sempre na ordem do dia em seu meio. É este o espírito do romanismo que o acompanha já desde muito. E a culminância desta triste condição voluntária será logo a união amistosa com Roma, como testifica a profecia do capítulo treze.

Disse o Dr. Harnack: “O protestantismo ameaça converter-se em eco servil e miserável do catolicismo. A catolização das igrejas evangélicas, com que se pretende fazer delas igrejas legalistas, doutrinárias e formalistas, é portanto um perigo tão grande, por colaborar nesta obra três poderosas potências para assegurar este processo de desenvolvimento, a saber, a indiferença das massas, a religião natural e o estado” (Los Videntes y lo Porvenir, L. R. Conradi, 650).

“Cristo queria que sua igreja fosse uma. Orou para que seus discípulos fossem um, como ele e seu Pai eram um; porque isso daria poder a Seu evangelho, e induziria ao mundo a crer nEle. Em vez disso, consideremos a confusão que existe no mundo protestante, as muitas paredes divisórias que o separam em uma rede de sociedades, e os muitos credos tão discordantes como as línguas daqueles que foram dispersos quando edificavam a torre de Babel. Deus não é autor disto. É o estado de coisas que a palavra ‘Babilônia’ descreve apropriadamente. Usa-se esta palavra evidentemente com este propósito, e não com um termo de opróbrio. Em vez de encher-se de ressentimento quando se menciona este termo, o povo devia antes de tudo examinar sua situação, e ver se em sua fé ou prática se tem feito culpado de ter alguma relação com esta ‘grande cidade’ da confusão. Em tal caso, deve separar-se imediatamente dela” (O Conflito dos Séculos, E. G. White, 388).

Quando a antiga Babilônia caiu, o povo de Deus daquele tempo foi dela liberto para voltar à sua terra de Canaã. A queda da Babilônia espiritual, anuncia também a breve libertação do povo de Deus para Canaã celestial. Como anunciado no capítulo dezoito, o povo de Deus deve ser liberto de Babilônia para não perecer com ela em sua queda final e inexorável.

     

O VINHO DE BABILÔNIA



“O grande pecado imputado à Babilônia é que ‘a todas as nações deu a beber do vinho da ira da sua prostituição’. Esta taça de veneno que ela oferece ao mundo representa as falsas doutrinas que aceitou, resultantes da união ilícita com os poderes da terra(Las Profecias de Daniel y el Apocalipsis,  vol. II, 277).

Recusando a mensagem do primeiro anjo, as igrejas protestantes confirmaram sua aceitação das doutrinas errôneas e corrompidas. Havendo rechaçado as doutrinas básicas das sagradas escrituras, aceitaram as falsas. Corromperam as puras verdades da palavra de Deus e embriagaram as nações com fábulas agradáveis à carne. Notemos as falsas doutrinas ou falso vinho duma falsa salvação com o qual foram entorpecidas as nações da terra por Babilônia, tanto no que respeita ao setor católico como ao protestante:

A Imaculada Conceição (O Dogma da Imaculada Conceição estabelece que Maria foi concebida sem mancha de pecado original. O dogma foi proclamado pelo Papa Pio IX  -  www.acidigital.com/Maria/imaculada.htm - 20/06/2011) negando a habitação de Cristo com a carne humana.
Substituição da mediação de Cristo por uma mediação sua própria.

Substituição do sacerdócio de Cristo por um sacerdócio terreal.

O perdão dos pecados por um homem, separando assim Jesus dos pecadores como o Único que pode perdoar o penitente.

A salvação pelas obras em vez de pela fé do evangelho.

O sacrifício da missa em que implica a doutrina da transubstanciação infundada no evangelho de Cristo.

O ensino das tradições em lugar das doutrinas das Sagradas Escrituras.

Mudança do dia de repouso do sétimo para o primeiro dia da semana.

A doutrina da imortalidade natural da alma recebida do antigo paganismo.

O estado consciente dos mortos.

O culto dos Santos.

A mariolatria ou veneração à Virgem Maria.

O purgatório como meio de purificar com fogo em vez do sangue de Jesus.

O inferno como doutrina visivelmente herdada do paganismo.

Recompensas dadas ao morrer.

Tormento eterno das chamas dum inferno fictício.

Batismo por aspersão e efusão em vez do batismo cristão evangélico.

O milênio temporal contrário às profecias do Apocalipse.

O ensino filosófico da evolução em fez do da criação.

Os dias santificados em contraposição ao único dia abençoado por Deus.

O batismo de crianças.

E mais um dilúvio de práticas outras que, se fossem todas pormenorizadamente descriminadas aqui, ocupariam demasiado espaço. Mas é deste falso vinho, o vinho duma salvação falsificada que Babilônia e suas filhas – catolicismo e protestantismo – têm dado a beber as nações.

A teoria da evolução, aceita por numerosos ministros protestantes, está, como diz um escritor, “expulsando o Criador”.

O afastamento do protestantismo das sãs verdades da palavra de Deus é a sua franca negação de Deus. Neste respeito, o Dr. Roberto M. Hutchins, reitor da universidade de Chicago, disse: “Não sabemos onde vamos, nem porquê, e quase temos renunciado à tentativa de o descobrir. Estamos desesperados porque as chaves que haviam de abrir as portas do céu nos hão introduzido em um cárcere maior, porém, também mais opressivo. Pensávamos que aquelas chaves eram a ciência e a livre inteligência do homem. Hão fracassado. Faz muito que temos rejeitado a Deus. A que poderemos apelar agora?” (Las Profecias de Daniel y el Apocalipsis,  vol. II, 290)



A MENSAGEM DO TERCEIRO ANJO



      VERSOS 9-12“E seguiu-os o terceiro anjo, dizendo com grande voz: se alguém adorar a besta, e a sua imagem, e recebe o sinal na sua testa, ou na sua mão, também o tal beberá do vinho da ira de Deus, que se deitou, não misturado, no cálice da Sua ira; e será atormentado com fogo e enxofre diante dos Santos anjos e diante do Cordeiro. E o fumo do seu tormento sobe para todo o sempre; e não têm repouso nem de dia nem de noite os que adoram a besta e a sua imagem, e aquele que recebe o sinal do seu nome. Aqui está a paciência dos santos: aqui estão os que guardam os mandamentos de Deus e a fé em Jesus”.



“E SEGUIU-OS O TERCEIRO ANJO”



O fato que o primeiro anjo anuncia o “evangelho eterno” e ser este o conduto da graça de Deus é evidente que a mensagem deste anjo deve ser proclamada enquanto a graça for estendida ao pecador. Também a mensagem do segundo anjo deve ser anunciada em paralelo com a do primeiro anjo posta que Babilônia estará em processo de queda até o fim. E, agora, a profecia enfatiza que o terceiro anjo seguiu aos dois primeiros. Nisto vemos que as três mensagens unem-se formando uma tríplice mensagem unida. As três são mensagens simultâneas a todo o mundo e até ao fim. Deste modo, “a mensagem do terceiro anjo, abrangendo as mensagens do primeiro e segundo anjos, é a mensagem para este tempo” (Testimonies for the Church, E. G. White, vol. VIII, 197).

      A mensagem propriamente dita do terceiro anjo, que constitui a mensagem de Deus para o tempo de provação e selamento do povo de Deus, é a mais solene advertência do céu especialmente ao protestantismo – que recusou a mensagem do primeiro anjo para erguê-lo de sua apostasia. Ao esgotar-se o ultimo recurso da graça de Deus e os recalcitrantes persistirem em recusar a luz, em preferência ao erro de Roma, a severa ameaça será tornada a realidade literal sem remédio.



A GRANDE E SOLENE AMEAÇA



É uma severa advertência contra a adoração da besta, de sua imagem e a recepção de seu sinal. Os argumentos que demonstram o que representa a besta, sua imagem e seu sinal, os temos sobejamente no capítulo treze. Urge apenas que façamos uma breve recapitulação para conservarmos intacta a seqüência da explanação da profecia: 

A besta, - é a potência papal ou católica romana. A sua imagem – é inolvidàvelmente o consórcio do protestantismo-estadunidense com o Estado-norte-americano. O sinal da besta – é a instituição religiosa do papado – o domingo – pela qual ele pretende provar sua autoridade eclesiástica como legislador em assuntos da igreja... O tremendo castigo que sofrerão os que preferem adorar a besta, a sua imagem e acatarem o seu sinal, é duplo:

1.   Beberão do vinho da ira de Deus: - A ira de Deus são “as sete pragas, porque nelas é consumada a ira de Deus” (Apoc. 15:1). O capítulo dezesseis todo é uma frisante demonstração da plenitude e consumação da ira de Deus nas sete pragas futuras. Desde tempos passados até ao presente, a ira de Deus tem-se, às vezes, manifestado, mas sempre permeada da Sua misericórdia. Mas quando ela for consumada nas sete pragas, não será acompanhada da misericordiosa graça. Aqueles que rejeitaram o vinho da verdadeira salvação, trocando-o pelo vinho de Babilônia, terão de entornar, queiram ou não, o “cálice do vinho da ira de Deus”.

“A substituição das leis dos homens em lugar da lei de Deus, a exaltação, por mera autoridade humana, do domingo em lugar do sábado Bíblico, é o último ato do drama. Quando esta substituição se tornar universal, Deus revelar-Se-á. Ele levantar-Se-á em sua Majestade para sacudir terrivelmente a terra. Ele sairá de seu lugar para punir os habitantes do mundo por suas iniqüidades, e a terra descobrirá o seu sangue, e não mais encobrirá seus mortos” (Testimonies for the Church, E. G. White, vol. VII, 141).

2.   Serão “atormentados com fogo e enxofre”: - À segunda vinda de Cristo todos os adoradores da besta e de sua imagem e que tenham recebido o seu sinal, bem como todos os ímpios, perecerão e jazerão mortos sobre a superfície da terra, durante o milênio do capítulo vinte (Jer. 25:33). É somente depois do milênio, porém, que serão atormentados com “fogo e enxofre”, no lago de fogo. Entretanto, a expressão de que o fumo do tormento dos recalcitrantes opositores de Deus subirá para todo o sempre, não denota que eles sofrerão eterno castigo. O “fumo de seu tormento” é que subirá para todo o sempre como o fumo resultante de toda a combustão sobe sempre pelos espaços siderais. No versículo quatorze do capítulo vinte e no versículo oito do capítulo vinte e um, é enfatizado que os ímpios, ao serem lançados no “lago do fogo”, encontrarão ali a segunda morte. Não permanecerão vivendo eternamente em castigo punitivo, mas sucumbirão seguramente como reza a profecia. Eles receberão o castigo corporeamente; pois, se o recebessem em espírito ou em alma, como é a crença, comum, não haveria a necessidade de a revelação enfatizar o “fumo” resultante do tormento que sofrerão. O não terem “repouso nem de dia nem de noite”, implica na afirmativa de que receberão o castigo da vingança de Deus aqui na terra, onde em verdade há dia e noite em sucessão continua. A profecia do milênio reza que serão devorados pelo fogo em torno da Nova Jerusalém aqui na terra. Ora, estas expressões da mensagem do terceiro anjo, têm seu paralelo na profecia de Isaías sobre a destruição dos antigos edomitas, onde se diz que o fogo da destruição “nem de dia nem de noite se apagará; para sempre o seu fumo subirá; de geração em geração será assolada; de século em século ninguém passará por ela” (Isa. 34:10). Todavia não consta que os edomitas, destruídos na terra, onde há dia e noite, estejam ainda ardendo no fogo da destruição. As expressões de Isaías bem como as de S. João, enfatizam uma destruição total e irremediável e não uma continuidade de castigo intérmino. Vemos que, enquanto houver qualquer partícula a queimar, os ímpios queimarão; transformadas estas em cinza o fogo cessará.

Tão ofensivo a Deus é adorar a besta, a sua imagem e receber o seu sinal, que sua vingança será manifesta sobre Seus desprezadores do modo mais horroroso nas sete pragas e na destruição final.



O TERCEIRO ANJO PRÓPRIAMENTE DITO



      Já demonstramos que os anjos desta tríplice mensagem profética representam o povo de Deus desempenhando a grande tarefa de levar o “evangelho eterno” às nações da terra. O primeiro e o segundo anjos, como vimos, aludem ao grande movimento mundial que aguardava a segunda vinda de Cristo em 1844, segundo também testifica a profecia do capitulo dez. Em conformidade com os próprios ditames da profecia, porém, um outro movimento mundial deveria surgir em 1844, imediatamente ao grande desapontamento deste ano, ao não verificar-se o esperado advento de Cristo. Notemos as palavras ditas na visão ao profeta: “Importa que profetizes outra vez a muitos povos, e nações e línguas e reis” (Apoc. 10:11). Esta evidente afirmativa de que, após a decepção de 1844, Deus despertaria um povo especial, cujo objetivo primário, segundo a cronologia da mensagem do terceiro anjo, seria advertir contra a adoração da besta papal, da sua imagem protestante e do seu sinal, o domingo.

Nos capítulos dez e onze temos demonstrado com clareza que, em 1844, exata e imediatamente ao grande desapontamento levantou-se o Movimento Adventista – em cumprimento das profecias de Daniel oito e Apocalipse dez, onze e quatorze – para executar a gloriosa missão que lhe estava designada pela inspiração.
Abrangendo as mensagens proféticas dos três anjos, a Igreja Adventista do Sétimo Dia é a única que anuncia mundialmente e Evangelho Eterno; a hora do juízo a partir de 1844; a adoração de Deus como Criador; a queda de Babilônia, a advertência contra a adoração da besta, sua imagem e a recepção de seu sinal; as sete pragas futuras e a destruição dos recalcitrantes no lago do fogo no fim do milênio. Uma vez que esta Igreja preenche perfeitamente os detalhes da profecia, não há que dar lugar a dúvidas quanto a ser ela a Igreja de Deus do século atual apontada na mensagem do terceiro anjo em especial. Os três outros seguintes característicos, citados no versículo doze, são ainda prova concludente de tudo a quanto desta Igreja já nos temos referido.



“AQUI ESTA A PACIENCIA DOS SANTOS”



Algumas outras versões rezam esta passagem assim: “Aqui está a perseverança dos santos” (Apoc. 14:12). “Aqui está um chamado para sofrimento dos santos”. “Esta é a prova de que os santos sofrem”. “Aqui está uma oportunidade para sofrimento da parte dos santos”. Seja o correto “paciência” “perseverança” ou “sofrimento”, o certo é que o povo de Deus desta geração é por estes termos apontado como um povo que teria em sua frente perigosos oponentes. Todavia, os mesmos termos o apresentam como um povo paciente ou perseverante ou sofredor, o que indica sua firmeza – como povo do advento em cumprir o propósito que Deus lhe confiou, em meio a um mundo ímpio e um cristianismo decadente.



“AQUI ESTÃO OS QUE GUARDAM OS MANDAMENTOS DE DEUS”



Onde estão “os que guardam os mandamentos de Deus?” “Aqui”, no mundo, estão eles. Está aqui pois a prova profética de que o povo de Deus, no mundo, é aquele povo que guarda os seus mandamentos, que são os mesmos dados no Monte Sinai e escritos pelo dedo de Deus em Tábuas de pedra (Exo.31:18, Galatas 3:29).

Deparamos no capítulo onze que o povo de Deus desta última geração é um povo que compreende o santuário do céu ou do novo concerto e nele adora. No lugar santíssimo do santuário celestial, está a arca do concerto de Deus com Seu povo, vista por S. João numa visão que alude ao povo do Senhor deste nosso tempo. Veja-se a explanação do versículo dezenove do capitulo onze sobre – a arca do concerto.

O fato de a arca denominar-se “arca do concerto”, evidencia que o que ela contém é o concerto de Deus com Seus escolhidos. No santuário terrestre, que era uma figura do celestial, havia também uma arca mandada fazer por ordenança de Deus, dentro da qual foi posto o concerto de Deus que é a lei dos dez mandamentos, que eram uma cópia do concerto ou mandamentos originais da arca do “templo de Deus” ou santuário celestial (Exo. 25:9, 10-22, 40).

      Uma outra grande evidência de que “os mandamentos de Deus” referidos no capítulo quatorze são os mesmos dez mandamentos dados no Sinai, temos nos fatos seguintes: No capítulo onze versículos dezoito e dezenove, a profecia trata do juízo e da arca do concerto ou dos dez mandamentos; e, no capítulo quatorze a profecia também trata do juizo e dos mandamentos de Deus. Nestes dois paralelos vemos que “os mandamentos de Deus” guardados por seu povo deste tempo, são os mesmos proclamados do alto do Sinai, o que testifica que a mesma lei e os mesmos mandamentos estão em vigência na era cristã e que são guardados e ensinados pelo verdadeiro povo de Deus.

“Visto que, os que guardam os mandamentos de Deus serem assim colocados em contraste com os que adoram a besta e sua imagem, e recebem o seu sinal, é claro que a guarda da lei de Deus, por um lado, e sua violação, por outro, deverão assinalar a distinção entre os adoradores de Deus e os da besta” (O Conflito dos Séculos, E. G. White, 445).

Existem na terra milhões de leis, e contudo o mundo geme sob este medonho fardo de leis. Leis que prevêem meras obrigações entre os homens não os salvam da ruína moral, social e espiritual em que se encontram. O homem estragou a civilização fazendo-se legislador num mundo que não lhe pertence, em vez de sujeitar-se à lei dAquele a quem o mundo pertence e que é o único é verdadeiro Legislador. Só quem conhece a natureza e necessidade do homem é quem pode dar-lhe leis sábias e perfeitas que regulem sua vida trazendo-lhe paz e bem-estar completos. E quem conhece o homem em seu estado geral senão Deus, o seu Criador? Deus estabeleceu leis físicas sábias para regular todos os setores de suas obras, em todo o seu universo, nos três reinos da natureza. Mas, o Decálogo, é uma lei moral que contempla a natureza e as necessidades de toda a família humana. Os dez sábios preceitos proclamados do Sinai em fogo, estabelecem a norma de conduta do homem em suas relações para com Deus e o próximo, em todos os graus de desenvolvimento. Ensinem as religiões esta grande lei, e teremos felicidade e paz na terra (Sal. 119:165, Isa. 48:18).

      A grandeza e o valor da lei moral do Decálogo está em que ela foi escrita pelo próprio punho de seu Legislador. Toda a revelação do evangelho foi escrita por homens sob a inspiração de Deus. Mas a lei do Decálogo é a única verdade que ele mesmo escreveu com Seu próprio dedo para os que habitam Seus domínios. Ela é uma transcrição do caráter santo de Deus, seu Legislador, sendo por isso uma parte por demais sagrada e importante da revelação para ser escrita pelo homem. Vemos assim que só Deus poderia ter escrito Sua divina lei. E Ele a escreveu em tábuas de pedra, emblema de perpetuidade. Ele deseja que seus filhos sejam fieis em cumprir os preceitos de Sua lei para desenvolverem o Seu próprio caráter de pai de amor nela revelado. Ela é uma lei perfeita e, portanto imutável como Deus O é (Sal. 19:7, 111:7-8, Mat. 5:48, Tia. 1:17). Dissera certa vez Lincoln: “Nada exceto a sabedoria infinita poderia haver aconselhado e dado aos homens este código excelente e perfeito, os dez mandamentos”. A mais urgente necessidade do mundo, pois, é o regresso à lei de Deus. “Como afirmou o grande escritor francês Paulo Bourget, ‘não há salva-guarda social fora das verdades do Decálogo’” (Hacia La Edad de Oro, 369). Todos os que têm um coração cheio de amor a Deus manifestarão pronta obediência à Sua lei.



A LEI DE DEUS E O JUÍZO



A lei de Deus é a grande norma perante a qual todos os indivíduos deverão prestar suas contas no tribunal do Todo-poderoso (Ecl. 12:13-14, Tiago 2:10-12). Saibam os homens que jamais serão justificados de seus pecados pelo sangue de Cristo se não viverem em harmonia com os preceitos do Decálogo. Disse S. Paulo: “Porque todos os que sem lei pecaram sem lei também perecerão; e todos os que sob a lei pecaram pela lei serão julgados. Porque os que ouvem a lei não são justos diante de Deus: mas os que praticam a lei hão de ser justificados” (Rom. 2:12-13). E quem não for justificado pelo Filho de Deus, será condenado.

“Há tempos foi julgado um assassino, verdadeira fera humana. Concluindo o julgamento, os jurados levaram apenas vinte minutos para chegarem a uma decisão, que não podia ser outra do que foi: Crime provado sem atenuantes. O juiz então, pondo na cabeça o barrete preto, sinal indicativo de pena de morte, pronunciou a sentença condenatória nestes termos: ‘O réu perante a barra deste tribunal, após investigações laboriosas e concludentes, é por sentença justa condenado á morte. Não sou eu quem o condenou; é a lei do país, por ele violada, que agora o fulmina’. Poucos dias depois o condenado pagava seu crime, praticado contra as leis humanas, com sua vida” (O Guia do Viajante da Morte Para a Vida, 207). A mesma pena será aplicada no juízo, pelo grande Juiz, ao transgressor deliberado da lei do Rei do universo.



CRISTO E A LEI DO DECÁLOGO



      O Velho Testamento encerra várias profecias com referência à revelação de Cristo para com a lei do Decálogo. Uma delas refere que Jesus se deleitava em fazer a vontade do Pai, praticando sua lei que estava em Seu coração (Sal. 40:8). Outra, reza que o pai engrandecera Seu Filho e O fizera glorioso pela lei, isto é, por Sua observância voluntária e fiel da grande Lei de amor (Isa. 42:21). E ao vir Jesus ao mundo, manifestou pela lei o que haviam anunciado as profecias. Ele desafiou os homens a convencerem-nO de pecado; mas eles não o puderam fazer (Sal. 40:7-8, João 8:46). Esta fora a mais alta demonstração de que o Pai O tornara glorioso por Sua dedicação à Sua lei.

      Cristo declarou não ter vindo abolir a lei, mas cumpri-la, e acrescentou que, enquanto os céus e a terra durarem, a lei permaneceria intacta, mesmo em um “til” ou em um “jota” (Mat. 5:17-19). E note-se a declaração do Autor da lei que, se alguém violar e ensinar a violar o mínimo mandamento da lei, é por Ele considerado o menor no reino dos céus, que é o reino da graça no mundo, onde é ainda necessário ensinar a lei de Deus. Todo o sermão da montanha nada mais é que a exaltação de Cristo à lei através de sua prática na vida pelo homem. Ao jovem rico que O abordou com a pergunta: “Bom Mestre, que bem farei, para conseguir a vida eterna?”, o Mestre respondeu enfaticamente: “Se queres, porém, entrar na vida, guarda os mandamentos”, e citou mandamentos do Decálogo para que o moço soubesse a que a lei Se referia Ele. E no Calvário recebeu a lei a sua mais alta glorificação pelo Salvador. Pois foi mais fácil Ele morrer para remir a dívida do pecador perante a lei do que ela ser abolida mesmo no mínimo. Não há, pois, que duvidar. O Mestre ordena-nos guardar Sua lei para que Ele nos possa salvar para a vida eterna. Quem não guarda a Lei de Deus, é contra Ele e o Seu Filho. Quem rejeita os preceitos da grande norma da vida é um súdito rebelde nos domínios de Deus; e nenhum rebelde poderá ser salvo pelo Salvador.



OS APÓSTOLOS E A LEI DO DECÁLOGO



São Paulo frisa com toda a clareza que a existência do pecado confirma a existência da lei do Decálogo (Rom. 4:15, 7:7, I Cor. 15:56). Disto resulta que, para não pecarmos, é imprescindível orientarmo-nos pela lei. Diz ainda o apóstolo que é preciso amor para cumprirmos os mandamentos da lei de Deus (Rom. 13:8-9). Quem não observa a lei de Deus, não ama a Deus. E, como um dos seus maiores testemunhos em favor da vigência do Decálogo na era cristã, ainda escreveu S. Paulo: “Anulamos pois, a lei pela fé? De maneira nenhuma, antes estabelecemos a lei” (Rom. 3:31). Assim os que não têm fé recusarão certamente a lei de Deus; mas os verdadeiros e fervorosos cristãos aceitá-la-ão e pela fé seguirão fielmente seus preceitos.

S. João declara que os mandamentos de Deus não são pesados; e diz que quem não os observa não conhece a Deus, é mentiroso e não conhece a verdade. O amor a Deus, continua o apóstolo, é revelado pela obediência a Seus mandamentos (I João 2:3-4, 5:2-3). E o apóstolo Tiago escreveu que a violação de um só mandamento da lei significa violá-la toda. Ele cita dois de seus preceitos para assentar que se estava referindo ao Decálogo (Tiago 2:10-14).  



A CONTROVÉRSIA ENTRE O SINAL DA BESTA E O SINAL DE DEUS



      O versículo nove do capítulo 14 encerra a advertência do tempo de provação contra os que receberem a sinal da besta – o domingo. Disto, evidencia-se o sinal de Deus, que ele deseja que Seus filhos o tenham em lugar do sinal da apostasia ou da besta. Que o sábado do sétimo dia é o sinal de Deus, já apreciamos amplamente no capítulo sete, versículo dois e três.

      O sábado do sétimo dia, inserido no quarto mandamento da lei do Decálogo, é o único dia de descanso semanal reconhecido e recomendado por Deus. É  uma instituição do próprio Deus que remonta aos dias da criação; e com o matrimônio, é uma das duas únicas recordações que até nós chegaram do primitivo mundo feliz ainda isento da maldade do pecado.

      Todo o arquiteto procura colocar em suas obras um sinal que o memorize como realizador. E, imediatamente depois de criar o mundo em seis dias, erigiu Deus o sétimo dia, que é parte integrante da semana da criação, como monumento recordativo do Seu poder como Arquiteto do mundo e suas maravilhas. Segundo o quarto mandamento se Sua lei, Deus põe em evidência o sábado como a sua mais alta instituição na terra, estabelecendo-o como memorial de que Ele é o Criador, Mantenedor e Doador de tudo no mundo. E, para dar maior realce a essa instituição sabática memorativa, Deus descansou no sétimo dia, abençoando-o o santificando-o (Gen. 2:1-3). Esse ato de Deus tornou o sétimo dia distinto dos demais e o colocou à parte de todos como um marco semanal de homenagem ininterrupta à Sua pessoa como Criador.

O vocábulo “Sábado” significa descanso. É um vocábulo aplicado pelo próprio Deus exclusivamente ao sétimo dia como dia de repouso semanal. Cremos, pois, que o termo “sábado” é de origem divina e não pode ser usado para designar outro dia de repouso senão aquele para o qual ele foi criado, isto é, o sétimo dia da semana original. Em “108 línguas” diferentes é o sétimo dia chamado “sábado” – descanso – e o próprio calendário não lhe dá outro nome e outra significação.

O Velho testamento está repleto de reivindicações de Deus concernentes à fidelidade ao sábado do sétimo dia (Ex. 31:15, Nm. 15:32-36, II Cr. 36:15-21, Jr. 17:27, Ez. 22:26). Crer, pois, que Deus mudou de atitude em relação a uma instituição que devia perpetuar Seu nome como Criador é cometer o maior sacrilégio (Tg. 1:17). As promessas que Deus faz no Evangelho aos que guardam o sábado, promessas que devem realizar-se no reino de Deus, são das maiores provas de que Ele não mudou o dia de repouso do sétimo dia para outro dia qualquer da semana (Is. 56:1-7, 58:12-14, 66:22-33).



O SENHOR JESUS E O SÁBADO



Declarando Jesus não ter vindo abolir a lei nem mesmo num “til” e num “jota”, e nem as mensagens dos profetas que falaram em Seu nome, demonstrou que Ele guardou o sábado e aprovou todas as reivindicações do Velho Testamento em favor desse dia como repouso semanal.

      As palavras de Jesus que mais evidenciam a vigência do sábado como dia de repouso na era cristã são estas: “E disse-lhes: O sábado foi feito por causa do homem, e não o homem por causa do sábado” (Mar. 2:27). É certo que o homem não foi feito por causa do sábado, uma vez que este foi feito depois dele. O sábado é que foi feito assevera Cristo, por causa do homem. Esta declaração de Jesus, 4000 anos depois dEle mesmo ter estabelecido o sétimo dia como dia de repouso, não só é uma reafirmação dos primitivos motivos de sua instituição, como uma reivindicação do quarto mandamento de tudo quando dele referiram os profetas por Seu espírito (I Pd. 1:10-11).

      Na solene declaração de Jesus – o sábado foi feito por causa do homem – salientam-se cinco fatos de capital importância: 1. O dia de repouso para o homem já estava estabelecido. Isto declarou Jesus bem antes de morrer e portanto bem antes de ressuscitar, o que comprova que Ele não tinha em vista estabelecer um novo dia de repouso. O repouso para o homem, disse o Senhor, já estava feito – o sábado da Criação. 2. A causa da instituição do sábado do sétimo dia – refere o Senhor – é o homem. Enquanto a causa – o homem – existir, o efeito – o sábado do sétimo dia - deve existir. Deste modo a existência do homem é o maior testemunho histórico da vigência histórica e obrigatória do repouso do sábado do sétimo dia enquanto ele existir. 3. “Por causa do Homem” o que implica em bem do homem. Não podemos conceber que o homem repila aquilo que Deus fez por causa, e, portanto, para seu bem. 4. “Por causa do homem” – eis a solene proclamação do Salvador relativa também à universalidade do sábado do sétimo dia, posto que o homem habite toda a superfície do globo. 5. “Por causa do homem” – afirmativa comprobatória de não ser o sábado um dia judaico de descanso, como pretendem os que recusam o santo repouso de deus. O sábado foi instituído como repouso santo 3000 anos antes da existência de um só judeu.

      Jesus guardou o sábado como segundo Adão (I cor. 15:45). Ambos são homens universais.  O primeiro Adão recebeu o sábado do segundo Adão para si e os seus descendentes – a família humana. E o segundo adão entrega novamente o sábado à família humana redimida na cruz.

      “Assim o filho do homem até do sábado é Senhor”. Concordamos que Jesus é Senhor de tudo que no universo há. Aqui, porém, proclama-Se Ele Senhor do sábado, equivalendo a dizer que o sábado do sétimo dia é o “dia do Senhor” no Novo Testamento, isto é, na era cristã.

      Há os que pretendem que o “dia do Senhor” seja outro dia e não mais o sábado do sétimo dia. Tais indivíduos são cristãos fora da Palavra de Cristo, e, portanto, não são cristãos. Eles aceitaram o cristianismo mais não aceitaram o Cristo do cristianismo.

      Antes de Jesus morrer na cruz, definiu mais uma vez o sábado como dia de repouso para Seus seguidores: “E orai para que a vossa fuga não aconteça no inverno nem no sábado” (Mat. 24:20). Ele falava, aos discípulos, da destruição de Jerusalém, e bem sabia que esta realizar-se-ia no ano 70, trinta e nove anos depois de Sua subida de regresso ao céu. E note-se recomendou fidelidade, com oração, ao sábado, mesmo para depois de sua ascensão. Jamais Lhe passou pela mente mudar o grande marco comemorativo de Seu poder criador. Depois de Sua ressurreição, embora estivesse ainda na terra 40 dias com os Seus discípulos, nenhuma palavra lhes falou concernente à transferência do dia de repouso, “feito por causa do homem”, para outro dia. Os cristãos que preferem guardar outro dia e não o sábado, estão fora da Bíblia.



OS APÓSTOLOS E O SÁBADO



      Se os apóstolos e a igreja cristã primitiva houvessem rejeitado o sábado do sétimo dia, isto seria um tremendo ponto de controvérsia com os fariseus e os judeus recalcitrantes, e nós teríamos esta controvérsia expostas tanto no livro dos Atos dos Apóstolos como nas epístolas, principalmente nas de Paulo: Todavia, há sobre isto completo silêncio.

      Eles guardavam o sábado como Seu Mestre. E, estando Jesus no sábado repousando no sepulcro depois de Sua obra redentora; os apóstolos também repousavam neste dia. Notemos: “E as mulheres que tinham vindo com Ele da Galiléia, seguiram também e viram o sepulcro, e como foi posto o Seu corpo. E, voltando elas, prepararam especiarias e ungüentos; e no sábado repousaram conforme o mandamento” (Luc. 23:54-56). Estas mulheres faziam parte do grupo de discípulos de Jesus. E, como repousavam elas e os apóstolos, naquele sábado em que Jesus fazia no sepulcro? A resposta é indubitável: “E no sábado repousaram, conforme o mandamento”. Perguntamos: Aboliu Jesus, em seu ministério, o sábado do sétimo dia? Jamais; se Ele tivesse feito isso, as mulheres e bem assim os apóstolos não estariam descansando no sábado “conforme o mandamento”.

      Há Novo Testemunho cerca de sessenta referências ao sábado, e, em todas elas, não encontramos nenhuma palavra em desfavor desse dia santificado. Cada vez que ele é referido, por Cristo ou Seus apóstolos, é apresentado de tal maneira a comprovar ter sido mantido como santo repouso semanal para a Igreja Cristã em toda a sua historia até ao fim (At. 13:27, 42-44, 15:21, 16:13, 17:2, 18:4).  

      No capítulo quatro do livro aos Hebreus, encontramos dez vezes a palavra “repouso”. Nove vezes é traduzida do grego Katapausin”, e uma vez, no versículo nove, de sabbatismós”. O apóstolo Paulo emprega “Ktapausin” para referir-se ao “repouso” físico que Israel deveria receber na terra da Palestina, o qual não lhe foi dado por Josué. Os versículos oito e nove rezam: “Porque, se Josué lhes houvesse dado repouso, não falaria depois disso de outro dia. Portanto resta ainda um repouso para o povo de Deus”. Note-se a diferença: O repouso que Josué não deu a Israel é “Katapausin” – repouso físico – e o repouso que “resta ainda”... para o povo de Deus, é “sabbatismós” – que é repouso de sábado do sétimo dia. Vemos que o apostolo usa o repouso do sábado como emblema do repouso físico ou descanso que Deus almeja dar a seus filhos numa terra de paz. Paulo não tomaria o repouso sábatico como símbolo se ele não mais existisse como repouso do povo de Deus no mundo.

      Na ilha de Patmos, no ano de 94, escreveu S. João: “Eu fui arrebatado em espírito no dia do senhor...” (Apc. 1:10). Como já notamos, o próprio Senhor referira-se ao sábado como o Seu dia particular ou dia do Senhor”. E a última testemunha vivente do Salvador, S. João, ainda dá seu indiscutível testemunho em favor do descanso do sábado como “dia do Senhor”, no ano de 94.

      Além de tudo o exposto que é evidentemente suficiente para qualquer cristão sincero aceitar e guardar o sábado, há ainda sete razoes, que são as sete maravilhas do sábado, que tem por objetivo convencer decididamente o homem de seu dever de repousar no sábado do sétimo dia:

1.   Sua origem divina. 2. Sua instituição memorativa. 3. Sua benção e santificação 4. Sua perpetuidade como concerto. 5. Sua dádiva ao homem. 6. Seu sinal entre Deus e seu povo. 7. Sua guarda por Cristo e os apóstolos.

      A mensagem do terceiro anjo, especialmente para o derradeiro final da história do mundo, concita o mundo a aceitar a lei de Decálogo e guardar o sábado do quarto mandamento, ameaçando com a “ira de Deus” a quem ousar desacatar a mensagem do céu dando preferência ao sinal da besta que é o domingo. No grande conflito predito na mensagem do terceiro anjo toda a cristandade estará dividida em dois grupos: Os que estarão selados com o selo de Deus – o sábado – e os que terão recebido o sinal da besta, o domingo. Agora, enquanto vivemos antes daquele solene tempo decisivo, urge que tomemos posição acertada. Se agora não tomarmos posição definida junto de Deus e da verdade, será mais difícil faze-lo ao surgir o grande conflito, que, aliás, não está já muito distante para surgir. Nossa vitoria e nosso trinfo serão então assegurados, se em tempo nos decidirmos em guardar os mandamentos de Deus incluso o santo Sábado, e orientarmos nossa vida segundo os ditames do evangelho de Cristo nosso Salvador.



A LEI DE DEUS



SEGUNDO AS SAGRADAS ESCRITURAS

I

Não terás outros deuses diante de mim.

II

Não farás para ti imagem de escultura, nem figura alguma do que há em cima no céu, e do que há em baixo na terra, nem do que há nas águas debaixo da terra. Não adorarás tais coisas, nem lhes prestarás culto: Eu sou o Senhor teu Deus forte e zeloso, que vinga a iniqüidade dos pais nos filhos, até à terceira e quarta geração daqueles quem me odeiam; e que usa de misericórdia até mil (gerações) com aqueles que me amam e guardam os meus preceitos.

III

Não tomarás o nome do Senhor teu Deus em vão; porque o Senhor não terá por inocente aquele que tomar em vão o nome do Senhor seu Deus.

IV

Lembra-te de santificar o dia de sábado. Trabalharás durante seis dias e farás (neles) todas as tuas obras. O sétimo dia, porém, é o sábado do Senhor teu Deus; não farás nele obra alguma, nem tu, nem teu filho, nem tua filha, nem o teu servo, nem a tua serva, nem o teu gado, nem o peregrino que está dentro das tuas portas. Porque o Senhor fez em seis dias o céu e a terra, e o mar, e tudo que neles há, e descansou ao sétimo dia; por isso o Senhor abençoou o dia de sábado e o santificou.

V

Honra teu pai e tua mãe, a fim de que tenhas uma vida dilatada sobre a terra que o senhor teu Deus te dará.

VI

Não matarás.

VII

Não cometerás adultério.

VIII

Não furtarás.

IX

Não dirás falso testemunho contra o teu próximo.

X

Não cobiçará a casa de teu próximo; não desejarás a sua mulher; nem o seu servo, nem a sua serva, nem o seu boi, nem o seu jumento, nem coisa alguma que lhe pertença.



(Versão Católica das Sagradas Escrituras, pelo Padre Matos Soares, com a aprovação da Secretária de Estado do Vaticano, em 23 de setembro de 1932).



“AQUI ESTÃO OS QUE TÊM A FÉ EM JESUS”



Os que guardam os mandamentos de Deus e têm a fé em Jesus. Esta é a fé que os justifica depois de terem sido fieis aos mandamentos de Deus. Disse S. Paulo: “Temos também crido em Jesus Cristo, para sermos justificados pela fé em Cristo” (Gal. 2:16). É por ela que os Seus fiéis vivem no mundo, “como está escrito: Mas o justo viverá da fé” (Rom. 1:17). A fé em Jesus é um dom de seu espírito (I Cor. 12:9), “é o firme fundamento das coisas que se esperam, e a prova das coisas que se não vêem” (Heb. 11:1). Por meio desta fé “dada aos santos”, (Jud. 6) eles se apropriam da justiça de cristo” e são feitos vitoriosos com Ele e “participantes da natureza divina, e assim divindade e humanidade são combinadas”. Para resumirmos esta grandiosa e única fé, basta que digamos que ela é o “espírito de sacrifício”. Na vida de humildade, simplicidade, abnegação, renúncia, consagração e fidelidade de Jesus, deparamos esta sublime fé de sacrifício, a fé dos observadores dos mandamentos de Deus. No Calvário divisamos o Salvador elevando a Sua fé às mais altas culminâncias. Esta é a fé de Seu seguidor. Quem possui tal fé, é Seu discípulo; quem não a possui, não o é.



OS MORTOS BEM-AVENTURADOS



VERSO 13“E ouvi uma voz do céu, que me dizia: escreve: Bem-aventurados os mortos que desde agora morrem no Senhor. Sim, diz o espírito, para que descansem dos seus trabalhos, e as suas obras os sigam”.



      Depois do profeta contemplar o terceiro anjo voando pelo meio do céu e ouvi-lo proclamar a sua derradeira mensagem, ouve como remate “uma voz do céu” ordenando-lhe escrever sobre os mortos bem-aventurados. Em primeiro lugar são bem-aventurados os mortos que morrem “no Senhor”; pois não há esperança além-túmulo a não ser que o morto tenha morrido “no Senhor”. Em segundo lugar esta mensagem faz alusão a mortos “que desde agora morrem no Senhor”. “Desde agora”, quer evidentemente dizer desde quando, ao ser proclamada a advertência final do terceiro anjo, aparecem os fieis de Deus que guardam os Seus mandamentos. E porque os mortos deste período serão bem-aventurados? Evidentemente e por motivos especiais, para não serem envoltos pelos dramáticos acontecimentos finais. Sim, os mortos que “desde agora morrem no Senhor” são bem-aventurados por razoes especiais: Sensíveis aos sofrimentos angustiantes do tempo de provação, serão levados ao túmulo, onde aguardarão ao Salvador, embora justos e prontos para a transladação. A inspiração assim reza: “muitos serão levados ao sono (à morte) antes do transe do tempo de angústia vir sobre o mundo” (Isa. 57:1-2).  

     

A SEGA DA SEARA DA TERRA



VERSOS 14-16 – “E olhei, e eis uma nuvem branca, e assentado sobre a nuvem um semelhante ao filho do homem, que tinha sobre a sua cabeça uma coroa de ouro, e na Sua mão uma foice afiada. E outro anjo saiu do templo, clamando com grande voz ao que estava assentado sobre a nuvem: Lança a tua foice, e ceifa; é já vinda a hora de ceifar, porque já a seara da terra está madura. E aquele que estava assentando sobre a nuvem passou a sua foice sobre a terra, e a terra foi ceifada”.



A SEGUNDA VINDA DE CRISTO



      A segunda vinda do Senhor Jesus Cristo colocada nesta profecia em seguida à mensagem final do terceiro anjo, é comprovante de que a última mensagem a do terceiro anjo a precede imediatamente. A segunda vinda de Cristo em glória e majestade é a parte culminante do plano da salvação e o desenlace do drama mundial.

      Todos os profetas, desde Enoque, “o sétimo depois de Adão”, falaram da segunda vinda de Jesus Cristo. O senhor Jesus mesmo falou muitas vezes e de muitas maneiras em Seu segundo advento. A mais linda e mais confortante promessa de Sua vinda, deu-a o Senhor nestas palavras: “Não se turbe o vosso coração: credes em Deus, credes também em Mim. Na casa de meu pai há muitas moradas; se não fosse assim, Eu vo-lo teria dito. Pois vou preparar-vos lugar. E, quando eu for, e vos preparar lugar, virei outra vez e vos levarei para mim mesmo, para que onde Eu estiver estejais vós também” (S. João 14:1-3).

Notemos o amoroso carinho do Salvador envolvo nesta sublime promessa: “Não se turbe o vosso coração”. Diante da afirmativa de sua vinda outra vez, não quer que os Seus amados tenham um coração turbado ou ansioso com o que diz respeito às coisas desta vida. Logo Ele os livrará de toda a tirania deste mundo de dores e sofrimentos. Ele os aconselha a crerem em Deus e também nEle, e esperarem com paciência pelo livramento que sem demora lhes trará. Quer levá-los à casa do Pai e apresentá-los como resgatados por Ele para retomarem o lugar de familiares íntimos por tanto tempo fora de casa. Deseja levá-los para ele mesmo, o que denota o imenso amor que lhes tem dispensado. E, enquanto eles O estão esperando, devem retribuir-Lhe o imenso amor que lhes tem devotado.       

Só no Novo Testamento há 318 vezes a promessa da segunda vinda de Cristo. Entre inúmeras vezes referidas, afirma S. Paulo que ele “aparecerá segunda vez,... aos que O esperam para a salvação” (Heb. 9:28). Sim, os que O esperam devem estar preparando-se acuradamente para a grande trasladação com Ele (Mat. 24:31). Maravilhoso acontecimento; o mais estupendo da história.

Mas o dia da volta de Cristo será o mais terrível dia para todos quantos recusaram a Sua salvação. Terão de sofrer as amargas conseqüências (Apc. 6:15-17). Os desprezadores da Salvação terão naquele dia oportunidade de avaliar quão grande ofensa significa rejeitá-la.

Ao voltar Jesus, não virá às ocultas. Todo o olho humano O verá (Mat. 24:30, Apc. 1:7). Ele mesmo declarou que sua vinda será visível no Oriente e no Ocidente (Mat. 24:27).

O dia e a hora da volta de Cristo ninguém sabe. Porém, respondendo a uma solene pergunta dos seus apóstolos sobre o tempo da Sua volta, deu-lhes numerosos sinais que a precederiam. No capítulo seis versículos doze e treze, temos a referência de vários e importantes eventos precursores do grande dia. E enquanto deparamos os sinais que anunciam o Seu breve aparecimento, preparemo-nos para O saudarmos com intenso regozijo e sermos por Ele salvos (Isa. 25:9).



“TINHA SOBRE A SUA CABEÇA UMA COROA DE OURO”



      A coroa de ouro que Lhe dera o Pai forma um flagrante contraste com a de espinhos que Lhe deram os homens, na terra, para zombarem da Sua futura realeza. Estes mesmos vê-Lo-ão um dia vindo coroado com coroa de ouro e relembrarão pasmados o aviltante ato de O terem coroado com uma coroa de zombaria – de espinhos.



“E NA SUA MÃO UMA FOICE AGUDA”



A foice em Sua mão é simbólica da sega que Ele virá efetuar na Sua seara. Um anjo notifica-O com poderosa voz que a hora de segar chegou porque a seara amadureceu e nada mais resta senão meter a foice. Se Jesus ainda não veio, é porque a Sua seara ainda não está completamente madura.

A sega diz respeito ao trigo. Da terra só interessa a Jesus o trigo, que é emblema dos justos de Sua seara, Sua Igreja. A estes diz respeito a sega que Ele virá realizar. Só os justos constituem para Ele o único cereal espiritual precioso a Seus olhos. Sim, o Salvador logo segará só o bom trigo, simbolizado no trigo natural cor de ouro fino e precioso, para levá-lo a Seu eterno celeiro.



A VINDIMA DA VINHA DA TERRA



VERSOS 17-20 – “E saiu do templo, que está no céu, outro anjo, o qual também tinha uma foice aguda. E saiu do altar outro anjo, que tinha poder sobre o fogo, e clamou com grande voz ao que tinha a foice aguda, dizendo: Lança a tua foice aguda e vindima os cachos da vinha da terra, porque já as suas uvas estão maduras. E o anjo meteu a sua foice à terra e vindimou as uvas da vinha da terra, e lançou-as no grande lagar da ira de Deus. E o lagar foi pisado fora da cidade, e saiu sangue do lagar até aos freios dos cavalos, pelo espaço de mil e seiscentos estádios”.



AS DUAS CULTURAS DA TERRA



Segundo o Apocalipse, capítulo quatorze e versículos quatorze a vinte, há no mundo duas culturas distintas: A seara do Senhor e a vinha de Satanás. Ao ter cada súdito desta terra decidido seu destino ao lado do Evangelho de Cristo ou contra ele – chagará o fim; a seara do Senhor e a vinha de Satanás estarão simultaneamente maduras. Como o trigo da seara divina será segado, a vindima das uvas da vinha satânica também tomará lugar.



A Vindima dos Ímpios (Apoc. 14:17-20)
Lição da Escola Sabatina 23/08/1989.
Alguns ficam perturbados com o pensamento de um Deus de ira e punição. Lembremo-nos, porém, do Dilúvio (Gen. 6:5-7 e 17), dos 185.000 assírios mortos por um anjo numa só noite (II Reis 19:35), da história de Uzá tocando na Arca (ICronicas 13:10), da morte de Ananias e Safira por haverem mentido (Atos 5:1-11). E II Tessalonicenses 1:7-10 fala da punição dos ímpios em conexão com a colheita final da Terra.
A ira de Deus explicada. Como devemos encarar estes exemplos de ira e destruição da parte de Deus? Conhecemos diversos fatos fundamentais a respeito de nosso Deus:
a)   Ele “é amor” (I João 4:8). Dizemos que Ele tem amor. O fato é, porém, que Ele é amor. Sempre age por amor.
b)   Deus é a própria “justiça” (Neem. 9:33; Isa. 45:21). O grande conflito foi iniciado por um anjo que antes era perfeito, mas acusou o Deus justo de ser injusto.   
c)   Deus concedeu a todo o ser humano a oportunidade de estar no lado certo na colheita. (S. João 3:16). Ele não pode dar vida eterna aos que rejeitaram a Fonte da vida. Os remidos cantarão: “Justos e verdadeiros são os Teus caminhos, ó Rei das Nações.” (Apoc. 15:3)
d)   Há fatores que conduzem à destruição pela qual Deus não é responsável:
1-   Ele não causa arbitrariamente a perdição de quem quer que seja. Cada pessoa, usando seu livre arbítrio, decide por si mesma se amará e servirá a Deus, ou se desobedecerá e se perderá eternamente.
2-   Deus não é responsável pelas consequências de um estilo de vida pecaminoso. Colhemos o que semeamos (Gal. 6:7). “O pecador mesmo acarreta sobre si a punição. Suas próprias ações dão princípio a uma cadeia de circunstâncias que trazem o resultado seguro.” – Mnesagens Escolhidas Vol I, pag. 235.
3-   Deus não é responsável pela destruição causada por Satanás e seus seguidores. Quando as pessoas se afastam de Deus, Ele retira Sua proteção, e elas tornam-se vítimas daquilo que é praticado pelo diabo. O rei Saul é um exemplo deste fato. 
e)   Depois do fim do tempo da graça, o “estranho ato” de Deus (Isa. 28:21) abrange a punição judicial de Satanás e dos ímpios. As sete últimas pragas ocorrerão por ação direta de Deus (nelas se consumará a cólera de Deus. Apoc. 15:1; comparar com 16:5-7) a destruição dos ímpios que estiverem vivos por ocasião do Segundo Advento de Cristo e a punição final de Satanás e de todos os seus seguidores, no fim do Milênio, também ocorrerão por ação direta da parte de Deus. Não devemos comparar Sua ira com a ira humana. A ira de Deus é Sua reação justa e santa contra o pecado.
Deus lança a destruição sobre Satanás e seus seguidores.  Satanás precipita-se para o meio de seus seguidores, e procura instigar a multidão à atividade. Mas fogo de Deus, procedente do Céu, derrama-se sobre eles e os grandes homens, e os homens poderosos, os nobres, e os pobres e miseráveis, todos são juntamente consumidos. O Grande Conflito, pag. 666 e 679.
“A figura das duas colheitas é tomada emprestada do antigo ano agrícola da Palestina, que consistia de duas colheitas principais: a ceifa dos cereais [na primavera] e a vindima [no outono]... Aqui a vindima representa os ímpios colhidos para destruição.” – SDABC, Vol. 7, pag. 834.
A punição final dos rebeldes. Parece haver acentuada distinção entre a representação da ceifa dos justos e a da ceifa dos ímpios. Jesus mesmo faz a colheita dos remidos (I Tess. 4:16), ao passo que um anjo é encarregado de fazer a colheita dos perdidos. É como se o Céu estivesse dizendo para eles: “Nunca vos conheci. Apartai-vos de Mim os que praticais a iniquidade. S. Mat. 7:23.
As uvas são lançadas “no grande lagar da cólera de Deus”. (Apoc. 14:19). Isto se refere à execução da sentença contra os impenitentes no fim da fase executiva do juízo final. Aquele que pisa as uvas é mencionado em Apoc. 19:11-16: Cristo, o Rei dos reis. “Pessoalmente pisa o lagar do vinho do furor da ira do Deus Todo-poderoso.” Apoc. 19:15.
Visto que são mencionadas só duas cidades no Apocalipse – a Grande Babilônia (Apoc. 16:19; 17:18) e a Nova Jerusalém (Apoc. 21:2) – o pisotear das uvas no lagar “fora da cidade” (Apoc. 14:20) refere-se à destruição dos ímpios no fim do Milênio, fora da Cidade Santa (Apoc. 20:9 e 11-15). O esmagamento das uvas é uma metáfora que completa a figura da colheita. Descreve a mesma e triste realidade: a punição e destruição dos impenitentes.
A enorme quantidade de “sangue” que sai do lagar (Apoc. 14:20) acentua o deplorável fato de que “o número... [dos perdidos será] como a areia do mar” (Apoc. 20:8) todo esse quadro do esmagamento das uvas é extraído de Isaías 63:1-4, onde o Messias é retratado como poderoso guerreiro = poderoso para salvar e poderoso para pisotear os Seus inimigos no lagar do juízo.


SANGUE POR 1.600 ESTÁDIOS

O anjo que ordena ao outro anjo que tinha a foice a vindimar as uvas, “tinha poder sobre o fogo”. Por ocasião da segunda vinda de Cristo não haverá fogo sobre o mundo em geral. Neste acontecimento os ímpios serão destruídos “pelo resplendor de Sua vinda (II Tess. 2:8, Apc. 6:17), e não por fogo total sobre o mundo. E, no fim do milênio, o fogo que cairá sobre o mundo será sobre o Diabo, seus anjos e todos os ímpios ressuscitados que estão em toda a terra inclusive os que cercaram a Nova Jerusalém. Nesta ocasião não é que serão vindimados para a destruição; pois durante os mil anos em que jazerão mortos, não estarão, é claro, em processo de maturação como uvas bravas para serem levados ao “grande lagar da ira de Deus” (Apc. 20:9-10). Além disso, a vindima das uvas trata de ímpios e não de Satanás e seus anjos incluídos, como no final do milênio. Eis novamente comprovado que o “lagar” da profecia entrará em função imediatamente antes da segunda vinda de Cristo.

Os 1.600 estádios correspondem ao perímetro do “lagar ou aos seus contornos. E o mesmo caso da Nova Jerusalém de 12.000 estádios de perímetro (Apc. 21:15-16). Um estádio, medida itinerária antiga, equivalia a 185 metros e 25 centímetros. Assim o perímetro do “grande lagar” alcança cerca de 300 quilômetros. E tal é, aproximadamente, a extensão perimétrica da grande planície do Armagedon, na Palestina Central, que se estende desde o Mediterrâneo ao Jordão e separa as serras do Carmelo e de Samaria  das da Galiléia. É uma planície triangular, estendendo-se do Monte Carmelo, no noroeste, ao Monte Tabor, no Oriente, e ao Monte Gilboa ao Sul. Tem saída tanto para o ocidente pelo Mediterrâneo como para o Oriente por ambos os lados do Monte Tabor, bem como para o norte e o sul.

Nenhum outro campo de batalha no mundo foi tão embebido em sangue em toda a história como a planície do Armagedon, e em tão numerosas vezes.

VIDE :
Armagedom: Local e Significado
APOCALIPSE  16:16



Texto Extraído do Livro "A VERDADE SOBRE AS PROFECIAS DO APOCALIPSE" - A. S. Mello

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