sexta-feira, 6 de abril de 2012

Cap. 21 - Novas Todas as Coisas

CAPITULO XXI





NOVAS TODAS AS COISAS





INTRODUÇÃO



Depois do capítulo vinte tratar da purificação da terra pelo fogo no fim do milênio, o capitulo vinte e um trata do estabelecimento do reino de Deus na terra. As palavras da oração do Senhor não serão mais então uma promessa suplicada mas uma promessa concretizada. Um pouco mais de corajosa expectativa pelos servos fiéis de Deus, e tudo no vale da maldade se transformará em gloriosa e eterna bem-aventurança.

O capítulo apresenta, em sua maior parte, uma fascinante descrição da cidade Deus, a Nova Jerusalém, e assenta com precisa clareza quem somente poderá nela entrar. E os redimidos da terra terão a alegria de estarem sempiternamente com o amoroso Pai celestial e com o amante o glorioso Salvador.



UM NOVO CÉU E UMA NOVA TERRA



VERSOS 1-4 – “E vi um novo céu, e uma nova terra. Porque já o primeiro céu e a primeira terra passaram, e o mar já não existe. E eu, João, vi a santa cidade, a nova Jerusalém, que de Deus descia do céu, adereçada como uma esposa ataviada para o seu marido. E ouvi uma grande voz do céu, que dizia: Eis aqui o tabernáculo  de Deus com os homens, pois com eles habitará, e eles serão o Seu povo, e o mesmo Deus estará com eles, e será o seu Deus. E Deus limpará de seus olhos toda a lágrima; e não haverá mais morte, nem pranto, nem clamor, nem dor; porque já as primeiras coisas são passadas”.



UM NOVO CÉU E UMA NOVA TERRA



No Velho Testamento prometeu Deus a seus filhos criar um novo céu e uma nova terra, onde deverão viver felizes para todo o sempre, sem lembranças das coisas passadas (Isa. 65:17). Este santo ambiente futuro foi mostrado a S. João na ilha de Patmos, pois ele descreve: “E vi um novo céu e uma nova terra”. E S. Pedro declara: “Mas nós, segundo a Sua promessa, aguardamos novos céus e nova terra, em que habita a justiça” (II Pedro 3:13). O apostolo refere-se à nossa mesma terra renovada. Não haverá a criação de uma nova terra física para habitarem. Assim como eles serão remidos, o será também a terra que Deus lhe dera para habitarem desde o principio do mundo. Disse Jesus: “Porque o Filho do Homem veio buscar e salvar o que se havia perdido” (Luc. 19:10). E a terra foi algo que também se perdeu. Portanto, ela será também remida para santa habitação dos escolhidos do Senhor.

Sim, graças a Deus, virá uma nova terra. Voltará o “primeiro domínio” perdido pelo primitivo homem (Miquéias 4:6). Haverá na terra perfeita paz mesmo no meio irracional (Isa. 11:6-9). Nenhum sofrimento tomará lugar no orbe renovado (Apoc.21:4, 7:17). A justiça divina será justiça de todos, pois “a terra se encherá do conhecimento do senhor, como as águas cobrem o mar” (Isa. 11:9). E, maravilha das maravilhas, um só será o governante da terra: “E o Senhor será Rei sobre toda a terra: naquele dia um será o Senhor, e um será o Seu nome” (Zac. 14:9). E, diz a inspiração do Rei único da terra: “Toda a terra Te adorará e Te cantará louvores: eles cantarão o Teu nome” (Sal. 66:4).

Quando, não faz muito, aportaram no Brasil emigrante do inferno em que a segunda guerra mundial converteu a Europa, lia-se numa faixa que eles colocaram nos costados no navio que os conduzia: “Viva o Brasil! Viva a nossa pátria nova!” Maravilhoso regozijo e alívio para aqueles aflitos e opressos corações que saíram do caos dum continente sem paz. Sim, regozijo indescritível e ainda muito maior, hão de manifestar os remidos ao tomarem posse da terra por Deus para eles purificada, feita nova. Dirão eles: “Viva o reino de Deus! Viva a nossa pátria nova”



“E O MAR JÁ NÃO EXISTE”



Há os que não creem que na nova terra não haverá mar, e apresentam certas conjeturas nas quais pretendem fundamentar suas idéias sobre a existência do mar no mundo novo. Mas, as palavras do profeta são terminantes. Não podemos deixar de crer nas palavras dum profeta de Deus, para crer em conjeturas de homens que ainda não viram a terra feita nova.

Deve haver uma razão por que não haverá mar na nova terra. E esta deve jazer no fato de que a terra, tornando-se morada de Deus, como é plausível no versículo três, os remidos deverão ir a sua presença para adorá-lo, segundo lemos no livro do profeta Isaías (Isa. 66:22-23), o que seria isto difícil para a grande maioria deles com o obstáculo do mar. O mais acertado é crermos nas palavras de quem já vira em visão de Deus a nova terra, e aceitarmos as suas palavras inspiradas do alto: “E o mar já não existe”.



O TABERNACULO DE DEUS COM OS HOMENS



A afirmativa do apóstolo de que a Nova Jerusalém descerá a esta terra e Deus morará aqui com os remidos, é uma mui santa evidência da alegria do celeste Pai em residir com aqueles que prezaram o infinito sacrifício que Ele fez para salvá-los. Também, o Salvador morará com Seus amados. E os santos anjos aqui também estarão para serem os melhores companheiros dos santos depois do celeste Pai e do Salvador. Esta divina união pessoal com Deus, com Jesus e com Seus anjos na santa cidade, já esperavam os patriarcas e profetas que tanto falaram da gloriosa “Sião” (II Reis 23:1-14).

A Nova Jerusalém será localizada na Palestina. Diz o profeta Zacarias: “E naquele dia estarão os Seus pés sobre o monte das Oliveiras, que está defronte de Jerusalém para o oriente; e o monte das Oliveiras será fendido pelo meio, para o oriente e para o ocidente, e haverá um vale muito grande; e metade do monte se apartará para o norte, e a outra metade dele para o sul” (Zac. 14:4). Assim notamos que a Palestina será nivelada para receber a Santa Cidade. É Jesus quem fará isto. Ele descerá, no fim no milênio, sobre o monte donde ascendeu ao céu e operará o milagre do preparo do montanhoso país para receber a Sua gloriosa cidade. Em lugar da velha Jerusalém, onde tantas vezes sofrera Ele agravo do Seu próprio povo, a Terra Santa, terra de Suas Peregrinações e maravilhas, receberá uma Jerusalém nova, a Jerusalém celestial onde sempre foi amado e bem quisto. Localizada ali, na região da terra mais cara ao coração de Jesus. Será ela a metrópole real da terra renovada.



NÃO HAVERÁ MAIS LÁGRIMAS



Não haverá mais lágrimas porque todos os motivos que tendem a promovê-las serão postos fora do regime da terra feita nova. Tudo o que promove a lágrima e o pranto serão coisas passadas. A isto refere-se Isaías: “Aniquilará a morte para todo o sempre, e assim enxugará o Senhor Jeová as lágrimas de todos os rostos, e tirará o opróbrio do Seu povo de toda a terra, porque o Senhor o disse”(Isa. 25:8).

A morte, uma das causas de rios de lágrimas, não haverá na nova terra. Jamais um lar será ferido por seu aguilhão; jamais uma casa funerária será conhecida; jamais um carro fúnebre se verá; jamais uma sepultura sequer será aberta; jamais um cemitério será construído; jamais haverá ali o dia dos mortos. Rios de lágrimas serão assim extintos por Deus. Clamor e dor também não hão de haver, pois serão também eliminadas as suas causas.



A CERTEZA DA RENOVAÇÃO



VERSO 5 – “E Aquele que está assentado no trono disse: Eis que faço novas todas as coisas. E acrescentou: Escreve, porque estas palavras são fiéis e verdadeiras”.



Temos neste versículo a certeza dada por Deus da renovação de tudo. Deus não diz que fará novas coisas como se as atuais devam perecer. Ele diz que fará “novas todas as coisas”, as mesmas que existem na terra e a própria terra. Todas as obras da sua criação serão remidas. Creiamos em Suas palavras – porque estas palavras são verdadeiras e fiéis.



A SUBLIME HERANÇA DA PROMESSA



VERSOS-6-8 – “E disse-me mais: Está cumprido: Eu sou O Alfa e O Ômega, O princípio e O fim. A quem quer que tiver sêde, de graça lhe darei da fonte da água da vida. Quem vencer, herdará todas as coisas; e Eu serei seu Deus, e ele será Meu Filho. Mas, quanto aos tímidos, e aos incrédulos, e aos abomináveis, e aos homicidas, e aos fornicários, e aos feiticeiros, e aos idólatras e a todos os mentirosos, a sua parte será no lago que arde com fogo e enxofre; o que é a segunda morte”.



ESTÁ CUMPRIDO



Quando afinal nada mais restar do plano da salvação para ser executado na terra, estando o pecado e seu autor extintos e todos os adversários do direito divino reduzidos a simples cinza, estará então “cumprido” o grande propósito de Deus de renovação de todas as coisas. Deus e o homem estarão outra vez em perfeita paz, em paz que não será jamais quebrantada.

Sobre o Alfa e o Omega veja-se o capítulo um versículo oito e sobre a fonte da água da vida o capítulo vinte e dois versículo dezessete.



A GRANDE HERANÇA DA PROMESSA



A herança prometida inclui todas as coisas concernentes a esta terra redimida e mais a paternidade de Deus. Mas apenas serão herdeiros os vencedores. Quem vencer o pecado em todas as suas enganosas manifestações, tomará posse da incorruptível herança.



O DESTINO DOS QUE NADA HERDARÃO



Os tímidos mencionados são os que temem serem ridicularizados pelo mundo como baluartes da fé que são convidados a ser. Estes desprezadores da salvação em face do respeito humano, nada terão a herdar no glorioso mundo futuro. Também os abomináveis, os homicidas, os fornicários, os feiticeiros, os idólatras e a todos os mentirosos, nada herdarão no glorioso reino vindouro. Sim, muitos há que se dizem cristãos mas são tudo o que este versículo encerra. Todos, conjuntamente, receberão como prêmio o “lago que arde com fogo e enxofre, o que é a segunda morte”.



A NOVA JERUSALÉM CELESTIAL



VERSOS 9-27 – “E veio um dos sete anjos que tinham as sete taças cheias das ultimas sete pragas, e falou comigo, dizendo: Vem, mostrar-te-ei a noiva, a esposa do Cordeiro. E levou-me em espírito a um grande e alto monte, mostrou-me a grande cidade, a Santa Jerusalém, que de Deus descia do céu. E tinha a glória de Deus; e a sua luz era semelhante a uma pedra preciosíssima, como a pedra de jaspe, como o cristal resplandecente. E tinha um grande e alto muro com doze portas, e nas portas doze anjos, e nomes escritos sobre elas, que são os nomes das doze tribos de Israel. Da banda do levante tinha três portas, da banda do norte, três portas da banda do sul, três portas  da banda do poente três portas. E o muro da cidade tinha doze fundamentos e neles os nomes dos doze apóstolos do Cordeiro. E aquele que falava comigo tinha uma cana de ouro, para medir a cidade, e as suas portas, e o seu muro. E a cidade estava situada em quadrado; e o seu comprimento era tanto como a sua largura. E mediu a cidade com a cana até doze mil estádios: e o seu comprimento, largura e altura eram iguais. E mediu o seu muro, de cento e quarenta e quatro côvados, conforme a medida de homem, que é a dum anjo. E a estrutura do seu muro era de jaspe, e a cidade de ouro puro, semelhante a vidro límpido. E os fundamentos do muro da cidade estavam adornados de toda a pedra preciosa. O primeiro fundamento era jaspe; o segundo, safira; o terceiro, calcedônia; o quarto, esmeralda; o quinto, sardônica; o sexto, sardio; o sétimo, crisólito; o oitavo, berilo; o nono, topázio ; o décimo, crisópraso; o undécimo, jacinto; o duodécimo, ametista. E as doze portas eram doze pérolas; cada uma das portas era uma pérola; e a praça da cidade de ouro puro, como vidro transparente. E nele não vi templo, porque o seu templo é  o Senhor Deus Todo-poderoso, e o Cordeiro. E a cidade não necessita de sol nem de lua, para lhe darem claridade pois a gloria de Deus a ilumina e o Cordeiro é a sua lâmpada. E as nações andarão á sua luz; e os  reis da terra trarão para ela a sua gloria e honra. E as suas portas não se fecharão de dia, porque ali não haverá noite. E a ela trarão a glória e a honra das nações. E não entrará nela coisa alguma que contamine, e cometa abominação e mentira; mas só os que estão inscritos no livro da vida do Cordeiro”.



A ESPOSA DO CORDEIRO



A santa cidade, Nova Jerusalém, que é a capital e representa o reino, é chamada “a esposa do cordeiro”. Claramente pois, a espôsa representa a santa cidade, e as virgens  que saem  ao encontro do esposo são símbolos da igreja. No Apocalipse é dito que o povo de Deus são os convidados a ceia das bodas (Apoc. 19:9). Se são convidados, não podem ser também representados pela esposa. Cristo conforme foi declarado pelo profeta Daniel, receberá do Ancião de dias, no céu, ‘o domínio, e a honra, e o reino’, receberá a Nova Jerusalém, a capital de Seu reino, ‘adereçada como uma esposa ativada para seu marido” (Dan. 7:14, Apoc. 21:2).

Escrevendo aos Gálatas, fala S. Paulo da Nova Jerusalém como “mãe de todos nós”, e Isaías apresenta a Jesus como pai (Isa. 9:6). Assim ele é o nosso Pai, a Cidade Santa a nossa mãe e nós os filhos que somos chamados a gloriosa casa paterna.



A CIDADE TEM A GLÓRIA DE DEUS



A glória de Deus inunda a Santa Cidade. Sua luz é semelhante á preciosa pedra de jaspe, resplandecente e transparente como cristal. Deve ser o jaspe branco resplandecente. Pareceria estranho se a cidade de Deus tivesse uma glória duma cor diferente. Já em si mesma a cor branca da luz que conhecemos reúne sete cores, o que se pode dizer a glória de Deus em sua plenitude de resplendor. Ao terminar Moisés a construção do santuário, a glória de Deus, como uma branca nuvem, envolveu o edifício (Exo. 40:34-35). Isto confirma a cor branca do jaspe da glória da cidade, como a nuvem de gloria. .



A CIDADE TEM DOZE PORTAS



O muro da cidade tem doze portas que devem dizer muito para nós. Para cada um dos quatro pontos cardiais estão três portas. E a habitação das tribos na nova terra deve corresponder aos seus quadrantes; pois assim era em Israel no deserto, em torno do santuário, e assim deve ser na terra nova em torno da Nova Jerusalém. No Velho Testamento temos a ordem numérica da colocação das tribos em torno do santuário que, começando pelo Oriente, seguia pelo sul, ocidente e norte (Num. 2:1-34). Portanto, na terra, as tribos localizar-se-ão cada uma diante de sua porta da cidade, nos quatro quadrantes: Judá, Rubem e Gad, ao Oriente; Asser, Naftali e Manassés, ao sul; Simeão, Levi, e Issacar, ao ocidente; e Zabulon, José e Benjamin, ao norte.

A ordem das tribos como dada no Apocalipse sete é diferente da ordem em Israel. Isto se justifica no fato de que o Israel é outro e no desaparecimento das tribos de Efraim e Dan que estão substituídas pelas de José e Levi. Também Ruben deixou a primogenitura ou a liderança para ser substituído por Judá. Deste modo, a tribo líder de Judá estará defronte a porta que traz o seu nome, que chamaremos número um, no extremo norte do lado oriental da cidade; a de Issacar estará no centro do lado oriental, defronte à porta que traz o seu nome; a de Zabulon estará no extremo sul do lado oriental, defronte á porta que traz o seu nome. E assim, continuando pelo lado sul, ocidental e norte, saberemos a que portas corresponderão cada uma das outras tribos. E quando as tribos forem á Nova Jerusalém – cada sábado e cada dia da lua nova – cada uma deverá entrar por sua porta correspondente. Se não fora assim, as portas da cidade não ostentariam os nomes das doze tribos.

Em cada porta da cidade viu o profeta um anjo de guarda, o que indica que jamais alguém poderá afastar-se da cidade ou nela entrar a menos que tenha permissão para isso. Uma licença de saída e entrada deve ser apresentada ao anjo sentinela. Deus é um Deus de ordem e seus filhos devem fazer tudo com ordem perfeita.



O MURO DA CIDADE



O fato de estarem os nomes dos doze apóstolos escritos nos fundamentos do muro da cidade, “demonstra que é uma cidade cristã e não judia”. Os fundamentos não estão três de cada lado como no caso das portas da cidade, mas sobrepostos uns aos outros em torno de todo o muro. Agora, já que o versículo dezenove nos dá a ordem dos fundamentos, seria interessante sabermos qual o nome de cada apóstolo neles escrito. Ora, se levarmos em conta a lista dos doze, segundo S. Mateus capítulo dez, temos na ordem dos fundamentos, começando debaixo para cima, os seguintes nomes: 1) Simão Pedro; 2) André, seu irmão; 3) Tiago, filho de Zebedeu;  4) João, seu irmão; 5) Filipe; 6) Bartolomeu; 7) Tomé; 8) Mateus, o publicano; 9) Tiago, filho de Alfeu; 10) Tadeu (Judas filho de Tiago – Luc. 6:16); 11) Simão, o zelote cananita; 12) Matias (Mat. 10:2-4).



O PERÍMETRO DA CIDADE



João declara que a Nova Jerusalém é um perfeito quadrado. A extensão de 12.000 estádios equivale aos quatro lados da cidade e não a cada lado dela; pois é dito que o anjo mediu a cidade, referindo-se a seu todo.

O estádio era uma medida itinerária, tanto de terra como de mar, entre os antigos (Luc. 24:13, João 11:18). Também o estádio servia como medida de extensão nas competições atléticas e corridas de cavalos (João 6:19). Mas o estádio variava segundo a localidade. Em Atenas era equivalente a 185,25m (Dicionário Prático Ilustrado, art. Estádio). Sendo a Nova Jerusalém de 12.000 estádios, devemos multiplicar este número por 185,25m. Assim concluiremos que a cidade tem 2.223 quilômetros, ou sejam cerca de 555 quilômetros de cada um de seus lados.

Ainda diz o profeta que o “comprimento largura e altura” da cidade são iguais. A palavra “igual” do grego “isos”,  Liddell e Scott dizem que pode ser empregada para expressar a idéia de proporção. Greenfild, referindo-se a II Coríntios oito versículos treze e quatorze, dá a uma de suas palavras compostas, “isotes”, o sentido de “igual proporção”. Outro texto em que é empregado “isos”- igual, refere que Cristo é “igual a Deus”, e, entretanto, um é Pai e o outro é Filho (Fil. 2:6). Deste modo a altura da cidade é proporcionalmente “igual” ao seu comprimento e a sua largura. Mas, se a Nova Jerusalém na verdade tivesse 555 quilômetros de altura, seria isto, comparativamente, desproporcional. Tudo nos leva a crer que a altura da cidade de Deus é, em relação a seu comprimento e largura, perfeitamente proporcional, e também que seus áureos edifícios sejam em altura superiores á sua maravilhosa muralha.



A ALTURA DO MURO E O SEU MATERIAL E O DA CIDADE



A altura do muro é de 144 côvados. O côvado era uma antiga medida de comprimento avaliada em 66 cm (Dicionário Prático Ilustrado, art. Côvado). 144 vezes 66cm, alcançam a 95 metros que é a altura do muro. Porém a estrutura do muro da cidade é de jaspe, edificado sobre os doze fundamentos, jaspe resplandecente como cristal, podendo-se ver de fora o interior da gloriosa cidade. A cidade, em si mesma, é “de ouro puro, semelhante a vidro puro”. Não há aqui a idéia  de que haja uma espécie de ouro semelhante ao vidro, mas sim de que o ouro da estrutura da cidade é tão puro como o “vidro puro” sem o mínimo defeito. Assim a cidade é uma maravilha que pena alguma pode descrever.



OS DOZE FUNDAMENTOS DO MURO DA CIDADE



Ao aludir o profeta que os fundamentos do muro da cidade estão adornados de toda a pedra preciosa, possivelmente quis referiu-se aos próprios fundamentos e não a que eles ainda contenham, engastadas em si mesmos, outras pedras preciosas.

Não é fácil determinar as cores dos fundamentos do muro, visto as variedades das mesmas cores das pedras preciosas dos mesmos nomes. De um acurado estudo sobre as pedras dos doze fundamentos conclui-se que suas cores são as seguintes: 1º - Jaspe, branco; 2°- Safira, azul-celeste; 3º - Calcedônia, pardo; 4º - Esmeralda, verde vivo; 5º - Sardônica, marrom; 6º - Sárdio, vermelho-carne; 7 º - Crisólito, verde-amarelo; 8º Berilo, verde-mar; 9º - Topásio, amarelo; 10º - Crisopraso, verde-maçã; 11º Jacinto, azul; 12º - Ametista, violeta.



AS PORTAS E AS RUAS DA CIDADE



Cada uma das doze portas de acesso á Nova Jerusalém é uma pérola. Uma pérola como a conhecemos,  é uma concreção calcária, em forma de glóbulos, de cor branca brilhante e levemente prateada. As pérolas custam muito dinheiro e só podem obtê-las os abastados da terra. Mas, os remidos de Jesus, que aqui na terra possuem, terão o privilégio de entrar na Santa Cidade por portas de preciosas pérolas. Nisto vemos que as portas da Nova Jerusalém são das maiores e mais custosas maravilhas.

As ruas da cidade são de ouro puro. Ruas de ouro tão puro como o puríssimo vidro transparente sem defeito. Deste modo a cidade reflete-se em si mesma. Esta gloriosa cidade que nos espera é uma indescritível maravilha. Depois das lutas da terra, Deus quer alegrar-nos indizíveis surpresas das quais nos dá um pequeno vislumbre pela inspiração.



O TEMPLO DA CIDADE



Não haverá tempo na Nova Jerusalém. “O Senhor Deus Todo poderoso e o Cordeiro”, serão o templo vivo na Santa Cidade; ali os remidos os adorarão face a face, pessoalmente, e não mais através do véu da fé.



A CIDADE NÃO NECESSITA DAS LUZES DO SOL E DA LUA



O profeta fala somente da cidade e não da terra em si mesma. As luzes do sol e da lua, muito inferiores a glória de Deus que inunda a cidade, não terão, por isso mesmo, nenhuma influência sobre ela. Na cidade haverá eterno dia proporcionado pela permanente glória de Deus (Isa. 24:23). O Cordeiro é a lâmpada da cidade, através e em virtude de quem Deus reflete sua glória na cidade. Tudo para os remidos é em virtude de seu Filho. Não obstante haverá dias e noites na terra renovada. Serão dias e noites diferentes dos de agora. Diz Isaías: “E será a luz da lua como a luz do sol, e a luz do sol sete vezes maior, como a luz de sete dias, no dia em que o Senhor ligar a quebradura do seu povo, e curar a chaga da sua ferida” (Isa. 30:26). Imaginemos: A noite como o nosso dia, e o dia sete vezes mais brilhante!



AS NAÇÕES ANDARÃO À SUA LUZ



Por nações podemos entender as nacionalidades dos salvos que ainda estão na terra. Estes andarão à luz da cidade, por suas ruas e seus palácios. Como reis que todos serão, pois reinarão com Cristo eternamente, “trarão para” a cidade, sempre, “sua glória e honra”. E as portas da formosa metrópole estarão sempre abertas para receber os remidos, não se fecharão jamais, pois “ali não haverá noite”.



OS ÚNICOS QUE ENTRARÃO NA CIDADE



Ninguém que contamine e cometa abominação e mentira entrará na Santa Cidade. Sua pureza não pode ser contaminada com o que é impuro. Unicamente os que se inscreveram “no livro da vida do Cordeiro” e se purificaram poderão transpor as suas portas de pérolas e andar por suas ruas pavimentadas a ouro puro.

“Uma pequena menina se achava gravemente enferma. A instâncias suas, seu pai teve de ler-lhe os dois últimos capítulos do Apocalipse que descrevem a gloriosa Nova Jerusalém. Ela escutava em silêncio e o pai perguntava de si para si o que poderia ela entender destas coisas. Terminada a leitura ela volveu ao pai um olhar muito sério e disse: Ó papai, como devem ser limpos os pés daqueles que hão de andar sobre aquelas calçadas de ouro” (Signs of the Times).
Sim, só pés limpos ou pés de alguém de caráter limpo poderão pisar sobre aquelas ruas de finíssimo ouro resplendente. 




Texto Extraído do livro "A VERDADE SOBRE AS PROFECIAS DO APOCALIPSE" - A. S. Mello

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