sexta-feira, 6 de abril de 2012

Cap. 19 - A Vitória de Cristo sobre Babilônia

CAPÍTULO XIX



A VITÓRIA DE CRISTO SOBRE BABILÔNIA



INTRODUÇÃO



O capítulo dezessete apresenta Babilônia no seu efêmero esplendor em sua união ilícita com os reis da terra, enquanto pretende cristianismo. No capítulo dezoito é ela desmascarada, acusada de habitação de demônios e lavrada a sua condenação. Porém, o capítulo dezenove descreve a vitória total de Cristo e Seus santos sobre Babilônia.

A primeira parte do capítulo trata do imenso regozijo que causará entre os seres celestiais e os santos ainda na terra, a queda de Babilônia sob o poder de Cristo. A segunda parte concretiza a certeza da vitória de Cristo sobre Babilônia, e atesta que ela é, especialmente, o conjunto de duas grandes facções religiosas – o papado e o protestantismo, ou primeira e segunda bestas e suas múltiplas igrejas. Com este capítulo encerram-se as profecias que dizem respeito à multimilenária contenda entre a luz e as trevas, ou entre o bem e o mal, ou entre Cristo e Satanás até a segunda vinda do Senhor Jesus.



REGOZIJO NO CÉU PELA QUEDA DE BABILÔNIA



VERSO 1-4 – “E, depois destas coisas, ouvi no céu como que uma grande voz de uma grande multidão, que dizia: Aleluia! A salvação, e a glória, e o poder são do nosso Deus; porque verdadeiros e justos são os Seus juízos, pois julgou a grande prostituta, que havia corrompido a terra com a sua prostituição, e das mãos dela vingou o sangue dos Seus servos. E outra vez disseram : Aleluia! E o fumo dela sobe para todo o sempre. E os vinte e quatro anciãos, e os quatro seres viventes, prostraram-se e adoraram a Deus que se acha sentado no trono, dizendo: Amém. Aleluia”.





Enquanto na terra, à queda de Babilônia, os reis, os mercadores e os navegantes que tiveram contato com ela pronunciarão três “ais” duplos, os habitantes do céu, fremindo de alegria por sua subversão, pronunciarão três “aleluias”. Em todo o Novo Testamento não encontramos o termo “aleluia”, senão neste capítulo, e tanto mais se reveste ele de significação quando é empregado como expressão de triunfo sobre a ruína de Babilônia.

Aleluia é uma palavra hebraica de HALELU – Louvai e JAH – Deus, isto é, louvai a Deus. “Entre os judeus, segundo o ritual fixado pelo Talmude, cantava-se, 18 vezes ao ano, especialmente durante o repouso pascal, o grande HALLEL, isto é, SALMOS 113 A 118 que principiam todos pela palavra aleluia” (Dicionário Enciclopédia Internacional, art. Aleluia).



REGOZIJO NO CÉU PELAS BODAS DO CORDEIRO



VERSOS 5-9 – “E saiu uma voz do trono, que dizia: Louvai o nosso Deus, vós, todos os seus servos, e vós que O temais, assim pequenos como grandes. E ouvi como que uma voz de uma grande multidão, e como que a voz de muitas águas, e como que a voz de grandes trovões, que dizia: Aleluia! Pois reina o Senhor nosso Deus, o Todo-poderoso.

Regozijemo-nos, e alegremo-nos, e demos-Lhe glória; porque vindas são as bodas do Cordeiro, e já a Sua esposa se aprontou. E foi-lhe dado que se vestisse de linho fino, puro e resplandecente; porque o linho fino são as justiças dos santos. E disse-me: Escreve: Bem-aventurados aqueles que são chamados à ceia das bodas do Cordeiro. E disse-me: estas são as verdadeiras palavras de Deus”.  



UM CONVITE DO TRONO DE DEUS



Depois do primeiro coro celeste regozijar-se pela queda de babilônia, uma voz do trono convidará as hostes celestes para ainda maior louvor ao nome de Deus. Imediatamente um segundo coro entoará o Seu louvor. E, quão altamente grande há de ser a voz daquele coro, dá-nos a entender o profeta, dizendo que será como “a voz de uma grande multidão, e como que a voz de muitas águas, e como que a voz de grandes trovões”. Vejamos as palavras do grande coro:

“Aleluia: pois já o Senhor Deus Todo-poderoso reina”. A aleluia de que Deus “já... reina”, aludirá a Seu reinado na terra. Quando Ele subjugar todos os Seus inimigos conjuntamente com “a grande Babilônia”, então Ele reinará, em verdade, no mundo através de Jesus, Seu Filho.

“Vindas são as bodas do Cordeiro”. Tão grandemente esperadas são Suas bodas pelos seres celestiais que, ao estarem para se realizar, a saudarão com altissonante voz em tríplice expressão de contentamento: “Regozijemo-nos, e alegremo-nos e demos-Lhe glória”. E se os seres celestiais anseiam ardentemente pelas bodas do Cordeiro, muito mais deveria a igreja do Cordeiro ansiar por elas. Naquele tempo, tudo terá chegado a um fim exato: Babilônia estará reduzida a pó, e as bodas do Cordeiro chegarão e a sua esposa está pronta para as bodas.

Quem é a esposa do Cordeiro? No primeiro versículo do capitulo doze assentamos já, que a Sua esposa é a Sua igreja na terra como representante figurada da Nova Jerusalém que é a verdadeira esposa do Cordeiro.

A igreja, como a esposa terrestre do Cordeiro, estará trajada de linho fino, puro e resplandecente; porque o linho fino são as justiças dos santos, aliás, a “justiça de Cristo repartida a cada um” deles como componentes da esposa do Cordeiro. Nas bodas a esposa será tão justa como o Cordeiro, o esposo; pois sua justiça será a d’Ele.



UMA BEM-AVENTURANÇA



“Bem-aventurados aqueles que são chamados à ceia das bodas do Cordeiro. E disse-me: Estas são as verdadeiras palavras de Deus”. Infelizmente “muitos são chamados mas poucos escolhidos” (Mat. 22:14). Mas as palavras do Salvador a Seus escolhidos são estas: “Vinde, povo meu, tendes passado por grande tribulação, e feito a minha vontade; sofreste por Mim; vinde à ceia porque desejo cingir-me e servir-vos” (Primeiros Escritos, E. G. White, 19).  



O DOM DE PROFECIA



VERSO 10 – “E eu lancei-me a seus pés para o adorar; mas ele disse-me: Olha  não faças tal: sou teu conservo, e de teus irmãos, que têm o testemunho de Jesus: adora a Deus; porque o testemunho de Jesus é o espírito de profecia”.



ADORA A DEUS



Nos versículos 8 e 9 do capítulo 22, encontra-se a explanação deste maravilhoso conselho de Gabriel, o anjo do Senhor. Antes de chegarmos àquela consideração, aceitemos agora mesmo o seu sublime conselho e decidamo-nos a adorar a Deus “em espírito e em verdade”; pois disse Jesus, “o Pai procura a tais que assim O adorem” (João 4:23-24).



O TESTEMUNHO DE JESUS OU O ESPÍRITO DE PROFECIA



O testemunho de Jesus é definido pela própria revelação como o “Espírito de Profecia”. E o que é o Espírito de Profecia? Nesta frase compreendemos duas verdades visíveis e definidas e uma invisível e compreensível. A primeira é o Espírito, isto é, o Espírito Santo, que é o inspirador e o caminho de ligação entre Cristo e o homem. A segunda é a profecia, a revelação antecipada daquilo que está por suceder. E, a verdade invisível mas indiscutível na frase, é o profeta, um agente humano que fala por inspiração. Estas três verdades da frase – Espírito de Profecia – são esclarecidas por S. Pedro, nestas palavras: “...porque nunca jamais qualquer profecia foi dada por vontade humana, entretanto homens [santos] falaram da parte de Deus movidos pelo Espírito Santo(II Pedro 1:21). Assim a frase apocalíptica pode ser resumida nestas três palavras: Espírito-profeta-profecia. Isto é, o “Testemunho de Jesus”, o “Espírito de Profecia”, que é mais propriamente denominado de – Dom de Profecia. Através desse dom Se tem Jesus comunicando com a família humana, da parte de Deus, desde que o homem caiu em pecado. Nunca foi este dom retirado da igreja quando fiel a Deus. Em certas épocas de crise para a igreja de Deus ou para a humanidade, ele tem sido manifesto para admoestar, orientar e predizer, segundo a vontade de Deus.

Antes do pecado do primeiro homem, Deus falava com ele pessoalmente “sem nenhum véu de permeio”. Mas o pecado abriu um abismo entre o homem e Deus, e nem mais a voz audível do Criador pode ele ouvir sem temor (Gen. 3:8-10, Isaias 59:2). Agora, para a continuidade das relações, fez-se necessário um Mediador que estivesse sobre o abismo do pecado entre Deus e o homem. E quem poderia ser o Mediador senão o Filho de Deus? Através de Jesus a humanidade foi novamente ligada com Deus imediatamente após a entrada do pecado (Gen. 3:15). Esta gloriosa verdade do plano da salvação foi maravilhosamente ilustrada no sonho de Jacó, segundo o qual o Filho de Deus se tornou uma escada simbólica de acesso ao céu e do céu à terra; do homem a Deus e de Deus ao homem. E assim continuaram as relações entre o homem e seu Criador, até ao dia de hoje.

Como, porém, o Mediador era em tudo semelhante a Deus, também Ele não podia comunicar-Se pessoalmente com o homem da parte de Deus. Foi então que surgiu a necessidade do Dom de Profecia, pelo qual o Mediador pode entender-se perfeitamente com o homem e transmitir-lhe as revelações da vontade de Deus. Um semelhante seu deveria então falar-lhe em nome do Mediador e de Deus. Surgiram os profetas. Eles foram escolhidos e preparados pelo Mediador para a sagrada missão. Em virtude de inspiração do Espírito Santo, o Agente direto e ativo do Dom de Profecia, nenhum profeta recebeu o encargo sagrado por herança ou por designação humana. E tudo quanto se contém nas Sagradas Escrituras, do Velho e do Novo Testamento, é evidente de que eles foram realmente chamados por Cristo e por Seu Espírito, inspirados através de sonhos e visões (Num. 12:6). Assim manifestou-se por intermédio deles o Testemunho de Jesus ou o Espírito de Profecia ou o Dom de Profecia.

Mas o Espírito Santo foi o Agente que tornou possível este sagrado Dom do Mediador. A isto diz S. Pedro: Da qual salvação inquiriram e trataram diligentemente os profetas que profetizaram da graça que vos foi dada, indagando que tempo ou que ocasião de tempo o Espírito de Cristo, que estava neles, indicava, anteriormente testificando os sofrimentos que a Cristo haviam de vir, e a gloria que se lhes havia de seguir (I Pedro 1:10-11).



O DOM DE PROFECIA EM ISRAEL



Desde a Sarça Ardente em que Deus falou a Moisés, toda a história de Israel está repleta de manifestações do Dom de Profecia. Na jornada pelo deserto, nos dias de Josué, no período dos juízes, na época dos reis do reino unido e do reino dividido, durante e depois do cativeiro, não faltou ao povo de Deus a luz da revelação do Dom de Profecia. com frequência era o povo de Israel instruído, aconselhado, repreendido e advertido por homens e até por mulheres que lhe falavam da parte de Cristo e de Deus.

Alguns profetas foram despertados para um longo ministério, enquanto outros o foram por pouco tempo. Alguns chamados pelo Espírito de Deus, deram a sua mensagem e imediatamente desapareceram como profetas. Assim por toda a era patriarcal e a Dispensação Mosaica, por milênios, Deus, em Seu Filho, esteve ligado a Seu povo, através do Dom de Profecia.



O DOM DE PROFECIA NA ERA APOSTOLICA



João Batista é o primeiro profeta citado no Novo Testamento, ou o profeta que ligou as duas dispensações – a Mosaica e a Cristã. O momento mais glorioso de seu ministério foi aquele em que ele apresentou o Salvador como “o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo” (João 1:29).

O Novo Testamento declara que Jesus, “subindo ao alto... deu dons aos homens” e que “Ele mesmo deu uns para apóstolos, e outros para profetas, e outros para evangelistas, e outros para pastores e doutores”. Tal o grande serviço que estes dons deviam prestar à igreja de Cristo. Mas, por quanto tempo deviam continuar na igreja? Até a segunda vinda de Cristo, diz S. Pulo (I Cor. 1:7-8, Efesios 4:8-11).

Um dos dons mencionados é o dom de “profecia” como em Éfeso o de “profeta”, isto é, o “Dom de Profecia” que o apóstolo considera o principal de todos (Atos 21:8-14, I Cor. 14:1). Aos tessalonicenses escreveu o apóstolo: “Não extingais o Espírito. Não desprezeis as profecias” (I Tess. 5:19-20). Com isto vemos que na igreja cristã o Dom de Profecia ocupou o primeiro lugar como ocupou na igreja israelita. No livro dos Atos dos Apóstolos e nas epistolas do Novo Testamento e em especial no livro do Apocalipse, o Dom de Profecia é amplamente manifesto na era apostólica. E não só os apóstolos foram profetas na igreja apostólica como também outros exerceram o Dom de Profecia (Atos 15:32).



A FALSIFICAÇÃO DO DOM DE PROFECIA



Na história de Israel surgiram muitos falsos profetas que pretendiam falar em nome de Deus (Jer. 14:14, 28:15-17, Ezq. 22:28). Por suas falsificações prejudicaram grandemente as relações de Israel para com Deus. Contra eles Deus enviou tremendas mensagens lavrando-lhes um terrível destino (Ezq. 13:9). Porém há nos nossos dias falsos profetas no meio do cristianismo. No Apocalipse é referido um (Apoc. 20:10). Entretanto, a mais flagrante falsificação do Dom de Profecia, hoje, é a doutrina da infalibilidade papal. Todos os dons do Espírito Santo, incluso o Dom de Profecia, encontram nela a sua contrafação. Segundo o concilio do Vaticano de 1870, o papa, em virtude de sua pretendida sucessão apostólica de São Pedro, exerce a infalibilidade quando fala “ex-cathedra” defendendo uma doutrina relativa à fé e à moral. Porém, a sucessão apostólica não pode ser traçada retrospectivamente até S. Pedro. E, ainda que pudesse ser, não encontramos na era apostólica que a liderança fosse entregue a S. Pedro. Jamais algum apostolo o reconheceu como líder entre eles. Ao ser restaurado o verdadeiro Dom de Profecia nestes últimos dias, como predito no Apocalipse 12:17, procuraria introduzir uma contrafação, e o fez com a introdução da infalibilidade papal.



REI DOS REIS E SENHOR DOS SENHORES



VERSOS 11-16 – “E vi o céu aberto, e eis um cavalo branco: e o que estava assentado sobre ele chama-se Fiel e Verdadeiro; e julga e peleja com justiça. E os seus olhos eram como chama de fogo; e sobre a sua cabeça havia muitos diademas; tinha um nome escrito, que ninguém sabia senão Ele mesmo. E estava vestido de uma veste salpicada de sangue; e o nome pelo qual se chama é a Palavra de Deus. E seguiam-no os exércitos no céu em cavalos brancos, e vestidos de linho fino, branco e puro. E da Sua boca saía uma aguda espada, para ferir com ela as nações; e Ele as regerá com vara de ferro; e Ele mesmo é o que pisa o lagar do vinho do furor e da ira do Deus Todo-poderoso. E no vestido e na Sua coxa tem escrito este nome: Rei dos reis, e Senhor dos senhores”.



O profeta contempla o Filho de Deus, deixando o céu e dirigindo-se à terra num cavalo branco. Esta é uma cena apenas simbólica, pois Jesus não necessitou de cavalo para subir da terra ao céu e é evidente que não necessitará para voltar a ela. A cena representa Jesus como se fora um grande general montado, apressando-Se com Seus exércitos a dar batalha a Seus inimigos. E quem são os Seus inimigos senão “a besta e os reis da terra, e os exércitos reunidos”? O cavalo branco nos dias desta visão, era emblema de vitória, de triunfo na guerra, no que vimos assegurada a vitória, o triunfo de Cristo em Sua segunda vinda, sobre todos os Seus adversários.



UM DOS TÍTULOS DE JESUS AQUI INTRODUZIDO



Seu nome – Fiel e Verdadeiro – está ligado estreitamente à batalha que virá vibrar contra Seus inimigos. Nesta guerra de extermínio dos malfeitores, Ele será “Fiel e Verdadeiro” no sentido que cumprir contra Seus opositores exatamente como os advertira antecipadamente nas profecias. Dar-lhe-á a beber do cálice tal como anteriormente os avisara. Cumprirá infalivelmente o Seu desígnio em lhes dar o merecido quinhão de que são dignos e de que bem lhes notificara por Sua palavra inspirada. E, ainda mais, ao enfrentá-los, julgá-los-á e contra eles pelejará “com justiça”. Sim, Ele lhes fará uma guerra de juízo e justiça, para retribuí-los por suas declaradas blasfêmias contra Ele; por suas rebeliões contra a Sua santa lei e por seus crimes praticados contra o Seu povo inocente na terra.



OS SEUS MUITOS DIADEMAS



Sobre Seus olhos “como chama de fogo”, veja-se o versículo 14 do primeiro capítulo (Cap. 1:14). Os muitos diademas ou coroas sobre Sua cabeça, representam Sua vitória sobre o poderio dos reis da terra. Os diademas que reis agora cingem, ou o pretendido direito de reinar, é demonstrado como usurpação dos direitos de Cristo que é o verdadeiro Rei do mundo; direitos de realeza absoluta que Ele logo reconquistará.



O NOME INCÓGNITO DE CRISTO



Naquele dia Jesus terá um nome que só Ele o saberá. Conhecemos muitos de Seus nomes, aliás, centenas deles, revelados nas Sagradas Escrituras. Mas, um deles, um dos que Ele terá na guerra contra Seus inimigos, é privativo d’Ele apenas. Embora o profeta visse o nome escrito, não o pode entender nem referi-lo.



SUAS VESTES SALPICADAS DE SANGUE



Já dissemos que Jesus virá para juízo e justiça. Isto está em harmonia com Suas vestes salpicadas de sangue, cuja explanação profética é dada pelo profeta Isaias:
“Quem é Este, que vem de Edom, de Bozra, com vestes tintas; este que é glorioso em sua vestidura, que marcha com a sua grande força? Eu, que falo em justiça, poderoso para salvar. Porque está vermelha a Tua vestidura? E os Teus vestidos como os daquele que pisa o lagar? Eu sozinho pisei no lagar, e dos povos ninguém houve Comigo; e os pisei na minha ira, e os esmaguei no Meu furor; e o seu sangue salpicou as Minhas vestes, e manchei toda a minha vestidura.
Porque o dia da vingança estava no Meu coração; e o ano dos Meus remidos é chegado. E olhei, e não havia quem me ajudasse; e admirei-me de não haver quem me sustivesse; pelo que o Meu braço Me trouxe a salvação, e o Meu furor me susteve. E pisei os povos na minha ira, e os embriaguei no Meu furor e a sua força derribei por terra” (Isaias 63:1-6).



SEU NOME “É A PALAVRA DE DEUS”



Na terra Jesus era o Verbo de Deus – a Palavra de Deus. No céu Ele é a “Palavra de Deus”. Ao voltar Ele será a “Palavra de Deus”. Em outros termos, Jesus é o representante pessoal do Pai perante o universo. “Todo o poder”, disse Ele, lhe fora dado “no céu e na terra”. Ele tem a mente do Pai. Tudo quanto Jesus realiza no céu e na terra, O faz o Pai por Seu intermédio. A mais perfeita união é aqui revelada. Sobretudo “o nome ‘palavra de Deus’ é uma eterna lembrança do concerto eterno que os dois fizeram, quando Cristo recebeu aquele nome”.



E SEGUIAM-NO OS EXERCITOS NO CÉU



Jesus é muitas vezes na Bíblia denominado – Senhor dos Exércitos. Seus exércitos celestiais são Seus santos anjos. Com este santo exército sairá Jesus à peleja contra os Seus inimigos. E que maravilhoso! – todo o exército angélico seguirá o grande General em cavalos brancos e uniformizado “de linho fino, branco e puro”. Na grande batalha estará o exército celestial, em suas vestimentas, identificado com o grande Comandante que os precederá. Todavia, a cavalaria celestial é simbólica da batalha que vibrará na terra contra os adversários da divina justiça.



A AGUDA ESPADA DA SUA BOCA



Sobre esta espada veja-se o versículo 16 do capítulo primeiro (Cap. 1:16). Porém, é dito que com esta espada Jesus ferirá as nações, as nações que pisam a Constituição do Seu universo. Pelo profeta Isaias assim definiu Jesus esta espada: “E fez a minha boca como uma espada aguda” (Isaias 49:2). “Pela palavra da minha boca os matei” (Oséias 6:5).



ELE AS REGERÁ COM VARA DE FERRO



Esta profética declaração não implica que Ele governará as nações atuais, mas que as destruirá. Davi dá esta verdadeira explanação: “Recitarei o decreto: O Senhor me disse: Tu és Meu Filho, Eu hoje te gerei. Pede-me, e Eu te darei as nações por herança, e os fins da terra por Tua possessão. Tu os esmigalharás com uma vara de ferro; Tu os despedaçarás como a um vaso de oleiro”. Note-se agora o apelo do Senhor aos governantes do mundo: “Agora, pois, ó reis, sede prudentes; deixai-vos instruir, juízes da terra. Servi ao Senhor com temor, e alegrai-vos com tremor. Beijai o Filho, para que se não ire, e pereçais no caminho, quando em breve se inflamar a Sua ira; bem-aventurados todos aqueles que n’Ele confiam” (Sal. 2:10-12). Mas o Seu apelo tem sido desconsiderado e a Sua ira não poderá tardar.



O LAGAR QUE CRISTO LOGO PISARÁ



O lagar desta profecia é “o do furor e da ira de Deus Todo-poderoso”. Este “lagar”, como indica a sequencia da profecia, está ligado à segunda vinda de Cristo, e devemos entendê-lo segundo a explanação dos versículos 19 e 20 do capítulo quatorze (Cap. 14:19-20).  



REI DOS REIS E SENHOR DOS SENHORES



O momento da intervenção de Cristo no mundo coincidirá com o término de Sua obra mediadora no santuário celestial. Ele deporá então Suas vestes sacerdotais trocando-as por outras que indicarão Sua nova prerrogativa. Diz-se que os antigos guerreiros traziam algum título escrito em suas vestiduras. E Cristo, vitorioso, trará à altura de Sua coxa este título: Rei dos reis e Senhor dos senhores. 



O GRANDE BANQUETE DAS AVES



VERSOS 17-18 – “E vi um anjo, que estava no sol, e clamou com grande voz, dizendo a todas as aves que voavam pelo meio do céu: Vinde, e ajuntai-vos à ceia do grande Deus: para que comais a carne dos reis, e a carne dos tribunos, e a carne dos fortes, e a carne dos cavalos e dos que sobre eles se assentam; e a carne de todos os homens, livres e servos, pequenos e grandes”.   



O convite do anjo referido não será feito aos homens, porque todos terão perecido à aparição de Cristo-Rei. Mas será feito à todas as aves do céu – Vinde, ajuntai-vos à ceia do grande Deus. Que hão de comer as aves na “ceia do grande Deus”? A carne de todos os inimigos de Deus citados no versículo dezoito. Um dos profetas declara que “serão os mortos do Senhor, naquele dia, desde uma extremidade da terra até à outra extremidade da terra” (Jer. 25:33). Ezequiel, o profeta, fazendo também referência à ceia das aves, não deixa duvida de que ela será depois da intervenção de Cristo no Armagedon (Ezq. 39:17-20).

Extraordinário contraste: enquanto no céu se realiza a “ceia das Bodas do Cordeiro”, na terra tomará lugar a “ceia do grande Deus” para as aves do céu. Aqueles que aceitaram o convite de Deus, banquetear-se-ão conjuntamente com o Salvador com os frutos da Cidade Santa, enquanto os que rejeitaram o amoroso convite da salvação, proporcionarão com seus próprios corpos, uma ceia às aves de rapina.



A SORTE FINAL DOS INIMIGOS DE DEUS



 VERSOS 19-21 – “E vi a besta e os reis da terra, e os seus exércitos reunidos, para fazerem guerra Àquele que estava assentado sobre o cavalo, e ao Seu exército. E a besta foi presa, e com ela o falso profeta, que diante dela fizera os sinais, com que enganou os que receberam o sinal da besta, e adoraram a sua imagem. Estes dois foram lançados vivos no ardente lago de fogo e de enxofre. E os demais foram mortos com a espada que saia da boca do que estava assentado sobre o cavalo, e todas as aves se fartaram das suas carnes”.



A ATITUDE DA BESTA NO SEGUNDO ADVENTO DE CRISTO



Estará, diz a profecia com os reis e seus exércitos reunidos “para fazerem guerra Àquele que estava assentado sobre o cavalo, e ao Seu exército”. No capítulo 16 versículos 13 e 14, lemos que a besta, inspirada por espíritos de demônios, terá parte preponderante no preparo do Armagedon com os reis da terra. E aqui é dito que ela estará ao lado dos que tentarão guerrear o Filho de Deus, descendo Ele dos céus, ou que os apoiará, estando a eles unida. Mas chegará logo o seu fim conjuntamente com os reis de todo o mundo e seus exércitos.



A SORTE DA BESTA E DO FALSO PROFETA



O falso profeta é plenamente identificado aqui com a besta de dois chifres da segunda parte do capítulo treze, que é o protestantismo estadunidense. E porque o protestantismo estadunidense é denominado – falso profeta? Ora, um falso profeta, para não ser descoberto como tal, introduz-se com um – assim diz o Senhor – sem que o Senhor lhe tenha incumbido de dar qualquer mensagem. Assim é o protestantismo norte-americano – o falso profeta da profecia. pretendendo falar de acordo com a palavra de Deus em matéria de religião, é enganador, e a profecia o descobre como tal. Assim ambos, a besta e o falso profeta, aproximam-se do fim de sua longa história. Serão presos ou desmascarados como poderes eclesiásticos inimigos de Cristo e estarão irremediavelmente perdidos. E afinal, serão lançados “vivos no ardente lago de fogo e de enxofre”, no fim do milênio.
E os demais, das nações não cristãs, serão “mortos com a espada da boca do” Rei dos reis e Senhor dos senhores. Então tomará lugar o farto banquete mundial da aves.









Texto extraído do livro – “A VERDADE SOBRE AS PROFECIAS DO APOCALIPSE” – A. S. Mello.

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